Capítulo 3 - Problemas ao quadrado

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-Gracinha? Me chamou de gracinha?! - exclamei ainda absorvendo tudo que estou vendo… Além do fato de ter dois Yancys, um é completamente maluco e está atacando as pessoas como se fosse algo normal de se fazer… Ele se aproximou de nós 

-É, ou prefere, príncipe, princesa, marrentinho, boneca, adjetivos é o que não faltam para te descrever, bebê - ele levou sua mão até meu queixo e sorriu, meu Deus… Eu quase cai pra trás! Chão?! Cadê você! - O que me lembra, ainda não vimos nosso filme, não que eu vá realmente ver alguma coisa, mas dizem que o escuro do cinema é ótimo para muitas brincadeiras divertidas, mas ironicamente para mim já é tudo escuro, então, vamos brincar? 

Sim… quero dizer, NÃO! Agora sim que minha entrada nesse cinema vai ser negada até o fim da minha vida. Eu levantei minha mão e dei um tapa no braço dele, o fazendo retirar a mão de meu rosto. 

-Nervosinho, gosto assim, hehehe - riu ele e eu senti meu corpo todo esquentar...

Victor e Juliana ainda olhavam sem saber como reagir, nem eu sei o que fazer, mas de algo eu sei, temos que sair daqui! Agora!

- Seu bruto! Olha o que você fez?! - o Yancy chorão começou a gritar com o outro… - Acha que nosso irmão ficaria feliz com isso?! 

- Você fique quieto! Vai chorar em outro canto e não enche! - retrucou ele.

Eles dois começaram a discutir… Aí meu cérebro… Tá tudo dando voltas! 

-Eu não sei o que o diabo do Boto fez, mas depois pensamos nisso, vamos embora daqui! - disse Victor -, me deem as mãos. 

-Victor, ás pessoas, elas vão ver! - alertou Juliana vendo que todo mundo está olhando para a gente... Funcionários de lojas, clientes, os seguranças no chão tentando se levantar. Tem até mesmo gente com o celular em mãos, com certeza gravando tudo! Bosta… E agora?! 

- Eu sei o que fazer, Yancy, me ajude a criar uma névoa - pediu Victor, os dois que até agora estavam discutindo olharam para ele.

-Eu não, para quê?! Para fugir? Eu nunca fujo! Sou filho de Tupã e não recebo ordens suas - exclamou ele. 

Esse Yancy… Ele tem uma presença agressiva… Uma presença que senti poucas vezes com ele hã… Normal… 

Um olhar furioso tomou conta do rosto de Victor. 

-Escuta aqui, a gente está encrencado por sua causa! Seu imbecil de merda! - Victor o empurrou. 

- Você vai me empurrar mesmo? Tem certeza disso?! - Yancy o empurrou de volta. 

-Parem com isso! - exclamou o Yancy chorão. 

- Ele começou, seu cego, não está vendo? Ah é, verdade… - Yancy gritou com o outro… Aí socorro! 

-Parados! Todos parados! - os seguranças se aglomeraram à nossa volta com armas que dão choque… - Cadê a polícia?! Chamaram a polícia?! 

-Meu pai vai me matar… - murmurou Juliana. - O que a gente faz? Kauê, você não está aprendendo magia, não poderia fazer algo? Joga um Avada Kedrava aí! 

Ai… bem que eu queria poder lançar um… espera… Não! Ta locona?! Acho que ela não sabe o que esse feitiço significa. 

-Não, minha magia não é como a da Ágata, mas… É claro! - CARALHO! Estou tão nervoso que não pensei nessa possibilidade, eu não sei se vai dar certo, mas vai ajudar a gente a sair daqui. Me concentrei o máximo que pude e encarei os seguranças atenciosamente… Só espero que dê certo! 

Começamos a ouvir disparo de tiros, logo as pessoas começaram a correr e homens armados com artilharia pesada invadiu o shopping atirando para cima, anunciando um assalto, isso chamou a atenção dos seguranças, nos dando a chance para correr! Os dois Yancys me pegaram por cada braço e me levaram junto de Victor e Juliana.

Livro 3: Kauê e os filhos da Amazônia - O Sangue De EldoradoOnde histórias criam vida. Descubra agora