Estava na taverna para me aquecer, já que, nesse momento, passava uma tempestade enorme no lado de fora.
Trabalho como ajudante do Diluc e acabei por ficar presa no meu próprio trabalho. Não só eu, mas todos ali presentes.
Começava a ficar cansada de tantos velho bêbados a reclamar.
De repente, alguém fala entre o monte de gritos na taverna.- Por favor, irmãozinho, por quanto tempo vais prender estes pobres senhores aqui dentro?
Era Kaeya.
O irmão do meu chefe estava encostado num poste perto do balcão e falava com um tom provocador.
Provavelmente ele estava a se divertir com a situação em que o irmão se encontrava.O Diluc parecia estar num pesadelo, nunca o tinha visto tão zangado.
- Se vc não calar a boca...- o ruivo disse quase pulando para cima do outro garoto.
Dei dois tapinhas no ombro dele.
- Não se preocupa, nenhum cliente pensa que está a ser preso cá dentro. Eles sabem que vc está os protegendo.
Ele se acalma ao ouvir o que eu disse, e se senta no balcão.
Somos amigos há anos, eu e o Diluc, e mesmo assim ainda não compreendo o Kaeya.
Ele é...diferente.
E sim, ele é meu namorado.- Então a deusa da minha vida fala? Estava difícil ouvir sua linda voz no meio dessa taverna horrível do meu irmão. - o moreno pisca o olho para mim (o único que ele temkkk)
- Cala a boca, por favor. - eu não podia discutir com ele naquele ambiente caótico.
- Vem calar, mas só se for com um beijo.- provoca
Eu reviro os olhos, hoje estou muito cansada para as provocações dele.
Ele viu que eu o ignorei e foi para o cantinho dele, chatear uns bêbados.
Eu respiro fundo e vou ajudar o Diluc a tentar conectar a Jean, para a avisar da situação.
- Eaí conseguiu alguma coisa? -pergunto
- Não dá S/n, a ligação está muito ruim...- ele resmunga ligando outra vez.
Começo a ficar stressada, mas sinto duas mãos a agarrarem a minha cintura.
Olho para o lado e vejo o Kaeya enterrando a cabeça no meu pescoço, e esse gesto só significava uma coisa, ele estava com soninho.
- S/n?
- Diz. - murmuro
- Me faz carinho. - ele pede
- Tá bom, só um pouco. - digo sorrindo.
Fico fazendo trançinhas no cabelo dele, fazendo massagem e distribuindo beijinhos no rosto dele.
O Diluc me chama para ir ao andar de cima da taverna, então eu pouso o Kaeya meio adormecido no balcão. Tentei posicionar ele de uma maneira confortável.
- Que foi, chefe?
- Dá para ir até ao escritório da mestre Jean, mas tem de ser alguém autoritário. Posso deixar isso com vc....e com o Kaeya? - ele diz hesitando na última parte.
- Eu vou sim, mas não sei se o Kaeya consegue ir. Ele estava dormindo. - aponto.
Mal deu tempo do Diluc explicar a situação ao moreno, que ele aceitou logo.
- Vc acha mesmo que eu deixaria o amor da minha vida ir para o meio da neve sozinha nesses tempos de perigo??!? - ele diz indignado se colando em mim que nem um bixo.
- Não é vc que está sempre dizendo que ela é a princesa do frio? - o Diluc levanta a sobrancelha.
- ELA É, PQ EU SOU O PRÍNCIPE DO GELO, ENTÃO NÓS FICÁMOS A COMBIN- ele faz uma pausa dramática. - Coisas de casal, vc não entenderia. - ele provoca
O ruivo só revira os olhos e volta a tentar acalmar alguns clientes.
- Vem. - o azulado me puxa para fora da taverna, onde estava nevando muito.
Caminhámos algum tempo pela neve, morrendo a cada passo pela dificuldade, até que eu olho para o Kaeya.
Ele estava com os olhos inchados do soninho dele, e a cara do mesmo estava toda amassada de lado. Como ele estava usando a pala, dificultava para ele ver com tanta neve vindo na nossa cara.
- Amor, não quer voltar para a taverna? Eu prometo que eu vou ao escritório rápido e vou lá ter com vc para fazer carinho. Vc precisa de dormir, anjo. - pergunto quando fazemos uma leve paragem a meio das escadas para descansar um pouco.
Ele me abraça e cola os nossos rostos para dar calor.
- Musa, eu queria chorar agora com as suas palavras, mas provavelmente as lágrimas iam sair congeladas. - ele solta uma risada gostosa.
O azulado acaricia o meu rosto de lado.
- Vc está falando de mim, mas eu também ando notando as suas olheiras, meu bem. Não se mate de trabalho, promete que depois vamos dormir no meu quarto? - ele fala com preocupação na sua voz.
- Prometo Guapito. - beijo o nariz dele.
Ele espirra, eu pego no braço dele e digo:
- Vem vamos rápido avisar a Jean.
- Nãooo~ - ele resmunga fazendo peso para eu não me levantar.
- Tá maluco, vida? Não podemos ficar aqui não, o Diluc vai matar a gente se demorar muito. - reclamo
- Ele é seu chefe, mas é meu irmão. Eu dou uns tapas na cabeça dele e ele me perdoa. - ele resmunga comigo se deitando em cima de mim.
- Kaeya...ele nos deu um trabalho. - tento explicar mexendo no cabelo dele.
- E eu me sinto na obrigação de falhar a esse trabalho para ficar de melação na neve com a minha namorada e futura esposa. - ele me enche de beijinho frio.
Eu fiquei sendo esmagada, não conseguindo sair de baixo do peitoral dele. Assim, não que eu esteja reclamando...
- Sabe, eu quero me casar com vc um dia. - ele diz me olhando.
- Sério? - pergunto fazendo cafuné nele
- Sim, aí vc vai ser minha rainha do frio. - ele diz com uma voz carinhosa.
- E vc o meu rei do gelo. - dou um beijo na testa dele.
Ficamos em silêncio só aproveitando a companhia um do outro, por um bom tempo.
Amo o meu moreno apocalíptico, para todo o sempre.
- Pretinho...- sussurro.
- Hmm - ele resmungou.
- Sabe o que pode impedir da gente se casar? - eu pergunto a ele.
- Oxi não. - ele disse assustado.
- O Diluc matando a gente quando descobrir que ficamos trocando carinho em vez de salvar ele. - digo rindo.
O Kaeya suspira emburrado e vai se levantando de cima de mim.
- Porque é que teve que me calhar esse irmão, nessa cidade, nessa vida? - ele faz drama.
- Se vc não estivesse aqui, não estaríamos juntos. - abraço ele, quando já estamos levantados.
Os olhinhos dele brilham, bem...o olho.
- Nem diz uma coisa dessas, musa. Sem você a minha vida não era colorida. - ele beija o topo da minha cabeça.
- Está dizendo isso porque eu também gosto de mulheres ou...- faço gracinha
- Amoor não dá nem para ser mais meloso com vc. - ele me larga fingindo estar emburrado.
Pego na mãozinha dele e continuo a caminhar com ele, até ao escritório da Jean.
Ele entrelaça os nossos dedos e seguimos com as nossas mãos aquecidas pelo calor um do outro.
Nem me importo tanto com a neve.
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Abandonei vcs ontem, dsclpm amores 😿
Enfim espero que compense.