praia

834 59 39
                                        

- Onde as conseguiu?

Engfa apontou para as flores que estavam dentro do copo de vidro em cima da bandeja, que agora se encontrava abandonada aos pés da cama, já que o casal havia terminado de desfrutar todo o café da manhã que nela estava posto.

- Ah, peguei no jardim da casa da frente. - contou, afagando os cabelos cheirosos e sedosos da esposa que se encontrava com a cabeça repousando em seu ombro e uma das pernas jogadas sobre as suas.

- Elas são lindas!

- Eu acho você muito mais linda do que elas! - murmurou com a boca colada ao ouvido da outra.

Engfa sorriu lisonjeada com as palavras da esposa. Esta era a sua Charlotte. Amorosa. Apaixonada.

Levantando a cabeça do ombro da esposa, Engfa retribuiu a gentileza do elogio recebido da outra, dando-lhe um beijo que fora prontamente correspondido por Charlotte.

Uma das mãos de Engfa deslizou pelo braço de Charlotte até alcançar seus cabelos e se agarrar as madeixas loiras da outra enquanto suas línguas se acariciavam, se provocavam e se saboreavam sem cessar.

Poderiam fazer aquilo o dia inteiro. Todos os dias. Mas o som abafado de uma risadinha, que ambas as mulheres conheciam muito bem de quem era, fez com elas interrompessem o beijo que trocavam. Elas olharam em direção a porta do quarto a tempo de ver Tom, imediatamente se recolher, escondendo-se atrás da porta e logo em seguida, o ouviram sorrir. Entreolharam-se e inevitavelmente, riram com isso.

- Não adianta se esconder, espiãozinho, nós já vimos você e sabemos que está aí escondidinho!

Após as palavras de Charlotte, Tom foi saindo detrás da porta com uma cara tão sapeca quanto o sorriso que exibia.

- Vem cá, meu amor!

Ao chamado de Engfa  o pequeno correu para a cama das mães. Charlotte foi quem pegou o filho e o acomodou entre Engfa e ela.

- Vocês estavam namorando igual à antes, não é? - o garotinho disparou, mantendo ainda o sorriso sapeca de quando foi flagrado pelas mães na porta do quarto. As duas mulheres não aguentaram aquilo e riram juntas. O menino ficou olhando-as sem entender direito do que suas mães riam.

- Do que estão rindo? - perguntou em sua inocência.

- Do sorriso lindo que estava dando ainda pouco, meu menino! - Charlotte bagunçou mais ainda os cabelinhos já bagunçados do pequeno, que riu. - E sim, nós estávamos namorando, mas você não era pra ficar vendo isso, seu molequinho danado. - agarrou o filho e o trouxe para cima de si.

- Exatamente! - Engfa concordou.

- O que fazia ali, mocinho?

- Ele estava nos espionando, Bee.

- Vocês vão brigar comigo? - o menino fez um biquinho de choro tão fofo que fez as mães não aguentarem e tascarem um beijo,uma de cada lado do rosto de Thomás.

- Não, meu amor. - foi Engfa quem respondeu depois de beijá-lo. - Mas você sabe que não pode ficar espionando as pessoas, a mamãe já ensinou. Isso é feio.

- Mas a porta estava encostadinha, mãe.

- Mesmo assim, está bem?

Ele assentiu.

- Promete?

- Hãram!

- Ótimo!

- Muito bem, meu menino, mas acho que isso de ter ficado espiando sua mãe e eu merece um pequeno castigo não acha, Bee? - Charlotte piscou para a esposa sem que o filho visse.

memórias perdidas Onde histórias criam vida. Descubra agora