pretexto.

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Anna Laura 🩰

Nós estávamos há horas em uma estrada, ou eu pelo menos achava que havia passado muito tempo, meu estômago embrulhava dentro do carro pela forma que ele balançava.

Anna Laura : Leonardo, para um pouco. -Murmurei baixo, quase sem voz sentindo a garganta doer. -Eu quero vomitar...

Leonardo : Na próxima parada, minha princesa. -Colocou a mão sob a minha coxa, deslizando os dedos. Bufei cansada, fechando os meus olhos outra vez, notando o cansaço me consumir.

E na minha mente só passava a ideia que tudo isso poderia ter sido evitado caso eu  tivesse escutado os conselhos dos meus pais...se eu tivesse conversado com o Benício, ou minha mãe, eu jamais estaria nessa posição.

Ele parou em um posto afastado da avenida e conferiu se não havia ninguém nos observando, me segurou pelo o braço para entrarmos no banheiro e eu vomitei tudo o que tinha no meu estômago.

Na volta, eu peguei uma garrafa de água e me bateu uma apreensão enorme no coração, meu olhar falhou e eu imaginei ver o meu pai. Forcei a vista, mas o Leonardo começou a encarar de volta e eu disfarcei, voltando a andar.

Entrei no carro e ele bateu a porta logo em seguida, deu partida e em uma fração de tempo eu notei cinco carros cercarem a gente, com o impacto dele freiando o automóvel minha testa bateu no vidro, mas pelo reforço do cinto eu retornei para o mesmo local.

Leonardo : Que porra é essa, pô? -No mesmo instante sacou a arma, e meus olhos se completaram com a presença do meu padrinho, da Maitê e do restante dos homens.

Engoli em seco e meu coração acelerou de forma sem igual, eu só sabia sorrir, me bateu uma esperança imensa no peito de ver a minha filha outra vez.

Leonardo : Você tá se amarrando nesse show, não é garota? Achando mermo que eu vou te deixar ir assim. -Apoiou a ponta da arma na minha cabeça e pouco a pouco lágrimas foram surgindo.

Maitê : Leonardo, a gente só quer ela bem, ninguém aqui tá na intenção de te prejudicar. -Praticamente gritou, para que ele pudesse ouvir e eu comprimir os lábios.

Estávamos sem saída, armas apontadas para o carro que estávamos e ele comigo na mira, impedindo qualquer ação que partisse deles.

Anna Laura : Eu quero a minha família...nada disso precisa ser assim. -Supliquei e ele negou. Estava transtornado, eu notava ódio no olhar dele.

Leonardo : Você nasceu pra ser minha, Anna Laura! Nossa vida é eterna e independente de qualquer parada nosso destino é ficar juntos, na vida ou na morte. -Eu engoli em seco, arregalando os olhos.

O corpo dele virou e eu não pude ver o que ele estava fazendo, devido a arma na minha cabeça. Um cheiro enorme de gasolina pairou dentro do carro e como reflexo eu tentei escapar, mas a chama quente tomou conta do carro e eu ouvir um disparo.

Leonardo caiu em cima de mim, e o sangue dele jorrou no meu colo, os olhos permaneceram abertos e ele me encarava como se eu fosse a pior pessoa do mundo.

Leonardo : Você vai continuar sendo minha! -Tossiu sangue em mim e eu tentei abrir a porta do carro, mas estava travado. Ele estava quase sem força, mas segurava o meu braço. -Vai joftdr

Vi o reflexo do meu pai na janela e o fogo começava a se alastrar, alguns homens do Leonardo estavam em confronto com a Maitê e eu estiquei o meu braço para tentar destravar o carro, não consegui por estar extremamente quente e pelo corpo do Leonardo.

Mas o meu pai quebrou a maçaneta de fora e me tirou de dentro antes que qualquer coisa pudesse acontecer. Eu só soube abraçar ele, e chorar, como nunca chorei.

Anna Laura : Pai, me desculpa por tudo, eu nunca deveria ter feito isso com vocês e... -Ele passou o meu cabelo todo para trás, beijando o meu rosto e afastou para que pudesse me ver.

Jp : Eu fiquei com tanto medo de te perder, meu amor. -Secou os meus olhos, eu tossi, sem força alguma e ele me pegou no colo me afastando de todo aquele caos instalado.

Anna Laura : Eu fui a pior filha do mundo. -Entrei em um estado de pânico, e ele passou o meu cabelo pra trás.

Jp : Eu vou te tirar daqui meu amor, te levar para o hospital e cuidar de você. -Eu só concordei, e o cansaço tomou conta de mim, desmaiei no colo dele e não me recordei de mais nada, a não ser de um estrondo imenso partindo do carro, que se explodiu em chamas.

(…)

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