Chuya
Minhas pernas estavam bambas quando me retirei da sala do Kazekage. Ele me levou até a porta, a abriu e se despediu de maneira educada. Desci as escadarias sentindo o meu coração acelerado, e não ousei olhar para trás, mas senti que seu olhar queimava em minhas costas até me perder de vista. Nunca, nem em meus sonhos mais loucos, eu pude imaginar estar na mesma sala com a pessoa mais importante de nosso país. Cambaleei até a parte de fora do prédio, me sentindo fraca e procurei Ume com os meus olhos por todos os cantos que passava, para ver se ela estava por ali. Nada.
Mesmo sabendo que não era o ideal, não a esperei. Voltei quase correndo para a doceria, pois eu precisava ver minha mãe urgentemente para contar todos os detalhes do que havia acontecido. Se é que eu conseguiria colocar em palavras! Entrei pelas portas de vidro como um furacão, sentindo o meu rosto queimar e gotículas de suor descer pela minha testa. Me surpreendi em ver que haviam algumas mesas com louças sujas e cadeiras desorganizadas, pois aquilo só podia significar uma coisa.
— Filha, você demorou! — Minha mãe disse, aparecendo apenas com a cabeça através da porta. — Isso aqui está uma loucura hoje. Os últimos clientes acabaram de sair, e estou aqui sozinha...
— Clientes?
— Sim, vieram uns quinze do horário que você saiu até agora. — Ela gritou de volta, e eu arregalei os olhos.— Não ficamos nem um minuto vazios.
Me apressei em ir até a cozinha, e após lavar as mãos e me ajustar, não consegui falar com ela, pois vieram ainda mais clientes. Aquele foi o melhor dia de lucros desde o dia que havíamos aberto, superando o dia anterior. Quando começou a anoitecer, fechamos as portas, e na, cozinha, minha mãe fez a pergunta que parecia ansiosa todo aquele tempo desde que eu havia chegado.
— E então, como foi lá?
Senti borboletas no meu estômago apenas em me recordar.
— Mãe. — A chamei, de maneira séria. — A senhora faz ideia de quem era o irmão do rapaz que estava aqui ontem?
— Não, mas pela forma que está falando, me parece alguém importante.
Eu respirei fundo, a encarando.
— Você não faz ideia.
— Diga logo quem era, Chuya! Está me deixando nervosa.— Suplicou.
— O Kazekage.
Minha mãe riu.
— Vejo que está melhor. — Comentou, se voltando para os pratos. — Está até fazendo piadas.
— Não é piada! — Exclamei, quase dando pulinhos de felicidade, entre risos e gritinhos. — Realmente estive com o Kazekage. — Relatei, e minha mãe se segurou com as duas mãos na pia para não cair de choque. — E estava usando essas sandálias velhas. — Lamentei, me recordando do quanto odiei a minha insônia por isso.
"Não se preocupe, você está ótima", me recordei de ele dizer e imediatamente arrepiei. Instantaneamente, neguei com a cabeça aquele pensamento e olhei para a minha mãe.
— Está realmente me dizendo que sua degustação era com o Kazekage?
— Sim, e a festa infantil é do sobrinho dele, o Shikadai. E sim, mãe, conseguimos fechar negócio!
— Meu Deus, Chuya, nem se ganhássemos na loteria teríamos tanta sorte.— Comentou, incrédula, e então pareceu se recordar de algo. — E como a Ume reagiu na frente dele?
— Ela não reagiu, porque me deixou sozinha antes de sabermos quem era o cliente. — Resmunguei. — Me fez carregar uma pilha de coisas sozinha, mas no fim, acho que foi melhor assim.
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Areia e Açúcar • gaara
FanficQuando Mori Chuya é convidada a preparar o buffet do aniversário de Shikadai, ela não esperava se envolver em uma trama tão complicada. Enquanto tenta ganhar a vida com a Doceria Mori, ela se depara com a atenção inesperada de Kankuro e Gaara, ambos...