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Anna Laura 🩰

Ele me avisou que havia chegado e eu desci com o meu celular e a bateria portátil, mas antes troquei de roupa, colocando um shorts e uma blusa da seleção.

Pedi o seu Jorge pra abrir o portão e sai, observando ele próximo a moto do outro lado da rua, consequentemente, perto da orla. Atravessei olhando para os dois lados e sorri, jogando o meu cabelo pra trás.

Leonardo : Morar assim é fácil. -Eu fui obrigada a confessar, subindo na calçada.

Anna : Realmente. -Olhei para os dois lados, e passei a mão no meu pescoço. -Não posso ficar aqui, quer entrar e ficar na área?

Ele confirmou e nós atravessamos outra vez, falei pra darmos a volta e eu tirei a minha chave do bolso, destrancando e entrando no portão que dava acesso as piscinas e a sauna.

Anna : Você não me deu a certeza ainda, é da Mangueira? -Questionei, indo na direção de um dos sofás estofados que ficava ali.

Leonardo : Sou de todos os lugares, pô, depende da necessidade. -Eu ri. -Aquele dia eu estava lá de bobeira, tirando onda com os cara. Mas depois voltei e não te vi mais, por que?

Anna : Uma longa história. -Soltei a minha respiração. -Meu pai não curte muito que eu frequente os ensaios...sempre termina tarde, e ele acredita que minhas prioridades devem ser os meus cursos, escola.

Leonardo : Esse lance de pai é complicado, mas é uma pena, porque tu manda bem pra caralho.

Fiquei sem graça, mas troquei o assunto, perguntava sobre o bofe, e ele pisava em ovos para responder, só o básico e o que eu estava questionando.

Perguntei da idade e ele respondeu vinte e dois, fiquei meio cismada, mas da mesma forma nós continuamos conversando.

Anna : Acho que eu já preciso subir. -Conferi o horário no relógio e ele riu jogando a cabeça pra trás -Tô falando sério, preciso entrar antes da minha mãe chegar.

Leonardo : Tá escondida? -Perguntou gargalhando alto e eu coloquei a minha mão sob a boca dele, segurando pra não rir também.

Anna : E não é óbvio? -Ele deu de ombros e passou a mão no rosto. -Passou na sua cabeça que eu poderia sair de casa uma hora dessas sem dar satisfação?

Leonardo : Não sei. -Riu de canto e passou a mão por trás da minha nuca. -A gente pode pelo menos se despedir? -Aproximou o rosto do meu e eu desci o meu olhar pra boca dele. Fiz com que fosse me aproximar, mas logo afastei, fazendo com que ele deslizasse os dedos pelos fios do meu cabelo e puxasse o meu rosto.

Nossos lábios se colaram e eu terminei de fechar os meus olhos, deixando minha mão sob a coxa dele. Senti uma mordida gostosa no meu lábio inferior e depois de um tempo me afastei, sentindo a sensação de calor percorrer o meu corpo.

Anna : Agora é sério! -Levantei, puxando ele pelo braço que aproveitou a situação pra puxar a minha cintura e me beijar outra vez. E o problema é que era viciante, principalmente por ter uma sensação de adrenalina.

Fui na direção do portão com ele e assim que abri vi o carro da minha mãe fazer o contorno, comecei a rir pelo desespero e o bofe só pra irritar fez questão de me empurrar contra a parede, colocando a boca no meu pescoço. Puxei o rosto dele com a minha mão e iniciei um beijo lento, passando minha unha pelo abdômen, notando a palma da mão dele apertar a minha bunda.

Me afastei, em um suspiro e ele piscou pra mim antes de sair. Tranquei rápido e pra não ter perigo subi pelo outro elevador. Cheguei antes da minha mãe e corri pro meu banheiro, fechando a porta e abrindo o registro.

Sorri comigo mesma, sentindo a água gelada percorrer o meu corpo, coloquei o pijama e fui para a minha cama, puxando o cobertor.

Victória : Amor, já dormiu? -Abriu a porta devagar e eu deixei o celular de canto. -Fiquei feliz em vê você na praia hoje, fazendo o que gosta. -Sentou na minha cama.

Anna : Eu também gosto dos ensaios, mãe, mais do que a senhora possa imaginar! -Ela soltou a respiração.

Victória : Você foi quantas vezes nesses ensaios? Duas? -Passou o meu cabelo pra trás.

Anna : Três, e foi o suficiente pra eu descobrir que eu amo, se um dia a senhora e o meu pai quiserem ir comigo, vê como é...

Victória : Espera o seu pai voltar. -Beijou a minha testa e tampou o resto do corpo. -Prometo que vou me esforçar em convencer ele a ir.

Dormi a noite toda tranquila, planejando ir pra casa dos meus tios amanhã, e assim foi, subi pro Vidigal e tanto eu quanto a Maitê ficamos pegando sol enquanto minha mãe e a tia Lu faziam churrasco.

Maitê é sete anos mais velha que eu, mas da mesma forma nós temos uma relação de irmãs e é bom. Nós descemos pra porta depois do almoço e compramos sacolé gourmet da tia.

Começou a tocar pagode na caixa de som e de graça eu levantei pra mostrar ela como eram os passos da música. Apoiei as minhas mãos na cintura, segurando pra não rir e duas motos passaram. O Rafael passou em uma delas sem capacete e buzinou pra mim.

Passou um tempinho e chegou mensagem dele no meu celular, abaixei a notificação e estava escrito "fazendo o que por aqui? teu pai não tá viajando?"

Ia responder, mas foi involuntário outra chegar, e dessa vez, era o Leonardo "tá por onde?".

Por fim eu não respondi nenhum, até porque não era sempre que eu conseguia aproveitar o meu dia dessa forma.

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