adeus

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Já era noite quando Maria estacionou em frente a casa de dois andares e fachada amarela, a cor preferida da mãe de Charlotte.

- Graças a Deus chegamos. Minha bunda já estava ficando quadrada de tanto ficar sentada. - reclamou Penélope fazendo a maioria rir de seu comentário.

- O banco é macio. Deixa de reclamar. - ralhou Bia saindo do carro na frente da amiga que para variar saiu em resposta com outro comentário espirituoso.

- Essas duas nem parecem que são amigas. - comentou Charlotte rindo enquanto desafivelava o cinto da cadeirinha de um Thomás agoniado para sair.

- Elas são assim mesmo.

- Calma, Tom.

Assim que soltou o filho, o garoto pulou para fora do carro. Logo emseguida a ele desceram Charlotte e Engfa.

Enquanto encarava a fachada bonita e bem conservada da casa por longos segundos, Charlotte buscava na mente lembranças de coisas ali vividas. Engfa havia lhe dito que viveu até seus dezoito anos naquela casa antes de se mudar para Bangkok para cursar a faculdade. Infelizmente não lhe ocorreu de lembrar nada enquanto seus olhos verdes encaravam a casa, tampouco despertou-lhe nada estar diante do imóvel. Era como se estivesse olhando uma casa qualquer.

Postada ao lado da esposa, Engfa a observava atentamente e não deixou de perceber o olhar perdido da outra.

- Ei! Está tudo bem? - Engfa tocou carinhosamente o ombro da esposa.

Sarah olhou para a esposa eassentiu, forçando um sorriso. A loira voltou a encarar a casa.

- Vamos entrar?

A outra concordou.

Ao estar na sala do imóvel olhou cada canto daquele lugar, esforçando-se para lembrar de algo, no entanto mais uma vez não obteve sucesso. Isso lhe deixou outra vez frustrada.

- O que achou? - Engfa - questionou ao parar ao lado da esposa enquanto os demais descarregavam suas coisas na sala. Desde que entraram, a mulher estava observando a esposa sem que a outra notasse. Havia um resquício de esperança na professora de que aquela casa despertasse ao menos uma mínima lembrança em Charlotte.

- Bonita!

- Alguma lembrança daqui? - arriscou esperançosa.

- Não. Mas, só de estar aqui senti uma sensação forte de Déjàvú. E foi tão forte, que por um momento pensei que ia me lembrar de algo, mas infelizmente isso não foi possível.

A mulher deixou um suspiro de decepção escapar. Aquela situação era tão incômoda. Queria saber quando aquilo ia terminar. Quando ia lembrar de tudo. Não aguentava mais aquele branco sobre seu passado.

- O fato de ter tido essa sensação de déjàvu já me parece um bom sinal, Charlotte. Engfa se encheu - de esperanças. Quem sabe, nem tudo estivesse perdido. - Ainda que não tenha se lembrado de nada agora, quem sabe amanhã ou depois isso não aconteça?

- Será?

- Claro! Essa casa é cheia de recordações somente suas e algumas nossas.

Charlotte observou na estante uma foto em que estava abraçada com uma mulher mais velha com um sorriso bastante parecido com o seu, assim como os olhos que eram tão verdes quanto os seus.

- Essa era minha mãe, não era? - apanhou o porta retrato.

- Sim! - afirmou a esposa chegando bem mais perto de Charlotte para olhar a foto que a esposa segurava.

- Temos a mesma cor dos olhos. - comentou, observando a foto.

- E o mesmo sorriso. Você se parece bastante com ela!

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