O vendaval que nos destruirá: 11

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Como foi prometido o final de semana seguinte fora exclusivo para que as Marias estivessem em Brasília e "montassem" seus quartos. As duas haviam passado toda a viagem conversando com a mãe sobre isso, mostravam paletas de cores que mais lhes agradava, comentavam sobre os móveis e o que poderia decorar melhor o ambiente. Simone tentara dedicar parcialmente sua atenção ao que escutava de suas meninas, sempre com mãos gentis sob seus cabelos lisos, naquela manhã o enjoo revirava seu estômago.

Não sabia se incomodava a pequena vida em seu ventre a viagem ou era um típico enjoo matinal que a tirava de eixo, respirava profundamente e tentava não contorcer o nariz sempre que um aroma lhe passava para agravar a náusea. Inspirando pelo nariz e soltando o ar pela boca, cautelosamente, ela por pouco não vomitou antes de chegar ao apartamento, completamente pálida. Sentia o braço de Haddad em torno de sua cintura a sustentando de pé, ele sabia que ela não estava se sentindo bem e cuidadosamente se assegurava de garantir um apoio sobre a mulher.

- Então, escolheram onde cada uma irá dormir? – Haddad perguntou ao passarem pelos outros três quartos disponíveis.

- Por enquanto não tem lá muita diferença entre eles – Fernanda sorriu com os braços cruzados – Mas já decidimos sim.

- Agora a gente tem que pintar! Tá muito sem vida o meu quarto – Eduarda passou um pincel imaginário pelo ar.

- Estão cobertas de razão – Haddad concordou com empolgação.

- Vamos as compras?! – Eduarda deu um saltinho de entusiasmo.

- Já estamos com tudo muito bem planejado aqui – Fernanda mostrou uma lista ao homem, que olhou orgulhoso para elas, e depois para Simone que estava escorada à parede.

- Meus amores, vocês se incomodam de ir sozinhas com o Haddad? – Simone questionou, uma respiração profunda acompanhando sua fala.

- Você não quer ir mãe? – Eduarda indagou confusa.

- Acho que a mamãe não está se sentindo bem – Fernanda a observou preocupada.

- Podemos fazer isso amanhã ou outro dia – Haddad segurou a mulher quando essa balançou instável – Simone – Sussurrou de maneira urgente.

- Estou bem – Afirmou, voltando a sua compostura e o afastando.

- Tem certeza, mãe? – Fernanda insistiu.

- É só o cansaço – Mentiu, os lábios sem vida – Vou deitar um pouco e logo passa – Se aproximou das filhas com olhos cansados – Se comportem com o padrasto de vocês – Pediu, deixando um beijo no topo da cabeça das duas.

- Ele é dono da chave do cofre – Eduarda replicou o que ouviu sua mãe dizer e riu quando ela lançou um olhar severo.

- A gente traz ele de volta com algum dinheiro no bolso, mãe – Fernanda reforçou a brincadeira.

- Quanto humor o de vocês hoje, não?! – A mulher sorriu e deu um tapinha leve no peito de Haddad – Não as deixe te falir – Riu.

- Vou lembrar desse conselho – Deixou um selinho nos lábios dela.

- Se quiser levar um cartão meu - Fez menção a procurar sua bolsa, mas fora impedida.

- Não será necessário - A manteve entre seus braços amorosamente – Tem certeza de que não quer ir ou quer que a gente fique? – Tocou as mãos dela com preocupação e as beijou docemente.

- Vá tranquilo, vou ficar bem – O aproximou para sussurrar em seu ouvido – Logo esse enjoo passa.

- Diga a minha pequena borboleta que trarei algo para ela também – Sussurrou de volta e a fez sorrir apaixonada.

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