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Cole

Acordei com a claridade do sol batendo em meu rosto. Minha barriga roncou e eu fui até a cozinha me servir de um delicioso cereal bem doce. Barbara que me perdoe.

Coloquei o cereal na tijela e fui até a geladeira buscar o leite. Quando fechei a porta da geladeira, vi Becky parada na porta da cozinha, sorrindo para mim.

— Bom dia. — eu disse.

— Bom dia.

— Como dormiu?

— Como uma pedra. A noite de ontem foi bem agitada. — sorriu.

— Nem me diga, minhas costas estão bem doloridas.

— Você não dormiu comigo... — desviou o olhar.

— Não me entenda mal, não é nada com você. Eu realmente gostei de ontem. É só que dormir com alguém eleva as coisas pra um nível que eu ainda não estou pronto pra entrar.

— Tudo bem, não quero que ache que estou te exigindo nada, longe de mim.

— Ótimo! Quer que eu te leve pra casa?

— Se possível, por favor.

— Quer tomar café da manhã comigo antes? — ela sorriu de lado e antes que respondesse, Barbara entrou na cozinha, com cara de sono, usando as roupas do Dylan como pijama.

— Bom dia, gente. — falou.

— Bom dia. — Becky e eu respondemos em uníssono.

— Opa, nem pensar! — ela arrastou minha tijela de cereal para longe de mim. — O que combinamos?

— Ah, qual é! São sete da manhã! — reclamei.

— E é por isso mesmo que você precisa comer algo saudável! Estava levando ela pra casa? Por que não passam numa cafeteria e tomam um café da manhã descente?

— Por mim, seria ótimo. — Becky respondeu.

— Ok, eu só preciso me trocar rapidão. — fui até o meu quarto e troquei de roupa. Quando voltei para a cozinha, Barbara e Becky conversavam e riam animadamente. — Podemos ir? — perguntei.

— Claro! — Becky veio até mim. — Foi um prazer te conhecer, Barbara.

— O prazer foi meu, querida. Espero te ver mais vezes! — as duas se despediram e eu saí com a Becky.

No caminho, nós conversamos sobre várias coisas e eu tive a chance de conhecê-la melhor, já que na noite anterior tudo o que fizemos foi transar.

Becky era uma mulher comum, os pais moravam na cidade, ela tinha um emprego que gostava e nenhuma ambição de vida. Gostava das mesmas músicas que a maiorias das pessoas, não tinha nenhum hobby muito incrível, nem uma paixão intensa por qualquer coisa. Ela era normal demais.

Nós paramos numa cafeteria e pedimos panquecas para comer.

— Eu falei muito sobre mim, mas e você? Me fale sobre você. — me olhou com atenção.

— Bem, você sabe que eu sou biólogo marinho, trabalho no oceanário com a Camila e... é isso. — dei de ombros.

— É isso? — franziu a testa. — Não, não é só isso. Vamos, me fale mais. Pode se abrir.

— Tá... eu gosto muito do oceano, mas ultimamente não ando tendo uma relação muito boa com ele. O mar me tirou muitas coisas... — desviei o olhar.

— Camila me contou sobre o seu pai. Eu sinto muito.

— Tudo bem, já faz meses. Eu aprendi a entender e superar essa perda. Vai muito além do meu pai, você não entenderia. — ela assentiu devagar.

Alto Mar ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora