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Anna Laura 🩰

Acordei, observando tudo ao meu redor e em uma fração de segundo o meu pai ocupou a minha visão. Semicerrei os olhos para ter certeza que aquilo tudo não era uma miragem e tive a certeza quando ele segurou na minha mão.

Jp : Minha filha, como você tá? -Passou o meu cabelo para trás e eu busquei mais informações pelo local. -Me perdoa por ter me afastado tanto de você...

Anna Laura : Cadê a minha mãe? -Questionei, sentindo as agulhas com a medicação na parte dorsal da minha mão. Tinham alguns curativos e eu tentei sentar.

Jp : Seu irmão está trazendo ela. -Beijou a minha testa e os olhos dele se encheram em lágrimas. Ele me observava como se eu não fosse a mesma, e eu não compreendia o motivo.

Ele disfarçou dizendo que iria chamar a médica e por um instante eu fiquei sozinha no quarto, quando ele retornou estava acompanhado da minha mãe e o meu maior desejo era sair da maca e correr para os braços dela.

Anna Laura : Mãe... -Praticamente implorei por um aconchego dela, que se aproximou segurando o meu rosto com as duas mãos. -Me perdoa. -Murmurei baixinho e ela negou.

Perdeu o maior tempo notando cada detalhe da minha face e era incompreensível as reações, como se eu não fosse a mesma para eles. Mas eu entendi, quando me vi em um reflexo...eu estava detonada, olhos inchados devido as agressões e com diversos cortes.

Era impossível acreditar que aquela era eu, a menina que foi tão bem cuidada pelos pais e que só ganhou amor. E eu retribuir da pior forma possível, permitindo me envolver com um cara que só queria me usar.

Victória : Eu tive tanto medo de te perder. -Sussurrou baixinho, deslizando o dedo com cuidado sobre os meus hematomas. -Quer contar pra gente o que aconteceu?

Anna Laura : Eu estava saindo da concessionária, quando ele praticamente me forçou a entrar no carro...foram os piores dias da minha vida, mãe. -Comecei a recordar de tudo outra vez, e engoli em seco. -Eu não sei como aguentei passar por isso tudo, eu poderia jurar que nunca mais iria ver vocês.

Victória : Já passou... -Colocou o meu cabelo para trás da orelha, secando o rosto também. -Mamãe vai cuidar de você.

Eu confirmei, fechando os olhos devido a dor que eu sentia. O médico entrou no quarto, batendo a porta com o prontuário e os meus pais se afastaram para que ele pudesse me examinar.

-As lesões foram profundas, infelizmente a recuperação vai ser um pouco mais complexa devido a pressão em alguns órgãos...vamos entrar com uma medicação para minimizar a dor e reverter as lesões internas. O indicado é que ela permaneça internada nos próximos dias, repondo nutrientes.

Victória : Então tudo vai ficar bem, não é doutor? Não será necessário nenhum outro procedimento mais invasivo?

-A princípio não. -Respirou fundo, ajustando o óculos de grau. -Quando ela chegou ao hospital passou por uma bateria de exames, identificamos um sacramento partindo do colo do útero e chamamos a ginecologista que estava em plantão...Anna estava no início de uma gravidez, mas infelizmente foi interrompida devido as agressões contínuas.

E ali eu acabei! Me destrocei aos pedaços e sentir algo incompreensível. Não obtive reação e preferi ficar quieta e calada processando todas as informações. Eu não fazia a menor ideia, jamais imaginei que isso pudesse acontecer.

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