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Hugo 🏄🏽‍♂️

Garota tava me tirando pra otário já meu parceiro, eu na maior humildade tentando ajudar, auxiliar de alguma forma pra só ouvir desaforo, de fuder mermo, mas é isso ai, cada um cuidando da tua vida.

Papo que o Benício é meu parceiro desde menor, ele comentou por alto comigo sobre umas questões que estava passando em casa, em relação a irmã e eu estranhei ela naquela postura dentro do mar. Percebi que ela começou a afogar e fui ajudar, ia ficar parado assistindo a menina ser engolida pela água?

Nem esforço pra tentar se salvar ela fez, levei pra mente e fui contar pro mano, até porque se fosse minha irmã gostaria que chegasse em mim e falasse. Não entrei em detalhe, tá ligado? Mas foi motivo pra ela estressar.

-Planeta terra chamando, Hugo! -Melissa estalou os dedos e eu pisquei, passando a mão no rosto. -Deu por hoje, liberado.

Hugo : Valeu, minha parceira, até amanhã. -Fiz um toque com ela, que saiu com a minha ficha na mão. Ia pegar uma ducha na academia, mas desci pro posto pra bater uma bola com os cara.

Rio de Janeiro é meu lugar, consegue botar fé? O local que eu me amarro em sentir saudades, nunca parei em um lugar só. Sempre fui sonhador e por isso cai no mundo muito novo, terminei o colégio e peguei caminho pra Austrália, viver da adrenalina que o surf me proporcionava.

Foi o canal pra eu conhecer outros lugares, estudar e me comunicar com pessoas diferentes. Voltei pela minha mãe, de tanto apitar no meu ouvido.

Hugo : Pô, e como a gente vai fazer? -Questionei o Benício, apoiando a bola no braço.

Benício : Não tem caô, só chegar e procurar o Rafael ou o meu pai, vou deixar avisado que você vai passar lá. -Confirmei e fiz um toque com ele.

Hugo : Jae, depois te falo como ficou. -Guardei as parada na mochila e travei o capacete. Subi na nave e fui direto pra casa, tomei um banho maneiro e peguei uma peita da hora.

Acionei os amigos das antigas, marcando da gente se topar e o destino foi o de sempre. Peguei caminho pra Mangueira e estacionei na primeira vaga que eu vi. E foi só conversa maneira quando eu topei com eles, perdemos maior tempo trocando lero e era massa demais!

Hugo : Massa pra caralho, tia! -Cruzei os braços, observando o ensaio de onde eu estava. E era lindão vê a forma que tudo era conduzido, a energia surreal, não tinha pra ninguém.

Minha vó deu a vida por essa escola de samba, cresci atrás dela observando a desenvoltura por trás de tudo, todos os figurinos, as organizações das feijoadas beneficente, maneiro demais.

-Você que sumiu, né? Depois que sua vó se foi muita coisa mudou, mas disposição pra continuar graças a Deus não faltou.

Hugo : Com o tempo tudo muda mermo, de alguma forma ou de outra. Importante é todo mundo se entregar de corpo e alma. -Me afastei, quando a bateria começou a se organizar e sentei na mesa com os diretores, peguei uma cerveja gelada e o restante da noite foi só de marola.

No outro dia eu acordei cedo, resolvi o que era necessário e depois do almoço dei o toque pra concessionária do pai do Benício, fazer uma avaliação geral na nave e dar uma olhada em outras. Movimento estava grande e eu aguardei um dos moleques chegar em mim.

Jp : Tudo bem? -Apertou a minha mão e eu confirmei. -Benício comentou comigo, pra ser sincero contigo agora eu tô apertado, mas vou pedir pra olharem pra você e assim que eu desocupar resolvo tudo da melhor forma, pode ser?

Hugo : No teu tempo, sem pressa. -Encostei em qualquer canto e ele entrou dentro de uma sala, depois de um tempo a porta abriu e a Anna Laura saiu, franziu a testa quando me viu e eu ri negando com a cabeça.

Anna Laura : Boa tarde. -Falou meio forçada. -Precisando de alguma coisa? -Questionou, se aproximando e eu levantei.

Hugo : Não pô, tô aqui atoa, a passeio. -Murmurei baixo, e cocei a nuca, ela não ouviu direito e eu falei qualquer outra parada.

Anna Laura : Vou fazer o seu cadastro pra adiantar, caso um dos meninos libere é melhor, porque eu não entendo tão bem quanto eles.

Hugo : Jae. -Segui ela e entrei em uma das salas com janela de vidro. Ela foi perguntando os dedos, e eu falando somente o que era necessário. Sem papo a mais com essa patricinha mimada.

Anna Laura : Vou te mostrar os modelos, pode vir aqui. -Levantou e eu fui atrás dela, perdemo maior tempo rodando o salão e ela toda perdida no bagulho. -Essa aqui é a... -Coçou a cabeça e eu ri.

Hugo : Tá sabendo bem, em garota? -Fui cínico, passando a mão pela moto. -Teu pai tá bom de funcionária, entende demais. -Murmurei baixo.

Anna Laura : Me chamando de burra? -Questionou, segurando pra não rir e eu confirmei.

Hugo : Pra quem saber ler um pingo é letra, não é? -Perguntei, e ela apoiou os braços na cintura.

Anna Laura : Olha sozinho então. -Resmungou e eu acenei com a cabeça, pai dela parou atrás e eu passei a mão na nuca.

Jp : Que isso, filha?

Anna Laura : A gente só tá brincando, papi. -Bateu no ombro dele. -Que bom que o senhor chegou, espero que dê tudo certinho, viu? -Ela saiu andando e eu só neguei com a cabeça, maluca mermo.

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