Ela fazia parte das Plásticas de Mondstad, bem pelo menos na minha cabeça.
Fui uma criança viciada em Meninas Malvadas, e sou até hoje. Sempre jurei que nunca ia encontrar uma garota igual ao filme, até porque eu ia cair na porrada com alguém assim.
Mas ela era diferente, uma menina malvada perfeita. O jeito arrogante e patricinha dela fazia eu me apaixonar cada dia mais por ela. Não era a minha Regina George, e credo se fosse, era a Mona.
A primeira fez que falamos eu disse a ela que ela era extremamente atraente, com o jeito dela de se vestir. A Mona me respondeu com "eu sei" e foi embora.
"Mal educada..." foi o que eu disse para as minhas amigas da época.
Mas a verdade é que nada apagava o brilho dela, todas queriam ser como ela, até eu. Um dia o impossível aconteceu e ela me convidou para a festa do pijama que ia haver em casa dela.
Eu tinha chegado lá tremendo de medo, mas com uma postura confiante. Logo ela vem me receber na porta de casa dela, com aquele sorrisinho notório.
- Sabe eu pensei que você era lésbica, fiquei com receio de te convidar...
Ela começa dizendo enquanto me guia pela casa, e eu faço uma cara meio assustada. Se fosse mesmo uma Regina George era melhor eu fugir daquela casa.
- Mas aí lembrei que sou lésbica! Então você está aqui!
A Mona soltou uma risada, que me fez ficar mais aliviada. Além de que agora eu sabia para que time ela torcia.
Ela percebeu que eu tinha ficado mais confortável e me deu um sorriso caloroso. Eu nunca a tinha visto sorrir assim, vou anotar isso na minha memória para sempre.
Ela me levou para o seu quarto e me apresentou para as outras meninas presentes lá. Todas nós tivemos uma noite muito divertida lá, e eu amei cada momento. De manhã, quando eu estava indo embora, ela me parou na porta.
- Você é legal [Nome], agora é minha amiga.
Ela pendurou os braços dela em volta do meu pescoço e me abraçou.
- Pode sentar com a gente na hora do almoço, tá? Tchauzinho~
A Mona soltou o abraço e saiu desfilando como sempre, enquanto eu ficava na porta parada em choque.
Desde então, somos inseparáveis.
Estou ficando na casa dela para uma das nossas festinhas de pijama semanais.
Enquanto eu comia um pedaço do bolo que ela tinha feito, fazia um penteado legal no cabelo dela.
- [Nome] você viu que lançou aquela linha de maquilhagem nova, né? - ela perguntou, se olhando no espelho da penteadeira da mesma.
- Vi sim, porquê? - respondo meio desconfiada.
- Não quer comprar para mim?- ela faz um biquinho que eu vi pelo espelho.
- Você é uma falsa rica, sabia? - dou um suspiro longo.
- Pelo menos sou bonita. - ela diz jogando o cabelo.
- Não mexe o cabelo, se não a trança vai ficar torta. - repreendo- a.
A garota ficou em silêncio por um tempo o que eu estranhei, isso nunca era bom sinal.
- [Nome]? - ela chamou.
- Pode falar. - respondo, concentrada no penteado que havia ficado um pouco mais complicado.
- Eu sei fazer penteados melhor que você, e a gente está fazendo uma coisa errada aqui. - ela aponta.
- O quê? - pergunto parando um pouco o que estava fazendo.
- A nossa posição. - ela diz se movendo.
Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ou a impedir de se mexer, a mesma se senta no meu colo e entrelaça as coxas em volta da minha cintura, ficando de frente para mim.
- Mona não é querendo criticar não, mas isso aqui não dá jeito nenhum...- explico tentando levantar os meus braços para mexer no penteado.
- Shhh... Eu vi que era assim, para quieta. - ela diz me mandando calar.
Como eu não conseguia me mexer, resolvi relaxar os músculos. Não era uma posição má, só não era a melhor para fazer um penteado.
- Se você queria ficar me abraçando era só dizer. - provoco ela.
Não ouço ninguém responder, então cutuco ela.
Ela reclamou e mandou eu calar a boca. Quando eu ia cutucar ela mais uma vez, Mona enterrou a cara profundamente no meu peito, me empurrando e se deitando por cima de mim.
- Você consegue ser chata às vezes, pode parar de me cutucar?
- Pode sair de cima de mim então? - digo
- Você realmente quer isso? - ela pergunta.
Fico em silêncio e isso entrega a minha resposta.
- Pois, eu sabia. - ela dá um sorrisinho vitorioso.
Acabamos por dormir naquela posição mesmo, então quando acordei tive que levantar um pesinho logo de manhã.
Fui então preparar o café da manhã para nós as duas, uma coisa mais simples mesmo.
Pão com ovo e sumo estavam na mesa quando a icónica princesa Mona desceu pelas escadas. Ela tinha vestido um robe cor-de-rosa, umas pantufas de coelho e já tinha feito o cabelo como habitualmente fazia.
- Você que fez esse pão? Quantas calorias tem? - diz encarando o pão.
- Sei lá Mona, só come essa comida aí. - reclamo de boca cheia.
- Vou comer as minhas barrinhas saudáveis que ganho mais! - ela diz rodopiando e foi buscar as tais barrinhas.
Reviro os olhos para a atitude da morena, sempre a se preocupar demais com coisas relacionadas a comida. Quando ela volta com a barrinha na mão, e já metade comida, faço uma cara surpresa.
- Que foi? - ela diz me olhando estranho.
- Até o meu pão é mais saudável que isso daí! - digo rindo.
- QUÊ? - ela grita.
- Ya, isso são barras de ganho de massa muscular. Não me parece que queiras ser bombada...- digo rindo ainda mais.
Ela cospe a barra para o lixo e grita extremamente agudo. Eu olho para ela entretida e achando a situação meio engraçada, eu esquecia ás vezes que ela era idêntica á famosa loira metida.
- E AGORA [NOME]??? AH AQUELA PUTA ME PAGA. - ela grita falando de uma amiga dela qualquer.
- Relaxa você não morre por isso não. Vem aqui comer o seu pãozinho, vem. - digo empurrando o prato para a frente dela.
Ela comeu o pão depois disso com uma vontade que eu nunca tinha visto.
- O que eu seria sem você [Nome]?... - ela diz melancólica mastigando o pão.
Dou um sorriso. Ela já tinha um corpo perfeito, de todos os ângulos possíveis, mas gostava sempre de estar numa jornada de perder peso.
- Não acredito que me enganaram! Ela vai ver, eu vou ficar só osso. - ela reclama.
- Como você vai lutar só com osso? - questiono.
Ela fica em silêncio, brincando com as últimas gotas de sumo que restavam no copo dela.
- O seu corpo já é perfeito Mona, coma o que te faz feliz. - olho para ela.
- Mas o que eu vou fazer se outra garota parecer mais bonita que eu? - ela pergunta em pânico.
- Você já é a mais bonita, tanto para você quanto para mim. - sorrio.
Ela solta uma risadinha e pede para eu fazer mais pão para ela comer.
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Este capítulo estava arquivado á mil anos, fiquei com vontade e postei.
