Troidor Sarlet e Nubax, tinham acabado de chegar a cidade dos draconianos, Dragovia, uma cidade subterrânea e dentro da Cordilheira Noar. Totalmente rústica e sem nenhum atrativo ou pedra esculpida para torná-la bela. Tinha só o necessário para sobreviver, casas humildes, que na verdade eram cavernas.
Ao chegar à cidade Troidor recebeu outra carta, desta vez enviada pelo comandante direto do Deus Dragor. Que dizia apenas para ele e Sarlet se dirigirem para o subterrâneo mais profundo, em suas formas originais, para entrarem em contato com seu Deus. Imediatamente obedeceram. Na carta também dizia para Troidor deixar ordens de fortalecimento da cidade e ordens inquestionáveis para que ninguém saísse da cidade, ou entrasse, sem permissão direta de Dragor.
-Nubax fique e lidere a organização de tudo. Sei que é novo, mas você dá conta. Quando terminar de organizar tudo aqui. Mande-me uma carta avisando, que lhe dou novas instruções. – preocupado Nubax perguntou.
-Mas senhor, não estou entendendo o que esta acontecendo. Primeiro o senhor entrega a Garnot a um humano. Depois somos atacados. E agora evacuados. Me explique. – Troidor riu e disse.
-Tudo na sua hora. Acabe aqui e me avise. Ok? – frustrado o draconiano assentiu com a cabeça e saiu gritando ordens. Troidor riu e junto com Sarlet pulou no infindável poço que havia exatamente no centro da cidade de Dragovia. Na escuridão total dois brilhos ofuscariam olhos de draconianos e cegariam os olhos dos humanos, se algum destes estivesse vendo. Era uma luz muito branca e outra vermelho sangue. Dois dragões surgiram, eram enormes e poderosos. Bateram suas asas e desceram ainda mais velozes pro fundo, do escuro buraco, que era tão grande que caberiam uns vinte dragões descendo juntos sem que se atrapalhassem.
Chegando ao fundo foram recebidos por um dragão maior que Sarlet, porém do mesmo tamanho que Troidor. Era um dragão totalmente negro, com olhos negros e pupilas vermelhas com chifres enormes nas costas e cabeça em ambos os lados, todos os dentes apareciam claramente quando ele fechava a grande boca mostrando o poder que as mandíbulas possuíam e sua garras eram mais afiadas que aço. Uma voz gutural e áspera surgiu e falou.
-Bem vindo Troidor, um dos três lordes dragões. Sou Runnn, o lorde negro. É a primeira vez em séculos que é necessária a união dos Lordes dragões. Sabe o porquê do chamado? – Troidor respondeu, sua voz veio suave e normal, como se estivesse na forma draconiana.
-Eu tenho uma idéia do que possa ser lord Runnn, mas certeza? Muito pouca. Prefiro não dizer nada, para não tirar conclusões precipitadas. Agora o senhor sabe por que minha senhora também foi convocada? – com um olhar frio e cruel Runnn respondeu.
-Prefiro não dizer nada, para não tirar conclusões precipitadas. – Troidor calmamente continuou olhando ao dragão negro e respondeu.
-Entendo. – e junto com sua companheira saiu andando com o dragão negro atrás. Através de túneis tão grandes como o buraco pelo qual descera foram caminhando até o covil do Deus Dragor.
Não demorou muito e perceberam que chegavam perto do local onde Dragor senhor de todos os dragões residia. A presença de peça de ouro e jóias mostrava que chegavam perto do local conhecido, mais profundo do planeta. Tesouros e mais tesouros se acumulavam ao longo do caminho, formando uma trilha que podia ser facilmente seguida. Com a fortuna que já tinha visto ali só no caminho, Troidor sabia que poderiam praticamente comprar o mundo conhecido. Para surpresa deles uma ofuscante luz amarela surgia em uma curva, era uma luz muito forte, só precisavam virar a curva que chegariam.
Ao chegarem Sarlet viu o quanto o covil de Dragor era enorme. Eles haviam chegada apenas em um ponto superior do covil, que se estendia por milhares de quilômetros profundamente, para cima e para os lados. Dragor falou e todas as escamas dos dragões se pudessem, se arrepiariam, com a voz do Deus.
-Desçam aqui meus filhos. Precisamos conversar sobre o futuro. – e mais uma vez os dragões se puseram a descer mais profundamente ainda, vendo tesouros nas encostas. Era a coleção pessoal de Dragor. Sarlet percebeu que a intensa luz que iluminava todo aquele enorme covil, vinha do próprio Dragor. A luz deixava os próprios dragões incomodados com ela, tal era sua intensidade.
