Lábios de vinho - pejão

SÃO PAULO, 2015

A fumaça se misturou com a neblina da noite, atrás do bar eles ainda dividiam o mesmo cigarro. A este ponto os olhos de João também estavam coloridos pela erva, e ele resolveu se apetecer dela. 

– você já ficou com alguém em um beco ou isso não acontece na barbieland? – o moreno perguntou aproximando seu corpo do outro. 

– isso não acontece na barbieland – João respondeu fazendo o outro fingir decepção. 

Tófani se atreveu a pegar em sua mão, e o puxar para andar. Romania olhou para os dedos entrelaçados enquanto o outro o guiava pelo quarteirão, lembrando de sua reflexão à tarde. 

parou em um beco sem saída, a luz baixa refletirá na placa da rua consolação de longe. 

– você ficou estranho comigo hoje – o cacheado finalmente jogou, se sentindo seguro para isso, quando o outro estava o apoiando na parede, e segurava sua cintura. 

– eu não sei, estava de mal humor – riu sem graça. 

– quem era aquela garota? – João se atreveu a perguntar.

– eu não sei, ela que chegou em mim e pra ser sincero eu preferia beijar você – soltou sem pensar, fazendo João sorrir largo.

– e tá esperando porque? – umedeceu lábios. 

– você tá sorrindo igual o coringa agora sabia? – Pedro disse fazendo o mais novo rir da comparação e o puxar com rapidez. 

– me beija seu idiota. – ele sussurrou e atacou os lábios do maior. 

Enquanto estavam em uma grande luta com os lábios colados, Pedro mordeu os lábios do mais novo tentando se vingar involuntariamente e recebeu algo que não esperava. João se ajoelhou puxando Pedro pelo cinto da calça desgastada. 

– porra, você sempre me surpreende – O moreno soltou, e agarrou os cabelos do mais novo quando sentiu seus lábios por sua base. Seus olhos se fecharam e ele agarrou os cachos na nuca. João arfou alto em prazer, enquanto se saciava. 

                       ꒰⁠⑅⁠ᵕ⁠༚⁠ᵕ⁠꒱

Em seus tropeços chegou em casa, junto de João. ele sabia que não tinha ninguém, sua família havia saído para um jantar. Puxou o mais novo para dentro com pressa e fechou a porta atrás de si. 

– você tá safado agora em – João riu, puxando Pedro e o jogando no sofá, se sentou no colo do mais velho e o beijou com todo o desejo que guardou.

– temos que subir, aqui é arriscado – disse antes de puxar os lábios do cacheado. 

– não senhor, só vim te trazer! preciso ir – separou os lábios do outro e se levantou. 

– hum.. só mais um pouquinho – Tófani puxou o rosto do mais novo em um beijo mais calmo e delicado, ali ele tinha entregado algo, e João sentiu, por isso se afastou. 

– agora eu preciso mesmo ir – caminhou até a porta – é, tchau.. Pedro – ele olhou para trás, colocando a mão na porta. 

Pedro se aproximou rapidamente e o abraçou, descansando a cabeça em seu ombro. 

– me avise quando chegar, eu vou esperar – sussurrou baixinho.

Romania não sabia retribuir o abraço, mas colocou as mãos em volta das costas do outro de um jeito engessado. 

– Tá bom, eu faço isso. – se afastou do abraço e saiu pela porta.

 Pedro suspirou fundo sorrindo feito um bobo, quando virou seu corpo para frente se assustou colocando a mão em seu peito.