pretexto.

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Anna Laura 🩰

Mangueira, teu cenário é uma beleza
Que a natureza criou. O morro com seus barracões de zinco. Quando amanhece, que esplendor. Todo mundo te conhece ao longe. Pelo som de teus tamborins
E o rufar do teu tambor

Mangueira, teu passado de glória. Está gravado na história. É verde e rosa a cor da tua bandeira. Pra mostrar a esta gente
que o samba é lá em Mangueira.

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Meu corpo deslizava em perfeita sincronia pela quadra e a minha felicidade era visível no olhar, eu me desligava absolutamente de tudo quando demonstrava o meu amor incondicional pela Mangueira, através do samba em meus pés.

O som da bateria ecoava no meu ouvido e em uma das minhas voltas o meu olhar se deparou com um homem alto, de boné, e ele me encarava como se só me houvesse naquele local.

Mas da mesma forma eu desviei fingindo não me importar e continuei me entregando de corpo e alma, na medida em que o ritmo pedia.

O ensaio finalizou e eu corri pro local onde a minha mochila estava, peguei o meu celular e me deparei com o horário, colocando a mão sobre a minha boca. Se pelo menos passasse pela cabeça do meu pai me procurar, eu estaria morta. 

Anna : Thi, eu preciso ir logo! -Murmurei enquanto tirava a minha blusa, pra colocar a do colégio outra vez e ela fez uma cara de como se fosse óbvio. 

Thiara : Tem mais de quarenta minutos que eu estou tentando te falar isso. -Pegou o meu tênis pra adiantar o processo e eu retirei o meu par de saltos altos, substituindo pelo all star preto que ocupava a mão dela. -Meu irmão tá em casa, quer que…

Anna : Eu já pedi um uber, tchau! -Beijei o rosto dela rápido e sai correndo, chamando a atenção das pessoas que estavam ali. 

Desci o morro o mais rápido possível e o uber ainda não havia chegado, respirei fundo e o meu celular vibrou, no impulso eu atendi mas me arrependi quando ouvi a voz do meu pai. 

Anna : Oi pai. -Murmurei baixo, batendo os meus pés no chão e outra vez verifiquei o meu relógio de pulso. 

Jp : Onde você está, Anna Laura? -Questionou e eu mordi o meu lábio inferior. 

Anna : Hoje é quinta, pai, aula de inglês e beach tênis… -Comecei a falar, mas fui interrompida. 

Jp : Eu não quero saber o que você tem pra fazer no dia, quero saber onde você está. Responde logo, Anna Laura. -Bufei, soltando a minha respiração e avistei o meu carro. 

Anna : Tô chegando, pai, tchau! -Desliguei o celular rápido e entrei no carro. Passei a localização para o Leblon e ele estacionou em frente ao condomínio. Paguei e agradeci. 

Selecionei o décimo andar no elevador e durante a subida eu implorei a Deus para o meu pai não ter chegado em casa ainda, mas todas as minhas expectativas falharam quando eu dei de cara com ele sentado no sofá, com as pernas esticadas na mesa de centro. 

Jp : Vai me falar por vontade própria onde estava ou esperar eu descobrir sozinho? -Questionou e eu joguei o meu cabelo pra trás. 

Anna : Pai…

Jp : Não quero história furada, Anna, não vem de caô pra cima de mim, papo reto. Fui te buscar no inglês e me falaram que você não foi por compromisso no colégio, que isso?