POLAR

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sentindo o ar quente bater em seu pescoço, o menino dos cabelos negros se encolhia na cama. O outro estava em seu colo, colocou suas mãos apoiadas em seus ombros e atacou seus lábios. O beijo mais desesperado de sua vida, sentiu o outro se mexer em seu colo, as mãos desceram pelas suas costas arranhando fortemente.
No mesmo caminho elas desceram até fazer a volta para seu peito, descendo até chegar em seu zíper, que foi rapidamente aberto pelo outro.

O alarme fazia um barulho insuportável, o moreno saltou da cama e o desligou.
se jogou nela e colocou o travesseiro em sua cabeça para abafar seu grito, e gritou.

– merda, porque você invadiu meus pensamentos? – Pedro agora estava deitado, respirou fundo e levantou correndo para o banheiro, mais uma vez, tomando banho gelado. Saiu com a toalha amarrada na cintura e foi puxando as primeiras roupas que encontrava em seu guarda roupa para vestir. seu celular apitou com uma notificação de Malu, era o Instagram.
Viu um vídeo dela e o próximo era de meses atrás.

Um vídeo onde João mostrava sua viagem a Los Angeles, ele estava com Malu.

– eu ainda não acredito que você não sabe jogar futebol, nem andar de bicicleta. que tipo de criança você foi? – Malu riu fazendo cócegas no amigo.

– eu gostava de ficar debaixo da mesa da sala de jantar brincando com as coisas da minha irmã escondido – ele confessou ficando vermelho pelo sol.

– então você era uma criança mais criativa, eu era Maria vai com as outras – Malu parou pra pensar, novamente fazendo o amigo gargalhar.

Analisou o sorriso do outro, os olhos fechavam quase todas as vezes e quando estavam abertos soltavam um brilho que dava pra ver bem lá no fundo. Um brilho que não aparecia lá quase nunca.

Suspirou e desligou a tela de seu celular, jogou na cama e passou a mão pelo seu rosto.

– por favor cabeça, pare de pensar nesse idiota.

               ꒰⁠⑅⁠ᵕ⁠༚⁠ᵕ⁠꒱ - cinco dias depois

Fechou os olhos enquanto tentava não pensar, mas a dor era ardente. Um tempo passou e foi amenizando, a tatuagem estava pronta.

Malu, Pedro e Renan resolveram que fariam juntos a tatuagem da estrela polar, pelo motivo de terem se conhecido no fundamental fazendo um trabalho em grupo sobre sua constelação qual o professor era quem formava os grupos.

– caraca, eu não achei que fosse doer tanto – Renan foi o primeiro a sair da galeria.

–  dói nada, você que é fracote – Pedro fingia normalidade ainda sentindo sua pele queimar.

– para de pagar de machão, você também tava quase chorando – Renan rebateu.

– Claro que não, você sabe que eu sou asmático, era minha asma atacando.

– ah claro, tudo você coloca sua asma no meio – Renan começava mais um longo argumento.

– vai invalidar minha asma agora? – Pedro devolveu, mas encerrou quando Malu parou em frente a eles com os braços cruzados.

– aí chega, vocês parecem crianças! – bufou sentando na Guia Da calçada.
– mas então, olha, como meu aniversário tá chegando, eu tenho direito de te pedir, por favor! – olhou para Pedro enquanto já preparava seus olhinhos de gato de botas.

– lá vem você, o que envolvendo a Barbie eu vou ter que suportar dessa vez? – Pedro já reclamava sem ao menos saber do que se tratava.

– eu só preciso buscá-lo , hoje ele vai dormir na minha casa e eu posso até ir de Uber se você quiser, mas é que ele vai levar umas coisas e eu achei que você pudesse ajudar, já que você tem um carro e tal.

– porque ele vai se mudar pra sua casa se ele tem aquela mansão enorme? – coçou os cabelos. – e porque sua mãe não me deixa dormir no seu quarto e o João ela deixa? Eu sempre quis perguntar isso, mas eu sempre esqueci.

– a minha mãe sabe que você é um safado e que a gente tem uma antiga história – Malu riu se lembrando de sua pré adolescência.

– hum bom saber tia, acha que eu sou um safado.

– você quer entrar no carro logo?, eu tô com sede – Renan reclamou atrás deles.

               
                     ⁠꒰⁠ᵕ⁠༚⁠ᵕ⁠⑅⁠꒱

Ao chegar em frente a mansão, Pedro se encostou no banco do Corsa e esperou a amiga sair com os olhos fechados, mas não demorou nem dois segundos para que João entrasse em seu carro.

– nossa, você esperou a gente aqui na frente? – Renan riu.

– é, vocês demoraram – João disse sem graça e deitou no ombro da amiga no banco de trás.

O moreno começou a observar o cacheado.
Ele parecia cansado, seus olhos estavam  molhados e suas bochechas estavam avermelhadas. Ele estava quieto, apoiado em Malu mas seus olhos estavam abertos parados olhando para a janela, sua cabeça parecia estar tão longe.

Chegaram em frente a casa.

– Aí gente, minha mãe me mandou uma mensagem falando que não volta de viagem hoje, porque vocês dois também não dormem aqui? – apontou para Pedro e Renan.

– prefiro não – Pedro riu, ignorando os fatos.

– ah, por favor, faz tempo que os polares não tem uma noite de amigos só nossa, nós merecemos! – ela gritou.

– aí… se bem que não tô afim de voltar pra casa mesmo, o que tem pra beber? – Tófani colocou seu boné para trás, saiu do carro e travou as portas.

– podemos ver na adega, vem.

Às vezes Pedro se esquecia o quão seus amigos eram ricos.

– vai ser uma noite doida.

. ⁠˖⁠꒰⁠ᵕ⁠༚⁠ᵕ⁠⑅⁠꒱





   

Lábios de vinho - pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora