Prontos pra dias de glórias? Estava demorando né?!
As crianças já tinham ido para a escola há cerca de meia hora mais ou menos, Engfa tomava seu café enquanto Maria preparava mais um pouco da bebida quente para quando Charlotte viesse fazer a refeição da manhã, algo que não demorou já que a loira apareceu naquele momento por ali.
Maria foi a primeira a notar a patroa parada na porta da cozinha, olhando para Engfa com cara de meia culpa.
- Bom dia, dona Charlotte!
Sorrindo com sua habitual amabilidade Maria cumprimentou a loira, usando mais entonação na pronúncia do nome da outra patroa para avisar Engfa de sua presença.
A morena no entanto apenas olhou de relance na direção da esposa e voltou a atenção para sua xícara de café. Estava chateada e ressentida com Charlotte pela discussão que acabaram tendo ontem.
- Bom dia... Maria! - Charlotte respondeu um tanto sem jeito e entrando na cozinha.
A mulher seguiu em passos cautelosos até parar perto da mesa. Apoiando as mãos sobre o encosto da cadeira, ficou a encarar Engfa, mas a esposa sequer retribuiu o olhar ignorando por completo sua presença ali.
Aquele comportamento frio dela incomodou Charlotte em um grau que a loira não estava sabendo como lidar. Até antes da discussão de ontem a noite, Engfa era um poço de amor e carinho para consigo, hoje estava fria como uma pedra de gelo. Charlotte julgou aquilo como sendo consequência do ocorrido ontem. Sabia que merecia aquela sua frieza. A forma como vinha agindo e a distância que impunha a ela e aos filhos, que só queriam lhe ajudar naquela situação toda em que se encontrava, faziam-na ser mais do que merecedora daquele "gelo" da esposa, e quicá de bem mais do que isso.
- Bom dia, Engfa!
Suas palavras saíram acanhadas e em um tom baixo, que mais pareceu um sussurro. Mas a outra mulher foi capaz de ouvi-la.
- Bom dia! - respondeu seriamente e mantendo seu olhar longe de Charlotte.
A loira suspirou com tristeza àquela nova demonstração de frieza da esposa. Seu olhar flagrou Maria olhando para ela mordendo o canto dos lábios.
Maria estava com dó de Charlotte, mas também entendia a razão de Engfa ter aquele comportamento com a esposa. Sua patroa havia lhe contado sobre a discussão delas ontem. Mas Maria sabia que era questão de pouco tempo para Engfa quebrar aquele gelo todo que estava impondo a esposa e aceitar suas desculpas, que ela lhe contou que Charlotte pedido ontem mesmo.
A loira desviou o olhar de Maria e contornou a mesa, indo se acomodar na cadeira bem de fronte a Engfa, para tentar um contato visual com a outra que permanecia sem olhar para ela como se Charlotte nem estivesse ali.
Tentando amenizar a situação e quebrar o clima tenso entre as patroas, Maria foi até Charlotte lhe servir o café que havia acabado de preparar para ela.
- Aqui, dona Charlotte. O cafézinho do jeito que gostava: bem quente, com pouco leite e pouco açúcar.
- Obrigada. - esboçou um sorriso fraco a mulher.
- De nada! Se dirigindo agora para sua outra patroa, Maria quis saber de Engfa o que ia querer que fizesse para o almoço. Sem cabeça para tal escolha do cardápio do dia, a morena avisou que deixaria isso nas mãos da ajudante. Afirmou que confiava em suas escolhas para as refeições.
- Então farei o almoço preferido das crianças.
- Perfeito! Eles vão adorar.
A campainha tocou e Engfa pediu a maria que atendesse a porta para ela. Disse que deveria ser Jonathan que ligou há uma hora avisando que viria lhe entregar algo. O supervisor havia conseguido com João um nome.
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memórias perdidas
Fiksi PenggemarDuas mulheres apaixonadas e há quinze anos juntas; filhos amorosos e carinhosos; uma verdadeira família feliz. Mas uma inexplicável e súbita perda de memória vai abalar a felicidade dessas pessoas. Sem aparente razão, Charlotte acorda em uma manhã n...