•20•

4.4K 514 176
                                        

+ 80
Anna Laura 🩰

Minha vida havia acabado de escorrer pelo ralo a baixo, simplesmente não haviam mais lágrimas para chorar e eu jamais imaginei que tudo aconteceria dessa forma.

Eu estava cheia de vergonha, pelo o meu pai ter me encontrado daquela forma. Eu fui capaz de sentir no rosto a sensação do tapa que ele iria me dar, caso não fosse impedido pelo o Benício.

Fiz um coque no meu cabelo, deslizando a mão pelo o rosto e neguei com a cabeça, respirei fundo, e depois de um tempo minha mãe entrou no quarto, ela não olhou na minha cara, simplesmente mexeu em todas as minhas gavetas e retirou todos os meus aparelhos digitais, notebook, Ipad...tudo.

Anna Laura : Mãe, me desculpa... -Murmurei baixinho e ela riu em falso, se aproximou, e segurou o meu rosto com determinada força.

Victória : Sabe que pela primeira vez eu não iria reprovar nenhuma ação do seu pai em relação a você? -Questionou. -Você deveria agradecer tanto ao seu irmão, por ele ter impedido o seu pai de ter te dado um tapa...até porque é isso que você merecia. Eu confiei tanto em você, Anna Laura! Quantas vezes eu permiti que você conversasse comigo, pra se abrir, me contar o que estava acontecendo, eu queria tanto ser sua amiga.

Anna Laura : Mas a senhora é, mãe...eu juro que isso tudo aconteceu há pouco tempo, eu...

Victória : Não sou, sou uma idiota, por ter acreditado em você. Me sinto culpada por não ter escutado o seu pai, sobre as vezes que ele conversou comigo sobre você, essa sua imperatividade, achar que sabe o que é melhor pra sua vida.

Abaixei o rosto e ela saiu do meu quarto, deitei sentindo o choro e a vontade de chorar me consumir outra vez. O horário do jantar chegou e quem veio me chamar foi o Bê, disse que não iria e ele fechou a porta do quarto pra conseguir se aproximar.

Benício : Maior vacilo, em Laurinha. -Deitou do meu lado, passando o meu cabelo pra trás. -Não chora, já passou...

Anna Laura : Eu devo ser uma burra, idiota, isso sim, por ter acreditado que tudo iria dar certo...é que por um momento eu pensei que...

Benício : A questão é você ter escondido, pô, eu sei que é natural da sua idade...mas se escondeu, é porque sabia que não era o certo, o moleque é mais velho que você, e ele estava na maldade pelo o que eu vi nas mensagens, te manipulando, incentivando a mentir! Ai você foi burra mermo. -Sorriu. -Mas todo mundo tem direito de errar uma vez, usa isso como oportunidade pra provar que está disposta a mudar.

Sorri de canto, e ele me abraçou da forma que deu, me perguntou e eu expliquei tudo do início ao fim, como aconteceu e como nos conhecemos.

Benício : Ele é um cuzão, no papo reto, Anna Laura! -Falou estressado, passando a mão no rosto. -Qualé? Não passou pela tua mente que o único interesse dele seria manipular você até conseguir o que queria?

Anna Laura : É que quando nós estamos juntos não é isso que parece, Benício! -Murmurei baixinho e ele soltou a respiração.

Benício : Mas ai é onde você precisa ficar ligada, infelizmente nem todo mundo tem o coração bom, Laurinha, você chapou pra caralho, se acontece qualquer coisa como a gente fica? E se ele é um maníaco? Que te sequestra, estrupa e mata jogando em qualquer canto? Não da pra te defender. Deveria ter conversado pelo menos comigo, eu iria te instruir da melhor forma.

Anna Laura : Desculpa, Bê! Você falando agora...realmente dá pra perceber que eu fui burra, em não ter falado com você.

Benício : Ta suave! -Beijou a minha testa. -Vou precisar meter o pé, trabalho de faculdade pra fazer. -Conformei, e ele saiu.

Não sei quanto tempo ao certo passou, já que eu estava sem aparelhos digitais, mas o meu pai entrou no meu quarto, depois de bater na porta três vezes.

Jp : Amanhã você começa a trabalhar no escritório da concessionária comigo, se tem capacidade pra achar que é dona do próprio nariz, vai ter pra pegar responsabilidade também. A partir de hoje eu te trato como uma adulta. -Eu nem tive como falar nada, porque ele saiu logo em seguida.

Mas também não tinha o que fazer, né? Infelizmente aconteceu e é isso, também não vou ficar chorando pelo o leite derramado, minha maior preocupação era a minha mãe, porque eu e o pai sempre discutimos, mas com ela é difícil demais.

No sábado quem veio me acordar foi a Fê, disse que o meu pai já estava esperando por mim e eu procurei por alguma peça que não fosse cropped, arrumei o meu cabelo e saí do quarto.

Jp : Tá atrasada já, não vai dar tempo de tomar café. -Resmungou e eu respirei bem fundo, peguei apenas uma maçã e lavei antes de enfiar na boca pra morder.

E no caminho? Ele não falou nada, não olhou na minha cara e nem se direcionou a mim, deixou o carro na garagem e travou. Mostrou qual seria o meu serviço, mas a verdade é que o básico eu já sabia, nada muito complicado.

Anna Laura : Melissa. -Me direcionei a ela, na recepção. -Tudo bem? -Ela afirmou sorrindo. -Sabe do meu pai?

Melissa : Acho que ele já foi há um tempinho, Anna, pelo o que eu entendi ele teria que fazer um serviço em Niterói, não sei se volta hoje.

Agradeci, sorrindo, e sentei na minha sala outra vez, o serviço já estava feito e eu uma completa atoa, aguardando o horário de ir embora.

-Geralmente nós vamos as seis, Anna! -A Larissa me respondeu, quando eu questionei na cozinha sobre o horário de ir embora. Aproveitei pra tomar um cafezinho, rodei o perímetro todo e chegou serviço através da secretaria.

Fui para a sala fazer e as cinco o Benício chegou, com a testa enrugada com dúvida.

Benício : Fazendo o que aqui ainda?

Anna Laura : Esperando da seis horas. -Respondi como se fosse óbvio.

Benício : Tá chapando? Só vai esse horário a turma da manutenção dos carros, nada pra fazer aqui! -Faltou pouco eu chorar de ódio. -Bora meter o pé.

Subi na garupa da moto dele e fomos, chegamos e o meu pai estava deitado no sofá assistindo tik tok, e minha mãe ao lado, mostrando algo ele, fui direto pro quarto e me enfiei lá







pretexto. Onde histórias criam vida. Descubra agora