Chuya
Sexta-feira. Dessa vez, eu havia passado mais tempo me preocupando com o que vestiria e como me arrumaria. Ume insistiu para saber quem era o ninja que estava contratando os serviços de buffet, mas desconversei e ela não insistiu para ir comigo. Agradeci mentalmente por isso. Enquanto eu ainda me arrumava, minha mãe atendia com a minha prima, e ao fazermos a pausa para o almoço, ouvi passos na escada, e então, a cabeleira escura apareceu.
— A tia pediu para avisar que tudo está pronto. — Ela disse, com um certo olhar de desdém, ao me encarar.
— Certo.
— Se quer um toque... — Começou a dizer, se aproximando de mim.— Esse laço vermelho nos cabelos não ficou muito legal.
Me encarei no pequeno espelho que possuía no cômodo, onde eu conseguia ver apenas da barriga para cima. Eu havia vestido uma blusa branca, com alguns detalhes de renda nas mangas, que iam até os punhos. A calça e a sandália nova que eu usava eram básicas, ambas da cor preto fosca. Em meus cabelos dourados, coloquei uma presilha de um pequeno laço vermelho, segurando as duas franjas medias que geralmente caíam em meu rosto, o emoldurando. Assim, meu rosto ficava mais visível e o gloss que eu havia passado, também.
— Que pena que achou isso, Ume. — Respondi, com um pequeno sorriso confiante. Estava com um ótimo humor e não era os comentários de minha prima me deixariam para baixo. — Eu gostei. Na verdade, eu amei.— Completei, dando uma volta e sorrindo.— Estou me sentindo uma fada.
Ela levou suas mãos magras até a boca, como quem tentava reprimir uma risada.
— Claro, uma fada. — Debochou, se aproximando e me entregando o avental. — Uma fada cozinheira. Ou seria doceira? — Gargalhou, como se contasse uma piada incrível. — Uma fada cozinheira e doceira! Assim é perfeito.
Senti uma pontada de tristeza ao ouvir a maneira com o qual ela falava, entretanto, resolvi ignorar. Aquela era a tarde o qual eu fecharia oficialmente o contrato com o homem mais importante do país, e não eram os comentários de Ume que me rebaixariam.
— Eu esqueci de perguntar... — Falei, colocando o avental delicadamente em cima da mesa de cabeceira. — Como foi o seu encontro com o seu futuro noivo, o Kazekage?
O rosto de Ume se transformou com a pergunta. De repente, algo parecia ter tirado o sorriso confiante de seu rosto, e mesmo sabendo que não era certo, tive uma leve sensação de ter dado a volta por cima em quem sempre me humilhou com tanto gosto. Ela não havia ido a presença do Kazekage, pois era eu quem estava com ele.
— Houve um acidente de percurso. — Disse, desconfiada.— Mas isso não significa que não retornarei a tentar. Uma hora ou outra, o inevitável acontecerá.
Eu ri.
— Tenho coisas a fazer. — Falei, me desviando dela e me preparando para descer as escadas. — Ser uma fada doceira me trás muitas demanda. — Provoquei.— Espero que o inevitável não demore a acontecer para você, ou a primeira-dama sujará as velhas mãos servindo mesas para os velhos babões.
Eu a observei cerrar os punhos, e então, desci até a cozinha. Ume foi embora, e cerca de meia hora depois, um ninja forte, alto e careca chegou para me buscar, como Gaara havia dito. Minha mãe estava perplexa com a presença do homem ali, e nos observou se retirar, até quando virei a esquina. O homem não dizia nada, mas insistiu em levar tudo, e eu, de mãos vazias, apenas o seguia.
Chegamos ao prédio do Kazekage, e eu percebi que tudo estava mais vazio do que o normal. Os ninjas que protegiam o local estavam todos a postos, mas de certa forma, haviam menos pessoas entrando e saindo do que a primeira vez que eu estive ali. O homem que me acompanhava bateu na porta, e então, eu ouvi a voz dentro da sala, que fez o meu coração pular de maneira descompassada.
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Areia e Açúcar • gaara
FanficQuando Mori Chuya é convidada a preparar o buffet do aniversário de Shikadai, ela não esperava se envolver em uma trama tão complicada. Enquanto tenta ganhar a vida com a Doceria Mori, ela se depara com a atenção inesperada de Kankuro e Gaara, ambos...