Ainda É Cedo

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Chuya

Meu coração deu um salto de felicidade quando um ninja apareceu na porta da Doceria Mori dizendo que Gaara havia voltado de viagem. Separei uma cesta de docinhos especialmente para ele, cantarolando e colocando seus doces favoritos ali. Sora e minha mãe riam da minha animação, e meu peito queimava de tanta saudade. Tomei um banho, passei uma maquiagem leve e uma camada extra de perfume, seguindo o ninja até a Residência do Kazekage. Enquanto caminhava pelas ruas da Areia, carregando a cesta com cuidado, não pude deixar de pensar em como minha vida tinha mudado desde que eu havia conhecido Gaara. Tudo havia ficado muito melhor depois do dia em que eu o vi pela primeira vez, mesmo diante todas as dificuldades. Senti borboletas em meu estômago apenas em pensar em o ver de novo e escutar suas histórias sobre a missão.

Cheguei á entrada do prédio, sendo cumprimentada por alguns ninjas com sorrisos calorosos e respirei fundo enquanto percorria os corredores. Logo me vi diante da imponente porta do gabinete de Gaara, local onde eu já havia estado tantas vezes. Bati levemente antes de entrar, ajeitando os fios loiros ao redor do rosto e ao invés de ouvir o típico "Entre", o escutei girar a maçaneta. O que encontrei ali, entretanto, me deixou perplexa. Ele estava ali, em pé, mas sua expressão não era a que eu esperava. Seus olhos estavam inchados e sombrios, quase vazios e havia uma tensão no ar que eu não conseguia entender. Ele nem sequer se esforçou para sorrir ao me ver, o que me preocupou.

— Gaara? — O chamei, enquanto ele olhava pra mim. — Que bom que voltou, eu... Eu trouxe alguns docinhos para você. — Disse, levantando a cesta e sorrindo, e ele se esforçou para sorrir também, mas não disse mais nada. Antes de responder, me envolveu em um abraço apertado. Senti sua necessidade de me segurar, como se estivesse buscando conforto em meu abraço.

— Me desculpa. — Sussurrou, sua voz soando rouca e carregada de emoção. E então, sem aviso, ele me beijou. Foi um beijo intenso, mas não parecia carregado de felicidade, e sim, de desespero e dor, como se ele estivesse tentando se conectar comigo de alguma forma. Após ficarmos sem ar, ele se afastou, mantendo suas mãos em meus ombros. Sua expressão estava tão confusa que meu nervosismo aumentou.

— O que está acontecendo? — Perguntei, tristonha.

Ele fechou os olhos por um momento, respirando profundamente antes de os abrir novamente.

— Vamos nos sentar. — Ele pediu, me guiando para dentro de sua sala e, logo depois, para o sofá que tinha ali, após colocar a cesta de doces na mesa. Senti cada batida do meu coração com tons de aflição, e então, ele passou a mão pelo o meu rosto.— Estava com saudades.

— Eu também.

— Nós precisamos conversar, Chuya. — Disse, sua voz tão intensa que meus olhos se arregalaram de preocupação. Engoli em seco.

— Sobre o quê? Está me assustando.

Ele soltou um suspiro tenso e continuou sem retirar o olhar do meu rosto em nenhum momento.

— A missão que eu estava realizando... — Começou, como se procurasse as palavras certas. — Eu não a contei para onde eu fui por um motivo.— Disse, sua voz carregada de gravidade.

— E para onde foi?

— Era no Vilarejo onde você nasceu. — Revelou, me deixando muito surpresa.— Eu estava investigando a morte de seu pai.

Meu coração deu um salto doloroso. Meu pai. Aquele homem gentil e sorridente que me ensinou tudo sobre doces e sobre a vida. O homem o qual eu sentia falta todos os dias, sem cessar. Saber que Gaara havia investigado sobre o assassinato dele parecia trazer todo o trauma a tona, mesmo que eu soubesse que era algo necessário.

Areia e Açúcar  • gaaraOnde histórias criam vida. Descubra agora