🪭❄️Alma podre❄️🪭

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Kokushibo voltou cheio de brilho e animado, que nem o Akaza. Olho o teto e tento pensar em algo legal para mim e Sayuri fazer, ou um lugar para mim poder abrir meu coração.

Abrir meu coração. Nunca fui disso..., pelo menos até hoje.

Suspiro cansado, já tinha se passado 2 semanas deste Akaza e 1 deste Kokushibo. Não tenho nada para fazer com Sayuri.

Me lembro de algo que me faz levantar-me rapidamente. Era isso, eu precisava a levar para o meu templo novamente e mostrar aquele lugar.

Eu não mostrei a ela por ser algo que não gostaria que ninguém soubesse e que eu próprio escondo de mim mesmo. Todos acham que aquele lugar é abandonado e que não tem nada.

Para ela entender minha alma precisa ir para aquele quarto e ver as coisas que abriga aquele interior.

Me levanto determinado. Minha alma é muito vazia para eu tentar levar ela a algum lugar bonito; já que eu não vejo beleza, só a dela; em algum evento; já que nada me diverte além de irritar o Akaza e sentir ela comigo; tentar procurar algo emocionante; já que só ela me emociona.

A única coisa que sei que deveria mostrar é o auge de minha falta de emoções e empatia, o que me torna um monstro pior do que qualquer um. O que faz Muzan parecer um coitadinho, o que faz ele me odiar a ponto de querer distância de mim e só me usar por conveniência...

Olho a janela agoniado, não sabia como fazer isso direito, só sabia que se contasse a Akaza e Kokushibo eles não iram me ajudar, já que isso vai além da humanidade que os dois tem e que eu nunca tive.

Pulo a janela e vejo que o sol se punha, a noite sempre combinou mais comigo. Ando lentamente até a casa de Sayuri me sentindo cada vez mais impelido a voltar e esquecer essa súbita vontade de mostrar minha alma imunda.

Paro e pego uma flor, me lembro de poucas coisas que me diziam, mas uma sempre me marcou: sempre leve flores a moça querida.

Nunca tive que me esforçar para ganhar algo e em minha cabeça jovem não entendia o motivo para ter que me esforçar para ter uma garota. Agora eu vejo que nunca é pra ter o que quer e sim para mostrar o carinho de forma correta; outra coisa que eu nunca soube fazer.

Me paro na entrada e olho a porta, sentia sentimentos me encher e pouca compreensão deles me fazia sentido, não consegui entender o que estava acontecendo comigo. Me sentia ainda mais intimidado pela porta a minha frente.

Abaixo a mão com a flor me sentindo de repente como se fosse burro. Isso é um erro, não devia ter vindo até aqui.

Tombo para trás e acabo derrubando um vaso. A porta se abre mais rápido do que imaginava e vejo Sayuri.

Me lembro do motivo de ter vindo até aqui e sinto um rubor me subir até as raizes do cabelo.

Ela olha que o vaso que tinha caído e sinto uma vergonha maior me consumir.

Acho que não é a melhor maneira de chegar na casa do tutor da minha noiva. Ainda se conseguisse pegar o vaso a tempo..., mas o pior é que deixei cair.

- Douma?! Que surpresa boa..., mas... você caiu ou algo assim? - Diz Sayuri com tom de graça.

Nego.

- Eu tombei para trás e... - Digo de repente me sentindo pior ainda.

Ela ri e olha a flor em minha mão.

Estendo para ela meio sem jeito.

- É para mim? Obrigada! - Diz ela com um sorriso lindo no rosto.

Me sinto melhor e até meio abobado.

Pódio com o mesmo amorOnde histórias criam vida. Descubra agora