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Maratona 1/3
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Benício 🏄🏽‍♂️

Irmão, eu já estava em uma neura do caralho, desde o lance dos meus pais com a Laurinha meu único foco era encontrar o filho da puta do cara. Rodei pra caralho, tá ligado? Mas nem sinal do cuzão.

Liguei pelo o meu celular altas vezes, na ideia dele atender pra eu trocar uma ideia, mas a parada não rendeu. E me chateou pra caralho, sei o que acontece em situações assim e jamais imaginei ver minha irmã em uma situação dessas.

Laurinha ao mesmo tempo que é esperta, dar umas mancadas, tem que corrigir mesmo, mas infelizmente ela ainda não tem uma mentalidade mais a fundo pra ter noção de tudo.

Eu não vejo ela como 100% culpada, até porque, pelo o que eu vi nas mensagens ela foi manipulada pra caralho, e doeu no meu coração ao ponto de eu querer encontrar o moleque e descer a porrada.

Saber as proporções que as coisas levaram, ao ponto dela se entregar, porra, me pegava demais. Via ela como a minha princesa, jamais idealizei essa maldade. Subia neurose pra mente mermo, sem caô.

Passei a mão no rosto, tentando tirar o pensamento da mente e finalizei o ajuste do carro, desde que o Rafael pegou atestado pelo acidente eu estou responsável pelo trampo dele.

Laurinha estava pro colégio por ter aula na parte da tarde durante a semana e na primeira brecha eu fui pra casa, tomei um banho maneiro, pegando uma peita maneirinha e resolvi umas pendências da atlética da faculdade.

Benício : Ai, a gente precisa resolver essa questão da Anna Laura, ne não? -Puxei um lugar na mesa, ao lado contrário da minha mãe, e do meu pai, que estava na ponta. -Não dá pra ficar dessa forma.

Jp : Qual forma, Benício?

Benício : Pô, pai, desse jeito que está. Qualé? Laurinha errou e não estou falando que o senhor errou em ter castigado ela, mas o senhor e a mãe nunca deu mancada? Caô deixar isso consumir a menina, ao ponto de parecer que ela é a pior pessoa do mundo. Irresponsabilidade e vacilo dela, tô ligado, mas enquanto família nossa função é mostrar que por mais que ela tenha errado, tá tudo certo em recomeçar.

Benício : Se continuar dessa forma, tratando a garota com indiferença, vai chegar em um ponto que ela não vai se sentir mais segura, dar brecha pra ela acreditar que o cara lá tá certo, que dentro de casa ela não tem o que ele pode oferecer. Mentiu? Tá bom, vai lá e castiga, corta tudo como o senhor fez, mas cortar assunto é foda pra caralho também. Se ela se sentiu a vontade com ele, ao ponto de não querer partilhar a situação com a gente é porque tem alguma parada errada, é e aqui dentro de casa, na criação.

Jp : Tá metendo o papo que eu errei na criação da sua irmã? -Perguntou, franzindo a testa.

Benício : Não é isso, pai. Tá vendo como o senhor leva o bagulho pra outro lado? Tô dizendo que as vezes, essa insistência em tratar ela como criança interfere essas questões. Anna é nova e infelizmente a maldade do mundo é só uma, por mim ela vivia na minha barra, mas não adianta querer prender em excesso também, infelizmente ela já coloca na cabeça que o senhor não vai deixar ela fazer o que quer, por isso mente e faz escondido.

Ele não rendeu papo e eu não fiz questão de ficar em cima também, minha mãe suspendeu a sobrancelha, sorrindo de canto e eu finalizei o meu café. Dei o papo que buscaria ela no colégio e assim eu fiz. Trânsito estava agarrado e eu mandei uma mensagem pra ela, pedindo pra aguardar.

Assim que eu cheguei ela entrou no carro, batendo a porta e eu questionei se estava tudo suave, ela concordou, cabisbaixa. Joguei a direção da meca pro canto esquerdo e ela me olhou, franzindo a testa.

Benício : Tá triste por que? Qual foi? -Perguntei rindo e ela negou, cruzando os braços. Começou a chorar e eu deslizei a mão na nuca.

Anna Laura : Não queria ir pra casa. -Fungou o nariz. -Não aguento mais olhar pro meu pai...ver ele me ignorando, tratando com indiferença.

Benício : Foda, Laurinha...mas infelizmente você tá colhendo o que plantou.

Anna Laura : Eu sei, é que na hora parecia tudo ser tão bom, entende? Eu não soube pensar e agora me sinto uma burra, idiota. -Tentou secar o rosto. -Eu só soube piorar tudo, absolutamente tudo.

Benício : Também não é assim, Laurinha. A gente já não conversou sobre isso? Fica tranquila, tudo passa.

Anna Laura : Difícil colocar isso na cabeça agora, parece que eu sempre faço algo pra todos me odiarem.

Benício : Ninguém te odeia...essa palavra é forte, você não acha? Mas eu te amo, mais do que você possa imaginar...te garanto que dou atenção para os seus acertos.

Anna Laura : Desculpa por ter feito isso com você, que sempre me deu liberdade pra conversar e pedir conselho...se eu tivesse falado com você tudo estaria sendo diferente.

Benício : Fiquei preocupado, por achar que você não confiasse em mim. -Ela negou e eu sequei o rosto dela. -Não precisa chorar, vamo dar a volta por cima...mas no papo reto, preciso ouvir pela tua boca, você sente alguma parada por esse cara?

Anna Laura : Não sei, é como se eu sentisse falta...e ao mesmo tempo dúvida, incerteza. No momento eu só consigo pensar em como estaria a minha vida se eu não tivesse me envolvido com ele.

Respirei fundo, confirmando, e dei partida pra casa outra vez.

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