ca-sa-da

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Da cadeira em que estava, no deck de madeira do restaurante a beira mar da Praia, Engfa observava Charlotte na água com os filhos e Penélope. A todo instante ela via a esposa sorrir junto com os três enquanto eles tentavam jogar vôlei.

Bia jogava a bola para Penélope que como uma boa jogadora que era, já que fazia parte do time da escola, levantava a bola na altura certa para Thomás que estava sentado sobre os ombros de Charlotte, tentasse tocá-la com as duas mãos de volta para à irmã. Por ser pequeno, não ter muita coordenação e habilidade para tal feito, Tom mais errava do que acertava o "tempo" da bola para dar o passe certo à irmã. Mas nas raras vezes em que ele conseguia acertar isso, tanto Charlotte quanto Bia e Penélope faziam a maior algazarra para comemorar o feito do pequeno que sorria alegremente por ter conseguido acertar a bola.- A brincadeira lá parece bem animada!

Maria se sentou de volta ao lado de Engfa. Ela tinha saído só há uns instantes para ligar para o filho, saber como ele estava, mas não conseguiu falar com o garoto.

- Sim!... Conseguiu falar com o Diogo?

- Que nada! O celular dele só chama e depois caí na caixa postal. Não sei pra quê tem celular se não atende. Mas enfim... Liguei para o celular do Marcus e a mulher dele foi quem atendeu. Ela disse que o Diogo havia saído rapidinho com o pai, mas assim que voltasse lhe diria para me retornar a ligação.

Engfa apenas assentiu e voltou novamente seu olhar para onde a esposa e os filhos estavam, e pode vê-los rindo muito de algo.- É tão bom ver a dona Charlotte assim... Sorrindo, se divertindo com os filhos como está lá na água.

- Sim, Mar.

- E pensar que logo após a perda da memória, ela nem se aproximava e falava direito com eles, mas agora olha lá... Ela não se desgruda mais dos dois, exatamente como era antes!

Elas viam Charlotte abraçada e beijando os dois filhos enquanto Penélope ia buscar a bola que caiu mais afastada de onde o trio estava brincando.

- Me alegra muito, Mar, ver que a Charlotte com o passar desses meses tenha reaprendido a amar os filhos que tanto a amam e a admiram... Mas também me dói ver que nesses mesmos meses que se passaram, ela não reaprendeu a me amar também! A gente continua na mesma.

Maria viu a patroa suspirar e perder o sorriso que antes exibia. Antes que ela pudesse dizer o que achava sobre o que vinha percebendo de uns tempos para cá a respeito de sua outra patroa com relação à esposa, um garçom que não era o mesmo que estava atendendo a mesa da família, apareceu ali carregando uma bandeja com uma taça de coquetel.

- Com licença. Isso aqui é para à senhora! - ele disse se dirigindo à Engfa.

- Para mim? - a mulher expressou surpresa. Não havia pedido nada e muito menos àquele garçom, que nem era o mesmo que vinha lhe atendendo.

- Sim!

- E o que é isso?

Ela encarou sem entender ao jovem garçom que depositavaa sua frente uma taça que continha um líquido vermelho e era enfeitada na borda com um suculento morango.

- É um coquetel de frutas vermelhas com uma dose de vodka. - o rapaz explicou com um sorriso inocente.

Maria olhou para Engfa, que assim como ela, também não estava entendendo bem aquela situação toda.

- Olha... Creio que está havendo algum engano aqui. Eu não pedi isso.

- Foi o cavalheiro ali quem pediu pra lhe entregar essa bebida!

O garçom apontou discretamente com a cabeça na direção de um homem que estava em uma mesa do outro lado do estabelecimento.

Engfa juntamente com Maria seguiram com o olhar na mesma direção apontada e visualizaram um homem bonito, bem apessoado e que aparentemente estava sozinho. O bonitão sorria de maneira sedutora enquanto olhava insistentemente para Engfa.

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