Eu vendo perfumes em uma pequena banca, situada em Liyue.
Estava a arrumar as prateleiras, como faço todas as manhãs, quando vejo um cliente habitual.
- Olá S/n, como vai a Missy? - diz o mesmo mexendo na minha gatinha que estava em cima do balcão.
- Vai bem, é o mesmo de sempre? - pergunto ao ruivo.
- Sabes bem que sim. - ele diz soltando uma risada.
O Childe vinha à lojinha todos os meses, para comprar o mesmo perfume. Era um perfume de tom alaranjado com um cheiro suave.
Ele ia lá tantas vezes que éramos praticamente amigos, mas eu não sabia nada dele. Nunca o encontrava pela cidade, nunca ninguém falava dele e nunca lhe perguntei nada.
Era alguém misterioso.
Começamos a falar porque ele morreu de amores pela minha gata, Missy.
E bem, cá estamos nós.
- S/n vc precisa de ajuda? - ouço ele perguntar do balcão.
- Não é preciso, Childe, mas muito obrigada. - digo sorrindo para o garoto.
- Quando vc vai deixar minha filha vir comigo para minha casa? - ele diz fazendo carinho na Missy.
- Minha filha. - resmungo.
- Nossa. E acabou. - ele diz abraçando a gata.
Acabo sorrindo com a reação do homem, enquanto estava de costas terminando o perfume.
- Não ia deixar vc desaparecer com a minha princesa por um mês. - brinco com ele.
- Sabe que esse é meu charme, sumir e aparecer só para te ver. - ele diz piscando o olho.
- Pensava que era só para comprar perfume, as suas visitas mensais. - provoco enquanto decorava a embalagem do perfume.
- É um três em um. - ele comenta.
Olho para ele assim 🤨.
- Fico cheiroso, vejo a nossa filha e admiro vc. - ele explica sorrindo.
- Idiota...- reviro os olhos.
- Só por vc. - ele diz ainda brincando com a minha gatinha.
Pego no perfume pronto e entrego para ele.
Eu tinha decorado a embalagem com uma fotinha dele e da Missy que eu tinha tirado uma vez.
- OLHA FILHA, NÓS! - ele fica mostrando a embalagem para a gatinha, todo bobo.
A felina se assusta um pouco com a animação repentina do ruivo, e vem para perto de mim, a miar.
- Vc assustou ela, Childe. - digo sorrindo, enquanto acaricio a gatinha.
Ele fica parado algum tempo com uma cara meio triste, pensando em algo.
O Childe encarava a embalagem do perfume suspirando.
- Tudo bem? Ela não se assustou de verdade. - digo preocupada, pensando que é algo em relação à Missy.
Ele pegou no meu rosto e o acariciou de lado. Eu me assustei pelo toque repentino, mas ele não estava fazendo aquilo ser desconfortável.
- Eu te amo tanto...-ele diz sorrindo, mas eu conseguia ver que ele estava triste.
O mesmo começou a ficar com os olhinhos dele meio aguados, mas não chegou a descer nenhuma lágrima, ele não deixou que elas saíssem.
Ele me largou, pagou e ficou um pouco em silêncio.
- Cê volta quando? - pergunto com um nó na garganta.
Childe me encara e inclina a cabeça.
- Próximo mês. - ele responde.
- Tem certeza?
