Diga Sim Para Mim

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Chuya

Os detalhes de tudo o que Gaara disse a mim me deixaram perplexa. Tudo conseguia ser ainda pior do que imaginávamos, mas, enfim, a verdade estava revelada. Limpei as lágrimas que caíam pelo redor do meu rosto, e me senti culpada por ter julgado tão mal pessoas inocentes durante todos aqueles dias. Era díficil até mesmo olhar para ele, por me recordar de todo o escândalo que eu havia feito, quando ele também estava sofrendo. Comecei a perceber que não havia sido uma boa namorada e amiga para o Gaara, e havia pensado apenas em mim e no meu próprio sofrimento.

— Eu sei que tudo isso é muito díficil para você. — Ele finalizou, após resolver todo aquele mal entendido que havia se desenrolado diante dos meus olhos. — Me desculpa te passar todas essas informações novas sobre o assassinato do seu pai em um momento como esse.

Neguei com a cabeça, ainda envergonhada.

— Eu é que tenho que me desculpar. — Funguei, fitando os seus olhos claros.— Tudo isso foi muito assustador para mim, mas também foi para você. E agora, sinto que, de certa forma, Hiroto tenha pago pelo o que fez. Sinto como se o meu pai tivesse sido vingado, e Temari também. Céus, eu nem consigo imaginar como ela se sentiu com tudo isso, durante todos esses anos.

Ele assentiu com compreensão.

— O importante é que agora está tudo esclarecido e resolvido. Hiroto teve o que mereceu, Ume está presa, o bar de dança do ventre irá fechar e você finalmente pode recomeçar.

Ele parecia feliz em dizer aquilo. Seus olhos claros estavam repletos de sinceridade e empatia, como se aquilo fosse uma alegria para ele também. O arrependimento por todas as palavras duras que eu tinha dito pareciam piores agora.

— Gaara... — Comecei a dizer, arrependida. — Eu sinto muito por ter te chamado de assassino e por ter dito coisas tão ruins sobre a sua família.

Ele tentou uma aproximação, colocando a mão sobre a minha. Eu não hesitei dessa vez.

— Todos nós cometemos erros. — Disse. — Eu mesmo já me senti como você, quando perdi as pessoas que eu amava e fiz coisas muito piores.

— Mesmo assim, eu não deveria ter te julgado por as coisas que você fez no passado.

— Você tem razão, mas porque então você se julga pelas as coisas que você disse no passado?

Fiquei pensativa por um momento, olhando para ele, sem saber mais o que argumentar.

— Mas eu...

— Eu também não sou perfeito, Chuya. — Continuou, antes que eu pudesse argumentar. — Mas estou disposto a lutar pelo nosso relacionamento. Sinto que depois de tudo isso, estamos mais maduros e dispostos a superar qualquer dificuldade.

Me recordei do discurso que ele havia feito no palco, sentindo o meu coração saltar no peito.

— Vamos focar apenas no presente agora. — Sugeri, sentindo surgir um pequeno sorriso no meu rosto.

— Exatamente. — Concordou, sorrindo de maneira que o seu rosto parecia iluminado diante as luzes. — E o que você quer nesse presente?

Meu olhar instintivamente foi para a boca dele. Eu não pude evitar.

— Eu quero...

Ele umedeceu os lábios, parecendo querer a mesma coisa. Nesse momento, comecei a divagar o quanto eu o amava e havia sentido falta dele em minha vida, mesmo quando eu estava determinada em o afastar para sempre.

— Me desculpar. — Continuei, para evitar o que estava prestes a acontecer ali, em meio a um festival cheio de gente. — Você aceitaria doces como um pedido de desculpas?

Areia e Açúcar  • gaaraOnde histórias criam vida. Descubra agora