Capitulo Especial - Mais uma Vitória das Sombras

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Com certeza aquele é o maior rodízio que a Pizzaria Onça-Celeste já fez em seus 30 anos de serviço… Ela é uma Pizzaria famosa por usar personagens do Folclore e a cultura indígena em seus pratos e na decoração, além de usar bastante a colocação verde da floresta amazônica. O cardápio é diversificado: 

Pizza da Cobra Grande: Tomate, queijo, presunto e pimenta. 

Pizza do Curupira: Tomate, Brócolis, queijo, cebola e cogumelos.

Pizza da Iara: Sardinha,4 queijos e tomate. 

Pizza de Nhará: A Massa doce com Sorvete de qualquer sabor.  

Pizza da Caipora: Frango, Catupiry, queijo, presunto e tomate. 

E muitos mais, com exatamente 50 sabores diferentes misturados criaturas folclóricas e deuses. 

Kauê e seus amigos comeram exatamente 300 pedaços de Pizza de diferentes sabores e ainda estavam comendo! As pessoas no local apenas observaram com espanto aqueles jovens adolescentes comendo como se não houvesse amanhã… Era inacreditável e eles também estavam rindo bem alto, muitas pessoas estavam incomodadas. E inclusive chamaram o dono do estabelecimento, mas ele conhece bem o Curupira que estava ali com eles, sabe que sempre que ele vem, a bolada de dinheiro é gigante, então não fez nada a respeito e tratou os semideuses como reis e rainhas. Ele sabe o que eles são, sabe do sobrenatural ao redor desde criança. Seu pai sempre lhe contava histórias, seu próprio meio-irmão mais novo  é filho do Boto Cor-de-Rosa…

 Seu pai ficou furioso e passou meses caçando o Boto, no fim o mesmo acabou sendo morto por um Besta-Fera a alguns anos, o restante da família culpa uma Onça-pintada, mas seu filho sabe que não… E por isso mantém sua Pizzaria totalmente protegida por diversos meios diferentes, seja rituais indígenas, Quilombolas e até mesmo cristãos. 

Uma vez ou outra Curupira sempre levava alguns semideuses ali para comer Pizza, fazer algo diferente e essas noites sempre eram quando o estabelecimento mais lucrava. 

Eles conversavam de forma animada e descontraída… Momentos raros, mas que quando acontecem, eles sabem aproveitar. Os únicos a tomar cerveja ali eram Curupira, Açaí e a Boiuna que os encontraram quando eles estavam indo e decidiram ir juntos. Açaí estava levemente irritado, ele falou que Pijima havia desligado na cara dele! E só de raiva, ele já havia comido 50 pedaços de Pizza da Caipora e bebido 5 garrafas de cerveja sozinho, mas ele não parecia estar enjoado ou bêbado, muito pelo contrário. 

Eles ocupavam o maior espaço, juntaram 5 mesas para caber todos. Honorato estava sentado ao lado de Atreus, ele está achando um máximo um tio da sua idade, finalmente alguém com quem brincar e aprontar. Ali, o pequeno Atreus não sentia medo, não estava mais sentindo toda aquela carga negativa de Eldorado, ele sente paz… Alegria… Ele está feliz por estar ali e gostando e confiando mais ainda neles. Apesar dele ainda sentir um pouco de medo de Kauê pelas situações, ele o quer perto de si… 

-Se quiser, você pode tomar Rafael, já tem 17 anos e seus irmãos, antigos Caciques começaram a beber Cauim com 16 anos - falou o Curupira. 

Rafael até o momento do estava bebendo refrigerante ou suco, mas ele havia perguntado ao Curupira qual é o gosto da cerveja. Ele nunca havia tomado e o cheiro o estava deixando muito curioso. 

Cauim é uma bebida alcoólica produzida pelos povos indígenas e semideuses bem antes da colonização e é feita até hoje. Feita com a fermentação de mandioca, milho e às vezes misturadas com sucos de frutas e na época colonial, foi colocado caldo de cana de açúcar. 

-Sério? Eu quero - respondeu ele com entusiasmo. 

-Ei, se ele pode, eu também posso - falou Bruno, mas John o cortou 

Livro 3: Kauê e os filhos da Amazônia - O Sangue De EldoradoOnde histórias criam vida. Descubra agora