Lábios de vinho - pejão

ABBRACCIARE LA LUNA

Alerta de gatilho

Crise de asma nos primeiros três parágrafos.

                         ꒰⁠⑅⁠ᵕ⁠༚⁠ᵕ⁠꒱⁠˖

O principal motivo por trás da dificuldade de respirar é a exposição a agentes irritantes. Durante uma crise, o organismo contrai a musculatura que existe em volta do brônquio, diminuindo a passagem de ar. Pedro havia sido diagnosticado quando era apenas um bebê, e tudo sempre saia de controle, mas sempre havia alguém que sabia o que fazer. Naquele momento, seus sentidos estavam bagunçados e seu corpo se contraiu, ele tenta mentalizar em sua consciência.

Deslizou fragilmente seus dedos até o bolso da calça, puxou a bombinha. Mas ela caiu para longe. Seu corpo estava estremecendo.

Quando seus olhos estavam quase se fechando, sentiu algo o puxar para cima, alguém. Ele sentiu a pressão da bombinha e as coisas se estabilizarem aos poucos, ouvia para respirar  fundo, assim ele o fez. Recebeu uma garrafa de água e uma mão feminina em suas costas.

– está tudo bem? – ela perguntava recebendo o outro acenar positivamente. – sei que você disse que não precisaria te buscar, mas eu tenho um irmão da sua idade, não deixaria você correr sozinho por estes lados – ela tinha a voz calma e gentil.

– obrigado, obrigado, você me salvou.

Alguns minutos depois...

Ele acabou cochilando no banco do carona, Isabella sorria de lado enquanto dirigia. Não demorou muito, mas eles estavam em frente ao apartamento.

– hey, tudo bem? Chegamos – acordou sentindo os dedos da Romania mais velha em seus ombros.

Eles subiram os quinze andares de elevador, Isa notou o quão nervoso o outro ficou naquele local fechado, e fez algumas perguntas para o distrair. Sobre a viagem, se ele gostou de Roma.

– o João ter você é um alívio – ela disse sorridente enquanto saía do elevador.

– espero que eu tenha ele também – ele respondeu olhando para seus pés. Ele estava tão desarrumado que agora começou a pesar.

– JOÃO, CHEGAMOS – ela gritou quando entraram. Olhou ao redor e o apartamento parecia estar vazio. procurou no resto dos cômodos e nada do mais novo.

– pode ficar à vontade, temos um quarto de hóspedes, eu vou ligar para ele. – ela apontou para o quarto, Pedro seguiu o caminho a frente.

Aproveitou para tomar banho, lavar os cabelos e até abraçou a parede.

– eu casaria com o brasileiro que inventou o chuveiro – ele pensou alto enquanto se lavava. Quando voltou ao quarto avistou uma camisa verde e uma calça, Isa deve ter deixado lá. Ele reconheceu ser de João, puxou a camisa e cheirou. – tem cheiro de plástico, realmente meu mauricinho. – ele sorriu e vestiu.

Terminou de se vestir e ajeitou seu cabelo no espelho, nada como um banho com shampoo caro. Saiu do quarto e presenciou algo intrigante.

– como assim você tá voltando pro Brasil, João Vitor volta pra cá, eu preciso te mostrar uma coisa! – ela dizia alto, parecia desesperada.

Pedro chegou de mansinho, Isabella estendeu o telefone rapidamente.

– fala com esse cabeça dura, ele não me ouve! – ela faz súplica com os olhos.

Segurou o celular em suas mãos, ouviu a respiração do outro lado da linha, seus olhos encheram de lágrimas.

– hey, meu anjo – Pedro dizia baixinho, delicadamente. Pensou em como o resto de João estaria agora. – boneco de plástico.