Lendas e Mistérios

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Chuya

Voltei à Doceria Mori depois de um tempo cheio de incertezas. A sensação de estar de volta era boa, e eu me sentia feliz em não estar mais apenas encarando as cortinas da casa de Sora e finalmente arrumar tudo com os preparativos do Festival das Luzes de Outono, mas estava mesmo lisonjeada era com o sorriso acolhedor que a minha amiga me lançou, quando viu que eu havia decidido retornar.

— Chuya! — Exclamou, abrindo os braços para me abraçar, como se não houvéssemos nos visto na noite anterior. — Você está de volta!

— Sim, amiga, eu resolvi voltar. — Retribui o abraço.— O Festival está aí, faltam poucos dias e eu não conseguia mais não estar com a mão na massa.

Era estranho estar ali novamente, como se o tempo tivesse parado enquanto eu estava longe. E então, me deparei com Ume, que parecia radiante ao me ver. Era uma atitude inesperada, considerando nossa história de desentendimentos e rivalidade. Mas ela estava sendo tão simpática que eu desconfiei das suas intenções.

— Que bom que você voltou, Chuya. — Ela disse, se aproximando. Sora a observou com o canto dos olhos.

— Oi, Ume. — Respondi, estranhando a simpatia. Talvez ela finalmente houvesse decidido me deixar em paz, após o meu rompimento com o Gaara. — Obrigada.

A jornada daquele dia seguiu como tantas outras, com os clientes adentrando e deixando a doceria, requisitando seus doces prediletos e preenchendo o ambiente com o perfume doce da areia e do açúcar. Eu estava me empenhando para manter minha atenção nas minhas tarefas, mas minha mente persistia em se perder em recordações de Gaara. Nossos instantes compartilhados, os sorrisos trocados e a sensação reconfortante em ter ele por perto.

No fundo, eu queria acreditar que ele ainda se importava, que talvez houvesse uma chance para nós. No entanto, eu também sabia que era um terreno perigoso para pisar novamente. Minhas emoções estavam em conflito, e eu estava dividida entre a esperança e o medo. Talvez os ninjas fossem mesmo todos iguais.

— Chuya! — Sora exclamou, entrando com pressa na cozinha.

Em suas mãos, haviam um enorme buquê de rosas e um pequeno cacto entre elas, Fiquei surpresa, meus olhos se arregalando. Limpei as mãos no avental e me direcioni até onde ela estava, entusiasmada.

— São lindas, Sora. Você quem ganhou?

Ela negou com a cabeça rapidamente, com um brilho nos olhos.

— Quem mandaria isso pra mim, amiga? São pra você. Um garotinho entregou isso em frente a doceria. Disse que alguém mandou como presente.

Um garotinho? A surpresa aumentou. Quem poderia estar me enviando aquelas flores? As peguei, passando os dedos sob as pétalas, com cuidado para não espetar os meus dedos no pequeno cacto. Eu sabia quem poderia ter feito aquilo. Me lembrei da estufa. Me lembrei dos cactos que ele tinha no gabinete. Engoli em seco, sentindo o meu coração balançar mais do que eu gostaria.

— Ele disse quem era esse alguém?

— Ele não disse o nome. Mas acho que não precisa. — Disse, observando minhas reações. Concordei, pigarreando e então, peguei o cartão que acompanhava o buquê. Uma mensagem simples permanecia ali, sem nenhuma assinatura, mas com uma letra bem desenhada e caprichosa.

— "Seja bem vinda de volta à Doceria Mori!"— Li, me sentindo fervilhar.

— Alguma ideia de quem possa ter sido?

Neguei com a cabeça, mesmo que soubesse exatamente quem havia mandado o presente.

— Não faço a menor ideia, Sora. — Menti, deixando o buquê em um canto da cozinha e voltando para o que eu estava fazendo. — É um mistério.

Areia e Açúcar  • gaaraOnde histórias criam vida. Descubra agora