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Cole

Kj e eu ficamos a manhã inteira no oceano e voltamos no horário de almoço. Eu queria almoçar com a Lili, mas eu não a encontrei em nenhum canto do oceanário.

Fui até a cantina onde Kj devorava seu prato e sentei ao seu lado.

— E a Lili? — perguntei.

— Eu não vi ela depois que voltei, deve ter saído pra comer em outro lugar.

— Ah, ela podia ter avisado...

— Cole, ela não vai te dizer onde está o tempo todo, não é assim que um namoro funciona.

— Eu sei, eu só queria ficar um pouco com ela.

— Leva ela pra jantar à noite. — sugeriu.

— É uma boa ideia. — concordei.

Acabei almoçando junto com ele e terminei o resto do meu trabalho no laboratório com a Camila. Ela me disse que convidaria o Kj para o evento do sábado e eu sabia que mesmo que ele não gostasse muito de eventos formais, iria pra qualquer lugar que Camila fosse.

Saí um pouco mais tarde do oceanário e antes de chegar em casa, eu liguei para a Lili, mas ela não me atendeu.

Tomei um banho e vesti uma roupa confortável, depois fui até a pensão. Entrei cumprimentando as pessoas que passavam por mim e fui direto para o quarto de Lili. Bati algumas vezes na porta, mas ninguém respondeu e estava trancado.

Fui até o quarto de Kj e bati. Ele me atendeu com o rosto sonolento, quase se escorando na parede.

— Te acordei? — perguntei sem jeito.

— Eu não estava dormindo totalmente, então, tudo bem. O que aconteceu?

— Sabe se a Lili foi pra algum lugar? Parece que ela não está no quarto dela.

— Hum... — ele se recompôs e me olhou mais atento. — Ela saiu mais cedo que eu do oceanário, acho que tinha que resolver algumas coisas... não sei bem, você vai ter que perguntar pra ela. — deu de ombros.

— Ela não te disse pra onde ia?

— Não.

— Tentou ligar pra ela? Não está me atendendo.

— Eu não sei nem se ela levou o celular.

— Quando você a ver, pede pra ela me ligar.

— Pode deixar.

Me despedi dele e voltei para a minha casa. Eu não queria bancar o namorado controlador, mas eu não sabia onde ela estava desde de manhã. Já era quase nove da noite e minha namorada nem sequer me atendia. Não era pra eu achar isso normal, nem mesmo deixar pra lá.

Nem ela, nem Kj me contataram aquela noite. Eu não consegui dormir e fiquei rolando na cama até me dar por vencido e aceitar que o meu descanso não aconteceria.

Levantei, calcei meus chinelos e fui até a cozinha. Se eu não ia dormir, pelo menos precisava me distrair com comida.

Preparei uma panela de chocolate que estava cheirando bem o suficiente para atrair os meus irmãos, que vieram quase correndo no meio da madrugada.

— Fala sério! — revirei os olhos quando eles pegaram suas colheres.

— Você não achou que eu ia sentir cheiro de chocolate e ficar quieta, não é? — Camila disse, dado a primeira colherada.

— Qual o motivo de estarmos comendo esse "prato da depressão"? — Dylan perguntou.

— É a Lili que resolveu sumir de novo. — bufei.

Alto Mar ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora