pretexto.

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Anna Laura 🩰

Esse amigo do Benício já estava me tirando do sério, uó. Garoto sem educação, me confundindo com as amigas dele, só pode. Deixei ele com o meu pai e entrei na cozinha, Rafael estava no horário de café e eu puxei uma cadeira na mesa.

Rafael : Qualé? -Perguntou rindo e eu só balancei a cabeça, mordendo um pedaço de pão e engoli no seco. -Estressada por que?

Anna Laura : Esses clientes sem noção. -Murmurei de boca cheia. -Hm. -Lembrei e mudei o assunto. -Como vai o relacionamento? Já mudou o status?

Rafael : Ainda não pô, mulher é complicado. -Passou a mão no rosto e eu franzi a testa. -Muita ideia errada, ciúmes besta por parada desnecessária. Papo de reclamar até das minhas primas.

Anna Laura : Da sua prima Rafaelly? -Perguntei rápido. -Porque se for bem faz ela, aquela menina é sem noção mesmo, desnecessária, e eu em. -Ele gargalhou.

Rafael : Ai, tô te falando, tudo igual, muda só o endereço. -Levantou, se aproximando da pia e eu servi uma xícara de café para mim. -Deixa eu ir trabalhar, melhor mermo.

Fiquei sozinha e abri o tik tok, decidi que iria estender os minutos de café e deitei no sofá que havia ali. Esses dias eu estou vindo trabalhar com o meu pai por terem suspendido as aulas do período da tarde no colégio.

Como minha mãe e o Bê tem compromisso, para eu não ficar sozinha estou vindo, na maior parte das vezes utilizo o tempo para dormir e colocar os estudos em dia.

Jp : Meu bem. -Entrou na cozinha e eu abrir os olhos. -Vou precisar ir em outra loja, vai ficar ou ir comigo? -Pegou um copo de café e eu levantei, sentando no sofá.

Anna Laura : Tem como me deixar em casa? -Ele confirmou e eu levantei. Juntei as minhas coisas e na saída topamos com o Hugo conversando com o pessoal do financeiro.

Jp : E ai, tudo certo? -Questionou parando ao lado dele, e eu revirei os olhos. Ele levantou com um papel na mão, confirmando com a cabeça. Realizaram um comprimento de mãos e eu respirei fundo.

Hugo : Deixei a outra pra fazer revisão. -Entrou em um assunto que eu não tinha domínio, então eu fui adiantando os passos.

Jp : É caminho, deixo você lá. -Apontou com a cabeça para o carro e eu tive gritos internos. Fui a primeira a entrar, e milésimos de segundos depois ouvir a porta de trás bater.

Conectei minhas músicas e no caminho mexi no celular, ao ponto de nem conseguir prestar atenção no assunto que as vezes acontecia. Meu pai parou em frente ao condomínio e eu agradeci.

Fui direto para o banho e lavei o meu cabelo, Fê havia preparado o meu lanche da tarde e eu comi enquanto conversava com ela. Em uma fração de tempo minha mãe chegou e terminamos de comer juntas.

Victória : Filha, vi que semana que vem vai ter uma feijoada beneficente na mangueira junto com um ensaio, você não vai? -Questionou e eu dei de ombros.

Anna Laura : Não sei, mãe...to desanimada, tenho a sensação que eu vou ter lembranças ruins.

Victória : Sei que é difícil pra você, mas não acho certo você abrir mão de algo que sempre almejou...antes do...daquele homem. -Articulou a frase. -Você já era apaixonada naquele local, talvez seja o ideal você voltar a fazer o que gosta, rever amizades, companhias.

Respirei fundo, cogitando a possibilidade. Chegou notificação no meu celular e era o pessoal do beach tênis, chamando para um amistoso. Dei uma animada e troquei de roupa antes de descer. Jogamos até as oito e no final batemos uma foto, subi para o insta com a legenda :

"de volta para o que eu amo. 🎾"

A semana concluiu melhor do que eu pudesse imaginar, conseguir voltar ao ritmo de algumas coisas e pouco a pouco minha vida estava se ajustando.

Jp : Tem certeza que vai ficar bem? -Perguntou pela milésima vez, quando eu desci da moto e eu suspirei. -Se quiser eu desmarco e...

Anna Laura : Tenho certeza, pai. Pode ir para o compromisso do senhor e qualquer coisa eu ligo...vou ficar bem. -Ele beijou minha bochecha e eu sorri.

Jp : Se eu não conseguir te buscar sua mãe vem. -Acenei com a cabeça e ele deu partida, olhei ao redor e fui surpreendida com algumas colegas.

Me aproximei delas, sorrindo com um braço e reparei tudo ao meu redor. Estavam fazendo os ajustes dos sons e eu acenei para quem reconhecia.

-Você sumiu depois daquele dia que veio com os seus pais. -Arrumei a bolsa no meu ombro enquanto andava ao lado delas.

Anna Laura : Muita coisa aconteceu, mas agora consegui resolver tudo que era necessário. -Molhei os meus lábios com a língua e puxei a cadeira na mesa.

Era bom sentir a energia outra vez, pensei que seria algo doloroso, mas eu enxergava mais como cura...eu estava quietinha até me chamarem para o salão, mas obviamente não perdi a oportunidade. Toda a construção, empenho, o som da bateria ecoando no meu ouvido.

-Você está a cada dia mais talentosa. -Dona Sirlele comentou enquanto me abraçava e eu sorri, mantendo ela rodeada em meus braços. -Você não pode sumir assim outra vez.

Anna Laura : Juro que eu não vou... -Andei ao lado dela, sentindo alguns olhares sobre mim. Cumprimentava com um leve aceno de cabeça e um sorriso no rosto.

-Quero te apresentar uma pessoa. -Eu olhei sugestiva, e a mão dela tocou o braço de um homem que estava a nossa frente...ou melhor, do Hugo. Ele virou em nossa direção, me encarando com dúvida e o olhar pairou sobre minha blusa, que refletia o uniforme da minha verde e rosa. -Esse é o meu sobrinho, que eu comentava as vezes, lembra? Chegou de viagem há pouco tempo.

Hugo : Ih, logo tu? -Perguntou segurando um copo de cerveja e eu semicerrei os meus olhos.

Em um único desvio de olhar reconheci a Alicia...ex do Leonardo, ela me encarava, com dúvida e eu evidenciei o mesmo.

Anna Laura : Licença. -Passei pela dona Sirlene e fui na direção dela, que fez um sinal como se eu fosse para a seguir.