Lili
Depois da lavagem estomacal, eles o deixaram num quarto. Cole ainda estava desacordado e nós três ficamos no quarto aguardando que ele acordasse. Camila não parava de chorar enquanto segurava a mão dele, acariciando seu rosto com as pontas dos dedos. Dylan e eu estávamos mais afastados, sentados um ao lado do outro no sofá branco.
— Era só o que me faltava. — Dylan bufou. — Como se já não bastassem as alucinações, agora ele também vai ficar tentando se matar!
O olhei perplexa, não acreditando que ele estava mesmo com raiva.
— Você não pode estar falando sério. — eu disse.
— Pois é, Lili. Diferente de vocês duas, eu não vou passar a mão na cabeça do Cole. Isso pra mim foi unicamente pra chamar atenção.
— Você tem noção do quanto o seu irmão se sente culpado por tudo? Tem noção do peso que ele carrega? Que tipo de pessoa horrível não é capaz de ter empatia pela própria família?
— Quer me dar sermão? Logo você, que some e deixa ele doido?
— Eu tenho as minhas necessidades e, diferente de você, eu nunca o machucaria de propósito. Deveria se envergonhar.
Ele revirou os olhos.
— Ainda não consigo entender o porquê de ele ser melhor que eu pra você.
— Talvez porque ele tenha um coração.
— Ele acordou! — Camila exclamou, interrompendo o que quer que fosse que Dylan iria dizer. — Maninho?
— Ai... — Cole abraçou a própria barriga e fez uma careta. — Que queimação... onde eu estou?
— No hospital, Cole. Você quase teve uma overdose por ter tomado o dobro da dose do seu medicamento. — Camila o olhou com repreensão. — Por que fez isso?
— Eu tive uma alucinação ontem. Achei que os remédios não estavam mais funcionando e pensei em aumentar a dose. — ele parecia arrependido.
— Aumentar a dose sem consultar o seu médico? — Dylan ficou de pé e andou até ele. — Isso foi muita burrice, não acha? E se você tivesse morrido? Não pensa nas pessoas que gostam de você?
— Com certeza você não é uma delas. — Cole disse.
— Por favor, Dylan, agora não é hora pra isso. — Camila pediu.
— Lili? — Cole me olhou. — Por que tá quietinha aí? — depois que ele disse que dobrou a dose por ter tido uma "alucinação", eu me senti tão culpada que nem consegui chegar perto. — Vem cá. — ergueu a mão na minha direção.
— Dylan e eu vamos deixar vocês sozinhos. — ela acenou com a cabeça para o Dylan e os dois saíram do quarto.
Me aproximei devagar e segurei sua mão, o olhando de forma séria. E em minha mente, meus pensamentos gritavam "me perdoe".
— Me perdoa. — foi ele quem pediu perdão. — Eu fui muito irresponsável.
— Tudo bem, você só precisa aprender com isso e pensar direito antes de colocar sua vida em risco. — segurei sua mão e a ergui, depositando um beijo. — Não sabe o medo que eu senti.
— Imagino que acordar ao lado de uma pessoa quase morta não deve ser uma experiência muito agradável. — riu pelo nariz.
Eu sorri de lado e sentei na cama, ao lado dele.
— Como você se sente? — comecei a acariciar seus cabelos.
— Sinto um incômodo em meu estômago, mas no geral, eu estou bem. O que o médico disse?
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Alto Mar ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ
FanfictionO oceano ainda é um lugar misterioso, pouco explorado pelo ser humano. Estima-se que apenas 5% de todo o território oceânico é conhecido pelos homens. Em sua vida como biólogo marinho, Cole vai descobrir que existem muitos mistérios a serem desvend...