Capítulo Especial - O lado humano dos deuses

257 27 73
                                    

Tupã observava o mundo através do poço do infinito, ele passava horas ali, olhando, meditando, ouvindo orações, principalmente de seu filho, Rafael, que pedia para ele sempre proteger Eldorado, proteger a todos e principalmente Kauê… Algo que Tupã achou uma atitude honrosa e linda…  Ignorando quase que totalmente muitas vezes o barulho que sempre tem no salão dos deuses, causados principalmente por Rudá, Xandoré e Putim. Ainda bem que Polo estava ocupado levando mensagens, pois ele é outro que ama se juntar ao trio do barulho. Guaraci não estava, como era de dia, ele estava iluminando todo o Brasil no momento, já que ele é tecnicamente o próprio sol. Sua esposa Jaci, deusa da lua, estava junto de Sumá, Iara e Jurupari, eles haviam ido para uma reunião com os deuses indígenas da América do Norte, representando o Brasil. Sumé, seu fiel conselheiro, Nhará, sua filha Ceuci, Angra e Anhum foram até o Egito, Rá, o deus do sol e líder deuses egípcios requisitou a presença de alguns deuses da América para conversarem sobre tudo que está havendo e ver se eles conseguem entrar em um consenso para enfrentar o problema, pois as ações de Robert, que se intitula como Athos e dos demônios do abismo, chegaram a até mesmo a acordar Apófis, deus da destruição e principal inimigo dos deuses egípcios… Eles estão em estado de alerta, seus semideuses estão enfrentando diversos monstros antigos trazidos de volta pela presença de Apófis, nem mesmo quando Ares atacou, eles se sentiram tão pressionados… O mundo parece mergulhar em direção ao caos total de uma vez… Seria esse o fim? Ou o começo do mesmo? É o que o Cacique dos deuses indigenas brasileiros se pergunta… Vários deuses reis e líderes do mundo enviaram mensagens a Tupã, eles perguntaram se o Brasil enfrenta tamanha crise e se Anhangá por acaso ainda estava preso, Tupã foi sincero, por enquanto Anhangá não parece ter feito nada para merecer ser suspeito, no entanto, muitos deuses de fora apontaram para Tupã que talvez o filho de Anhangá, Kauê, seja a arma que o deus do submundo e inimigo mortal de Tupã espera usar para destruir os deuses indígenas… Eles aconselharam Tupã a matar Kauê, mas o deus do trovão disse que por hora, o garoto não representa perigo e que ele não vai matar um inocente por ter apenas teorias de conspiração, apenas o deus Olorum, orixá que criou tudo para os africanos pediu a Tupã para que não matasse Kauê e sim o observa-se, Tupã o atendeu de bom grado, o que o deus do trovão precisa é de provas e a única prova que ele tem agora, é que Robert precisa ser parado e que os vermes do inferno precisam ser presos novamente… Ah muito o que fazer e o que pensar… O velho rei dos deuses ficou pensativo por muito tempo, até se permitir se distrair pela discussão dos três deuses a sua frente. Ele respirou fundo, sem se incomodar com isso, tem algo que ele precisa fazer agora… 

-Xandynho, eu te peguei vendo a foto do pai do Tadayuki de novo, ah! Quando vai admitir que ele foi o seu maior amor?! - questionou Rudá, usando óculos escuros e vestido com roupas de praia, seus pés estão cheios de areia. - Você ama aqueles olhinhos puxados, pensa que não vi você rezando para nosso Pai, Nhamandu para proteger ele e o Tada quando eles retornaram ao Japão. 

As bochechas morenas avermelhadas de Xandoré ganharam uma cor vermelha única de vergonha e rubor, acompanhadas de um grito cheio de frustração e raiva. 

-Eu não tava olhando nada! Não rezei nada! - gritou o deus da guerra. - E é XANDORÉ!

-Ah Xandoré, vem cá provar meu paté - cantou Putim. - Eu não ligo se você ainda ama ele, não tenho ciúmes. Agora de bobo seu mozão não tem nada, quem é que não quer um deus indigena de voz grossa de farda ainda?! Opa! 

-Eu vou matar você! - exclamou Xandoré ficando vermelho. - Que saco! Sempre que Guaraci não está vocês tiram o dia para me infernizar.  Vão fazer alguma coisa de útil, vai flechar alguém com suas flechas de amor idiotas, Ruda e Putin, vai lá ajudar as plantas a fazerem fotossíntese! 

-Claro Xandy, a gente ama ver um deus da guerra nervosinho - piscou Rudá. - E por favor, amor e guerra sempre estão juntos, Afrodite e Ares ficaram tão juntos que eles até tinham um lance, mas não se preocupe, Papai me livre de querer algo com você! Não gosto de homens brutos! Agora mulheres brutas, ai ai! Credo, que delicia! Amo apanhar de cinta e de mulher bonita,, a mãe de minha filha,  Alexia, me deixa trêmulo até hoje. 

Livro 3: Kauê e os filhos da Amazônia - O Sangue De EldoradoOnde histórias criam vida. Descubra agora