Capitulo 14 - Posto dos Dragões

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Troidor, o draconiano, estava com Sarlet no centro da arena de luta, contando a ela da luta entre Zarto e Nubax. Dizia o quão havia sido belo o combate. Ele fazia questão de afirmar que Zarto era novo pra um humano e mesmo assim lutava muito bem, que a espada de seu pai não poderia estar em melhores mãos.

Depois de um tempo comentaram sobre seu filho. Os dois pensavam em como estaria o filho. Se ele havia cumprido a missão que o Deus Dragor havia dado. O último contato que tiveram foi pouco antes de Zarto deixar o palácio dos hóspedes. Por isso andavam apreensivos. Rapidamente seus pensamentos mudaram e se lembraram da filha que teriam em alguns meses. Uma fêmea que a princípio seria um dragão negro. A felicidade do casal draconiano era muito grande naquele momento.

De repente os dois sentiram a aproximação de trinta e duas pessoas. Eram muitos humanos. Havia algo de errado ali. Não era normal aparecerem nem cinco, como no grupo de Zarto. Quanto mais trinta e dois. Eles estavam completamente cercados, não que isso fosse um problema, mas Troidor não gostava de combater, ao contrário de sua fêmea.

Rapidamente Sarlet assumiu posição de combate e esperou. Troidor ao contrário ficou apenas parado esperando e disse bem alto.

-Senhores, por favor, apareçam. Eu e Sarlet estamos totalmente cientes da presença de cada um de vocês. Eu não quero combatê-los ao contrário de minha fêmea aqui. Só eu estou impedindo que elas os destroce no momento por isso, por favor, não façam nenhuma besteira. – o silêncio seguiu por alguns minutos até que uma adaga veio zunindo na direção de Sarlet que a pegou no ar e lançou precisamente na direção de onde ela havia vindo.

O baque seco de um corpo caindo no chão foi o estopim para o combate. Os esquadrões das sombras atacavam com perfeição, mas a velocidade de Sarlet era extremamente superior. Troidor estava ainda parado sem se mexer, enquanto a ferocidade de sua fêmea dilacerava e matava com sanguinolência aqueles que invadiram o santuário dela. Após matar dez homens facilmente, Sarlet ficou preocupada. Pois todos agora atacavam apenas ela e ela acabou sendo ferida. Uma espada perfurou seu flanco esquerdo fazendo com que seu sangue draconiano saísse em abundância. Isso foi o suficiente para deixar Troidor enfurecido.

Todos sentiram um estouro surdo. Todos os pelos dos homens que atacavam Sarlet se eriçaram. O medo tomou conta dos homens. Velozmente Troidor tirou Sarlet do meio dos atacantes e disse.

-Minha querida descanse aqui eu tomarei conta do resto. Reg tuol. – o olhar do draconiano era calmo e sereno, mas provocou calafrios em Sarlet. Após o uso da magia Sarlet ficou curada.

Era Troidor contra dezesseis homens. Antes que os homens conseguissem perceber cada um recebeu um golpe. Todos caíram no chão imobilizados. O draconiano em luta disse.

-Minha querida qual deles acertou você? – Sarlet olhou bem e disse.

-Foi aquele ali no canto. – Troidor pela primeira vez demonstrou ódio.

Calmamente andou até onde o homem estava. Ele tentava se arrastar para longe do draconiano. Que o pegou pelo pescoço e o torceu apenas o som do pescoço quebrando foi escutado ele caiu inerte no chão.

-Nós nos rendemos, por favor, não faça mais nada. – disse um homem ainda sentindo muita dor.

-Afinal o que desejam aqui? – perguntou Sarlet.

-Teríamos que entregar uma mensagem aos senhores dragões caso fossemos derrotados. – o homem entregou um envelope.

Troidor pegou o papel e mandou os homens irem embora naquele momento não importava a intensidade da dor de cada um. Após todos partirem pegou o envelope e junto com Sarlet o abriram e leram. Uma forte surpresa tomou conta dos dois. Após isso foram até o palácio onde viviam.

A carta foi reenviada à cidadela dos dragões, diretamente a Dragor, o deus dos dragões.

Duas semanas após o envio da carta, Troidor, Sarlet, Nubax e Carnag receberam a resposta do líder máximo dos dragões. Quem recebeu a carta foi Troidor, que rapidamente as repassou aos seus companheiros draconianos. A carta dizia o seguinte.

"Senhor Troidor, é com muito pesar que informo que mais uma vez em muitos anos é necessária a retirada dos draconianos e dragões para seus devidos lares. O posto de monitoramento da passagem da cordilheira noar esta temporariamente fechada, sem prazo para ser reaberto.

É de extrema importância, que retirem todo e qualquer artefato draconiano, do palácio dos hóspedes. Quando o recinto estiver completamente deserto. É necessário o uso da magia de camuflagem, a mais poderosa.

Devem estar prontos para sair em três dias, após receberem esta carta. Um conjunto de jovens esta indo ajudá-los no transporte. Após a saída estar completa a presença do senhor e de sua fêmea é imperativo. Porém Nubax ou Carnag devem se encarregar da missão previamente proposta. Quando decidir qual deles for entregue os artefatos que achar necessário.

Sua presença na capital é imprescindível. Venha na sua forma original.

O motivo do fechamento será explicado assim que chegarem.

 

 Zoron, dia 8 de outubro, de 125679 D.Z.

 Dragor"

Após todos terem lido ninguém falou nada. Até que o draconiano branco disse.

-Muito bem. Hora de juntarmos tudo. Eu lançarei o feitiço sobre todo o território dos draconianos e você Carnag será responsável pela missão que ele cita na conversa. Depois que acabarmos a arrumação venha até a sala de reunião que será passado tudo a você.

-Sim senhor. – todos responderam.

Cada um estava encarregado de uma tarefa. Todos os documentos deviam ser guardados e levados a cidade draconiana mais próxima onde eles esperariam a ordem do Deus Dragor, para tomarem uma atitude. Sarlet era a responsável por guardar os itens valiosos que havia na residência. Nubax ajudava os draconianos que chegavam a carregar os pertences a um local seguro. Troidor também arquivava e juntava os documentos, fazia muito tempo que não fechavam o ponto e por isso, dava trabalho. Até que Carnag entrou no escritório, assim como ele havia pedido mais cedo.

-Senhor estou aqui para saber da minha missão. – Troidor olhou para ele e disse.

-Chegou cedo. Espere um momento que já volto. – disse o draconiano branco saindo do escritório e indo para o exterior do palácio. No lado de fora Troidor colocou as mãos no chão e disse.

-Lusão. – aos olhos de Troidor nada havia acontecido, pois apenas os de sangue draconiano poderiam enxergar o forte e a arena de combate. Enquanto que todos os outros veriam apenas a floresta e se eles se chocassem com a parede do palácio seriam automaticamente transportados para o outro lado sem sentirem nada, era um feitiço de disfarce perfeito, a prova de erros. Ao voltar foi conversar com Carnag.

E assim o posto avançado dos dragões na Cordilheira Noar foi fechado.

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