Ao enxergarem o fundo vira o quanto Dragor era grande. Entre eles ali somente Sarlet nunca o havia visto, ele não aparecia nem para os próprios dragões, mas Troidor sempre se sentia um inseto próximo de tão poderosa presença que seu Deus emanava.
Sarlet sentiu lágrimas brotando de seus olhos vermelhos e chorou só por poder ver a presença de seu amado Senhor e quando chegou mais perto viu que ele era no mínimo umas dez vezes maior que ela. Mas ela não conseguiu perceber detalhes no seu Senhor, pois não conseguia sequer olhar para ele.
O Deus dragão emanava uma luz, de todas as cores que pareciam ricochear nos seus tesouros deixando todo o ambiente num dourado belo e quente. Ele só possuía dois chifres, um em cada lado da testa. Da sua coluna vertebral saíam pelos transparentes que reagiam à luz que se incidia sobre ele. Era uma reação estranha e inexplicável para Troidor, que achava belíssimo a dança dos pelos de Dragor. Suas poderosas mandíbulas poderiam mastigar e destruir qualquer um dos dragões ali. Possuíam quatro presas, duas em cima e duas embaixo que encaixavam perfeitamente quando estava de boca fechada. Suas escamas pareciam etéreas como os pelos de suas costas. Seu rabo era tão grande que descansava em um vão criado por ele mesmo na parede e que, de tanto bater a rocha onde deitava, cedeu espaço àquele monumental instrumento de vôo e guerra. E por fim suas imensas garras estavam escondidas sob uma pilha interminável de tesouros que as cobriam totalmente. O Dragão estava deitado com a cabeça abaixada. Ao sentir que eles chegaram levantou-a. Ficando bem mais alto que os próprios dragões a sua frente que estavam em pé. Começou a falar.
-Troidor. Relate a mim o que aconteceu. Desde o inicio. Desde a passagem do grupo de humanos pelo posto. – os olhos dele tinha uma profundidade incalculável e estavam totalmente branco.
-Senhor. O grupo disse que gostaria de passar, e por isso fiz como sempre fazíamos ocorreu-se um combate, onde Nubax e um menino chamado Zarto lutaram e houve um empate. – ao ouvir que havia acontecido um empate, entre um humano e um draconiano Runnn reagiu com violência demonstrando clara insatisfação. O Deus não teve reação alguma, como se esperasse o resultado.
-Entendo. Não podemos subestimar os híbridos. O motivo pelo qual convoquei dois dos três lordes dragões aqui é simples. Uma guerra esta sendo fomentada e acontecerá em breve. Não importa o que façamos. Não poderemos impedir. E sinto que uma mudança esta para acontecer no mundo. Uma mudança tão profunda, que é capaz de nós dragões, não sobrevivermos a ela. – Runnn que estivera se controlando firmemente não agüentou e disse.
-Mas isso é impossível Senhor. O Senhor é o Deus dos Dragões, Dragor o poderoso. Após nascer filho de Zoron, desenhou a própria forma que queria assumir e assim a mantém mesmo após milênios. Que mudança poderia ser essa que seria tão grande? – Dragor soltou uma gargalhada pelo desabafo do lorde negro e falou.
-Que mudança poderia ser? Não sei. – um momento de assombro passou entre os dragões.- Mas pode ser a maior das mudanças causada pelo menor dos seres. Uma coisa que aprendi Runnn, é que tudo é possível no mundo. Podemos estar dependendo de decisões que no momento atual parecem da menor importância. Vá e convoque a mim todos os dragões e draconianos que puderem para virem aqui. E peça a todos que virem, pegarem o máximo que puderem do meu tesouro e jogarem aqui. – Runnn saiu levantando vôo sem entender palavra alguma do seu Líder. Dragor virou para Troidor e Sarlet e disse.
-Agora me contem do menino Zarto. Ele tem potencial para ser o escolhido? – Sarlet e Troidor se entreolharam, e tentando olhar nos olhos de Dragor disseram.
-Sim Senhor. Achamos que ele foi, e é o escolhido pelo seu irmão.
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Guardiões do Destino
FantasiHá muito tempo, o Império Espadachim e o Reino da Magia combatem entre si. O motivo para tanta animosidade se perdeu ao longo dos anos. O que resta entre os dois países agora é rancor e ódio. Porém as duas nações concordam em um único ponto, ambos p...