Bia e Thomás tomavam café para irem à escola, quando a porta da cozinha que dava acesso aos fundos da casa se abriu e alguém de ótimo humor entrou brincando, sem imaginar que o clima da casa não estava lá brincadeira. para
- Bom dia, meu povo lindo! - a mulher que exibia um sorriso largo, logo o desfez ao ver as expressões sérias que Beatriz e Thomás tinham. - Ih, mas que caras de velório são essas crianças?
- Tia Mar!
Maria quem toma conta da casa Austin. A mulher na faixa dos quarenta anos que já trabalha na casa há dez anos, se encontrava de férias, retornando hoje de seu merecido mês de descanso.
De ótimo humor, sensível e cuidadosa ao extremo, Mar como carinhosamente era chamada pelas crianças e pelas patroas, tinha adquirido um carinho enorme pelas pessoas que ali moram, principalmente as crianças. Considera os Austin-Waraha como sua segunda família e eles, a consideravam como parte da família deles. Ela conhecia cada um daquela família muito bem.
Thomás ao ver Maria pulou de sua cadeira e correu até ela lhe abraçando as pernas. A mulher o pegou no colo e antes que pudesse pronunciar algo, o garotinho contou o que tinha acontecido com Charlotte.
- Tia Mar, a mamãe não lembra mais da gente. A mãe disse que ela perdeu a memória.
Sua vozinha soou baixa e tristonha ao contar aquilo.
- O quê? Como assim?
A mulher olhou para Beatriz que os observa com uma expressão tão triste quanto a do irmão menor.
- Bia isso é verdade, querida? - ela quis ter certeza de que tinha ouvido certo. Não que Thomás pudesse ter mentido, mas criança tem mente fantasiosa. Só que para a surpresa desagradável de Maria, Beatriz confirmou a notícia dada pelo irmão.
- Espera! Mas como isso aconteceu? A dona Charlotte sofreu algum acidente?
Em rápidas passadas, a mulher se aproximou da mesa onde Bia tomava café e se sentou em uma cadeira vazia ao lado da adolescente, ajeitando Thomás em seu colo.
- Não, tia. O que houve foi que...
Enquanto Beatriz começava a relatar como Charlotte havia perdido a memória, em seu quarto Engfa terminava de se arrumar para poder ir ao trabalho da esposa conversar com o chefe dela. Diante do espelho, ela observava seu reflexo e as olheiras que ostentava. Eram visíveis demais para não serem notadas! Aquilo ali era o resultado de uma noite mal dormida. Foi difícil, quase impossível dormir direito com o que tinha acontecido. O máximo que conseguiu foi só cochilar, mas um tempo depois acordava ao ver o lado esquerdo da cama vazio. Por várias vezes de madrugada, ela quis levantar-se da cama e ir ao quarto em que sua esposa dormia para deitar-se aconchegada ao seu corpo quente como tantas vezes cansou de fazer quando a insônia e a preocupação lhe assolavam. Porém, a lembrança de que Charlotte havia se esquecido dela lhe impedia de ir até a esposa.
Dormir sozinha naquela cama enorme, tendo o cheirobinconfundível de sua esposa impregnado nos lençóis foi um martírio gigantesco para Engfa!
Na tentativa de disfarçar as olheiras, a morena fez uma maquiagem que aparentemente escondeu bem os sinais claros de que não havia dormido quase nada. Foi até o banheiro pegar seu relógio de pulso que tinha deixado ontem sobre a pia quando foi tomar seu banho. Retornou ao quarto para dar-se uma última olhada no espelho e também, para colocar seus brincos delicados e pequenos que Charlotte havia lhe dado no último aniversário. Sua esposa adorava lhe presentear, até mesmo fora de datas comemorativas.
Após colocar os brincos, ela então pegou sua bolsa, celular, chave do carro e saiu do quarto. Antes, porém, de descer à cozinha, resolveu passar no quarto de hóspedes na esperança de que sua mulher quem sabe,não tivesse recuperado a memória tão rapidamente como a perdeu ontem.
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memórias perdidas
FanficDuas mulheres apaixonadas e há quinze anos juntas; filhos amorosos e carinhosos; uma verdadeira família feliz. Mas uma inexplicável e súbita perda de memória vai abalar a felicidade dessas pessoas. Sem aparente razão, Charlotte acorda em uma manhã n...