34. O Interrogatório

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Os Aurores levaram Draco para a única prisão que existia dentro do Ministério da Magia, no Nível Dez. Era um lugar familiar, e Draco não gostava das memórias que aquelas masmorras frias traziam de volta para ele. A última vez que ele esteve lá, ele tinha acabado de sair de sua longa estada de três meses em Azkaban, e estava esperando por seu julgamento, desejando desesperadamente que Elena voltasse em breve.

Ainda era um choque para Draco lembrar que Harry havia falado a seu favor e a favor de sua mãe durante aquele julgamento. Harry nem olhou para ele, duro. Ele entrou, testemunhou e saiu. Ele apareceu do nada depois que Elena finalmente voltou e Draco foi liberado, para devolver sua varinha. Draco havia repetido aquela cena tantas vezes em sua cabeça, que ele nem precisou de uma penseira para se lembrar de todos os detalhes.

Draco sempre se perguntou por que Harry se preocupou em manter sua varinha. Não que Draco não estivesse grato por ter sua amada varinha de volta, mas por que Harry a guardaria?

"Só foi a única que funcionou melhor para mim, depois que a minha quebrou." Draco ainda se lembrava de suas palavras exatas.

"Claro que sim. " Draco respondeu. Enquanto caminhava por aquele corredor, ele se lembrou de suas próprias palavras daquela noite. Palavras que ele tentou esconder no fundo de sua mente junto com todo o resto de seus sentimentos por Harry Potter.

Eles dizem que as varinhas podem responder à pessoa que seu mestre ama, mesmo que sua magia não seja compatível. Afinal, a magia do amor é o tipo mais forte de magia. Essa foi a parte que Draco não disse naquela noite e manteve escondida até aquele exato momento. Era inútil negá-lo neste momento. Ele sempre amou Harry, e talvez sua varinha soubesse disso, muito mais cedo do que Draco admitiu pela primeira vez.

Draco foi acordado de sua reminiscência quando os Aurores o empurraram por um corredor frio após o último lance de escadas. Eles o revistaram, pegaram todos os seus pertences, incluindo sua varinha e o caderno que ele usava para se comunicar com Elena, e o jogaram sem cerimônia dentro de uma cela de prisão.

Isso seria um problema. Um grande problema. Draco examinou seus arredores e para seu desespero infinito, sua mãe estava em uma cela no final do mesmo corredor. Felizmente, ela estava muito longe para eles conversarem. A última coisa que ele precisava agora era de uma conversa com sua mãe. No entanto, na cela à sua esquerda, havia também um rosto familiar. Era a garota que ele havia duelado no Travessa do Tranco, e Draco procurou desesperadamente pelo nome dela em sua memória.

- Ei! É você! O piromante... Aquele que me prendeu! - Ela cumprimentou, também o reconhecendo. - Muito obrigado! - Havia alguma ironia em sua voz, mas estranhamente não havia ressentimento.

- Myla Foster... - Draco se lembra do nome dela e diz em voz alta. - Oi... É, desculpa por te coloca nessa, mas, acredite, você está mais segura aqui.

- Oh, você sabe meu nome! Seria educado me dizer o seu, sabe?! - Ela se aproximou e apoiou um braço nas barras da cela.

- Draco Malfoy. - Ele respondeu, jogando-se na pequena cama de sua cela, sentindo-se completamente esgotado.

- Nem fudendo! Você é um Malfoy? - Ela se agarrou às barras da cela, inspecionando-o de perto e com grande interesse.

- Eu sou o Malfoy. - Draco ergueu a mão direita para ela ver seu anel de sinete, aquele que o marcava como Lorde Malfoy.

- Puta merda. - Ela engasgou. - Eles estavam atrás de você então?! Quero dizer, que Rubi só pode prejudicar pessoas da linha direta dos Black, e você é um Black, não é?

- Ah, então você sabia o que o Rubi fazia! E você conhece os puros-sangues e suas árvores genealógicas... Estou impressionado. - Draco ficou muito surpreso com o quanto aquela garota sabia, mas ele não deixou transparecer em sua voz, mantendo um ar indiferente enquanto cobria seus olhos exaustos com o braço direito.

Draco Malfoy and The Aeternum Caput | DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora