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Cole

O sol estava começando a nascer quando eu saí de casa. Fui andando até a praia e comecei a caminhar com as ondas cobrindo meus pés. A brisa do oceano chicoteava meu rosto e eu fechava meus olhos, respirando fundo para sentir aquele ar puro me inundar.

A cerca de trinta metros de distância, eu avistei alguém saindo da água. Era uma mulher e estava completamente nua. Parei de andar e a observei com a testa franzida. O que diabos aquela mulher estava fazendo nadando pelada?

Quando ela correu até algumas rochas e pegou roupas que pareciam estar escondidas, eu reconheci a Lili. Esperei que ela estivesse devidamente vestida e fui andando até lá.

— Lili? — chamei me aproximando.

Ela me olhou assustada e correu até mim, me empurrando antes que uma onda tocasse meus pés. Acabei caindo na areia e ela caiu sobre mim.

— O que foi isso? — perguntei confuso.

— Er... Eu... — ela estava ofegante como alguém que nadou por horas.

Esperei uma resposta da parte dela, mas ela só me encarava aflita, respirando fundo e com a boca levemente aberta, possivelmente sem saber o que dizer. Quando do nada ela me beijou. Foi um beijo desesperado, do qual eu não correspondi de início, mas foi inevitável me entregar a ela.

Agarrei sua cintura e a apertei contra mim, deixando que minha língua travasse uma batalha viciante com a dela. A rolei para o lado e fiquei sobre ela. Enlaçamos nossas pernas e continuamos um beijo que parecia que jamais cessaria.

Ela passava suas mãos por minhas costas e dava leves apertadas, movendo seus lábios com maestria num ritmo perfeito.

Paramos o beijo já sem fôlego e eu deixei minha testa colada na dela, encarando os seus olhos.

— Se queria me beijar, era só pedir, não precisava me jogar na areia. — dei risada.

Ela sorriu de lado e acariciou o meu rosto. Antes de levantar, eu dei um último selinho longo nela. Depois fiquei de pé e a puxei pela mão.

— Estava nadando?

— Pois é. — respondeu rápida.

— Achei que tinha medo do mar.

— Você queria que eu tentasse, não é? Estou tentando.

— Precisa de biquínis novos? — ela me olhou confusa. — Você estava pelada!

— Você me viu nua? — corou, arregalando os olhos.

— Relaxa, eu não sou nenhum pervertido. Só fiquei muito confuso.

— Bem... — desviou o olhar. — Eu queria ter uma experiência mais direta com o mar. Achei que me sentindo mais vulnerável a ele eu poderia superar os meus medos. É isso.

— E como se sente?

— Salgada. — rimos. — Ainda não estou pronta pra ir tão fundo.

— Tudo ao seu tempo. — sorri para ela. — Já tomou café da manhã?

— Não.

— Quer ir comigo até uma cafeteria? — ela pendeu a cabeça para o lado e me olhou como se pedisse desculpa. — Você acabou de me dar o melhor beijo da minha vida e não vai aceitar tomar café da manhã comigo? — cruzei os braços.

— Seria estranho, não é?

— Estranho e injusto.

— Bem, que mal há? — deu de ombros. — Eu só preciso de um banho antes.

Alto Mar ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora