47 - Final

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Alguns meses depois...

Lili

Enquanto velejávamos, eu observava todo o azul do oceano sentindo o meu peito se encher de alegria por poder estar aqui agora, feliz e satisfeita. Era um belo fim de semana e poder passar aqueles dois dias ao lado do meu marido sem nenhuma preocupação valia ouro para mim.

Eu estava de licença, chegando ao fim da minha gestação. Minha barriga estava enorme, meus pés inchados, minhas costas doíam e eu tinha vontade de ir ao banheiro mais vezes do que eu gostaria. Apesar de todas essas limitações, carregar os meus bebês dentro de mim fazia tudo parecer mais fácil. Sim, bebês, no plural.

Cole quase caiu de costas quando o obstetra disse que havia duas crianças. Gêmeos bivitelinos, gerados em bolsas diferentes, um menino e uma menina, a quem chamaríamos de Matthew e Victoria.

Montamos o quarto dos bebês com duas coisas de cada que precisaríamos utilizar. Seria um cuidado dobrado, mas tínhamos um ao outro para nos apoiar, além disso, nossos filhos tinham tios babões que juraram estar presentes e ajudar no que precisássemos.

Faltava apenas duas semanas para o meu parto e escolhemos passar aquele último momento de gravidez velejando juntos, relaxando o corpo e a mente no lugar onde mais gostávamos de estar.

Senti o aroma de chá invadir minhas narinas. Cole sentou na cadeira ao meu lado e me ofereceu uma das xícaras que trazia.

— É uma bela paisagem. — colocou a mão sobre a minha barriga. — O que acham de velejar em todas as férias? Nós podíamos fazer até um cruzeiro! Por favor, gostem do mar o tanto quanto mamãe e papai gostam. — sorriu.

— Eu aposto que vai ser bem difícil convencê-los a voltar pra casa depois de um dia de praia. — eu disse.

— Seria maravilhoso!

— Não vejo a hora de poder apresentá-los para a Água. — suspirei. Cole pendeu a cabeça para o lado e me olhou com atenção.

— Às vezes eu tenho medo que sinta algum arrependimento por tê-La deixado.

— Amor, eu estou exatamente onde quero estar, vivendo como quero viver, com as pessoas que quero ao meu lado. Eu jamais vou me arrepender de ser sua esposa, jamais vou me arrepender de ter escolhido o seu amor e agora mais do que nunca, jamais vou me arrepender de ser a mãe dos seus filhos. Vocês são tudo o que eu tenho e eu os amo acima de qualquer coisa no mundo. Minha vida com vocês é tudo o que quero e preciso pra ser feliz. — ele segurou minha mão e levou até seus lábios, onde depositou um beijo.

— Eu já te agradeci por tudo isso?

— Sim. — ri pelo nariz.

— Dizer "obrigado" nunca vai parecer o suficiente. Tudo o que tem feito por nós dois vai muito além de um simples agradecimento. Você é a mulher da minha vida e eu peço em oração todos os dias pra que você continue me amando, porque eu nunca, sob hipótese alguma, serei capaz de não amar você.

— Eu nem consigo imaginar um mundo no qual eu não me apaixone por você. Eu sempre vou te amar, não tenha dúvidas disso. — encostei minha cabeça em seu ombro. — Eu sou tão feliz que nem posso medir essa felicidade.

E o nosso casamento seguia assim, regado de declarações que aconteciam a todo instante, de forma despretensiosa, só porque sentíamos a necessidade natural de ressaltar no outro o que nos fazia bem.

•••

Na minha última semana, era aniversário da Barbara e ela insistiu que fizéssemos algo entre nós seis, apenas em casa, com jogos e muita comida já que eu não poderia ir numa grande festa.

Alto Mar ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora