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Cole

Por mais teimoso que Dylan fosse, ele estava colaborando em deixar a Lili em paz e esquecer toda a história de sereia que ele criou em sua mente. E eu tinha que agradecer muito à Barbara que desde que começou a sair com o meu irmão, tem distraído a mente dele de forma positiva.

Dylan me pediu para acompanhá-lo em algumas viagens, principalmente depois que descobrimos uma migração de arraias para a nossa costa. Estávamos tentando descobrir as razões para esse acontecimento.

— Ei, Cole! — ele me chamou antes que eu saísse de seu barco.

— Sim?

— Eu sei que já está anoitecendo, mas acabaram de me informar que há uma grande concentração de arraias bem próximas daqui. Não é estranho que elas fiquem se reunindo em grupo? Bom, foi isso que eu ouvi de você. — riu. — Vamos lá?

— Dylan, não tem mais ninguém aqui além de nós e eu precisaria de alguém me auxiliando pra quando eu mergulhasse.

— Vai até o oceanário e chama algum ajudante. A Lili, talvez?

— Se ela ainda estiver por lá, o que eu acho difícil, eu a chamo.

— Por favor, só tenta! Talvez a gente não tenha a chance de ver as arraias agindo de forma tão estranha de novo.

— É, você tem razão. Eu vou correndo até o oceanário. — no fundo, eu queria colaborar com a recente irmandade que estava crescendo entre nós. Fazia dias que eu não ouvia nenhum comentário maldoso por parte do meu irmão.

Chegando ao oceanário, procurei Lili pelos corredores e a encontrei conversando com alguns peixes. Antes de chamá-la, fiquei observando a cena.

— É bom finalmente me sentir confiante com alguém. Vocês deveriam tentar se abrir uns com os outros. — ela esperou, como se estivesse os ouvindo. — Não, não é difícil! — riu. — Na verdade, eu diria que é tão fácil quanto é difícil... bem... complicado... mas é tão bom!

— Escutem a Lili! — eu disse me aproximando. — Aposto que não tem ninguém nesse oceanário que seja melhor em dar conselhos para vocês. — ela riu me vendo conversar com os animais assim como ela estava. — Você fica tão linda conversando com eles.

— Algumas pessoas diriam que eu não giro bem. — deu de ombros.

— E é verdade, você é bem doidinha. Mas isso te deixa ainda mais atraente. — segurei seu queixo e lhe dei um selinho demorado. — Que bom que ainda está aqui, eu preciso de você pra me auxiliar num trabalho de campo.

— Agora? É quase de noite.

— Não vai demorar, voltaremos antes que o sol se ponha completamente.

— Tudo bem então. Só espera eu tirar meu uniforme?

— Claro, vou estar na saída. — beijei sua testa e fui até a parte externa.

Não demorou para que Lili retornasse e nós fomos juntos até o cais.
Dylan pilotou seu barco até a localização indicada e quando chegamos, nós três começamos a observar o mar.

— Achei que vocês tinham dito que algumas arraias estavam tendo um comportamento estranho por aqui. Elas parecem bem normais pra mim. — Lili falou.

— Foi algum alarme falso, Dylan? — perguntei.

— Tenho certeza que não. Já que estamos aqui, por que você não mergulha pra analisar? Pelo menos não perdemos a viagem. — ele sugeriu.

— Lili, separa os meus equipamentos enquanto eu vou lá na cabine vestir a minha roupa de mergulho. — falei.

— Ok. — Lili pegou minha mochila e começou a tirar as coisas de dentro.

Alto Mar ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora