Antiquário

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Cameron e Leah já haviam programado tudo: minha ausência no bando, rotinas com a Alex, hospedagem em Seattle e dinheiro para me manter lá. Eu não estava com cabeça para burocracias e, felizmente, todos reagiram muito bem. Até porque, uma coisa é fato: eu só volto com tudo resolvido. Era imprescindível a paciência de todos.

— Sabe que pode me ligar se e quando precisar, não é?

— Sim, Jake. Obrigada pela força e por tudo até aqui. — O abracei sem me importar com a força depositada. Ele tinha um dos abraços mais acolhedores do mundo.

— Ficarei torcendo para que tudo se resolva o quanto antes. Você sabe, ficar sem minha Beta no comando significa a subida de Leah e automaticamente a de Seth… Só volte logo.

Rimos juntos e o soltei devagar.

— Paciência com meus bebês. Se cuida, Jake.

— Você também, May. E… Cuidado com o sanguessuga.

Meu amigo e daqui a pouco parceiro de viagem, teve que retornar para sua residência fixa no Canadá junto da sua nova família, para que pudesse organizar suas obrigações por lá e arrumar as malas, enquanto eu fiz o mesmo por aqui e, por fim, estávamos prontos para nos encontrarmos em um simples hotel no nosso destino final.

Fechei minha última bolsa e suspirei quando a coloquei no chão. Alex me observava atenciosamente, como se quisesse questionar qualquer mínimo movimento meu.

— Pode falar, sis. O que te preocupa?

— Não sei não, Maya. Já viemos de Seattle pra cá para recomeçar nossa vida. Tudo de ruim aconteceu naquela cidade. Quando mamãe foi pra lá, seu pai morreu. Nossa mãe também morreu lá. Cameron foi atacado e se tornou um vampiro… Você realmente acha que é uma boa voltar depois de tudo? E se você se transformar na frente de todo mundo? Ou se...

— Ei… Vem cá. — Abri os braços para acolher minha pequena adolescente — Coisas ruins acontecem, Alex. Em Seattle e em qualquer lugar no mundo. Passamos por maus bocados lá, sim, mas veja só as coisas boas! Mamãe conheceu e viveu feliz com Chris, você chegou completando ainda mais nossa vida, eu conheci Cameron. A culpa não é do local, pequena.

— Tudo bem, acho que tem razão… Só é difícil imaginar você longe.

— Eu sei, também vou morrer de saudade. Ah, saiba que só estou indo sem você, porque sei que estará segura aqui com nossa nova família e com o Seth. E Alex… Vou precisar da sua ajuda.

Automaticamente ela se animou e mostrou seus olhos curiosos. Ela amava se sentir incluída em nosso mundo.

— Do que precisa?

— Informações. Preciso que vá visitar Paul e me diga como ele está, tudo bem? Ou pergunte ao Embry, Sam, Quil… Enfim, qualquer um do bando dele. Confio no seu poder de conseguir tudo o que quer, especialmente com os meninos. Só me diga como ele está, ok? Mas não seja tão invasiva com ele.

— Pode deixar comigo, sis. Ah, e por favor, mande lembranças minhas pro meu pai, ok? Sem muito drama, apenas diga que estou bem e que na próxima irei visitá-lo.

E lá estava ela novamente, minha adolescente rebelde favorita.

— Combinado, pirralha! Agora vou indo, não quero demorar demais no trânsito.

Me dirigi para a sala carregando com facilidade minhas pequenas malas, pronta para me despedir do restante da família.

— Boa viagem, querida. Tome cuidado na estrada e avise assim que chegar. — Tia Joy beijou meu rosto em ambos os lados.

Let's BurnOnde histórias criam vida. Descubra agora