Quais acontecimentos na vida de uma pessoa, pode mudá-la drasticamente? Para Sabina este ponto de virada, ocorreu com a morte prematura de seu irmão mais velho, a perda a fez questionar sua própria existência, com uma visão sombria e melancólica. Af...
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Aquela versão jovem de Kim sorria de forma sincera e ampla, seus cabelos soltos e volumosos com seus cachos frouxos, seus fios também eram claros, um castanho quase cobre, usava um vestidinho lilás, com uma fita na cabeça, se não a conhecesse poderia dizer que teria se tornado uma daquelas garotas populares.
Apontei a foto para ela segurando o porta-retrato.
―Essa aqui é mesmo, você? ― Queria ter a confirmação dela.
Se aproximou jogando a mochila no sofá, pegou o porta-retrato e sorriu, mas não era exatamente de felicidade, estava mais para uma saudade perdida, uma lembrança boa do passado, que não existia mais, pude reconhecer com clareza aquilo, pois acontecia sempre que me pegava olhando minhas fotos com meu irmão.
― Sim... Sou eu mesma! Sei que pode ser uma surpresa. E este ao meu lado é meu pai. ― Caminhou até a lareira colocando a foto novamente em seu devido lugar.
― Eu não disse nada. ― Me defendi antes de qualquer coisa.
― Nem precisou, quase consigo ler sua mente, mas podemos dizer que todos nós temos nossas fases, esta foi uma das minhas, porém não existe mais a bastante tempo, pois acabou se perdendo com o passar dos anos. ― Concluiu Kimberly por fim.
Não sei a razão mais senti um calafrio com aquelas palavras, queria perguntar o que significava tudo aquilo, mas não o fiz... Imaginei que não era o momento certo, melhor do que ninguém entendia o desejo de deixar certas coisas enterradas no passado.
― Que tal fazermos o que viemos fazer? ― Mesmo sem saber o que exatamente era, queria apenas mudar um pouco o clima daquele momento.
― Sim, além de convidá-la para conhecer minha casa, seria melhor ainda se pudesse me ajudar com o trabalho de história. ― Sabia que havia um motivo por trás. ― Minha mãe está no trabalho, teremos a casa apenas para nós.
― Olha seria uma ótima ideia, e sinto dizer que história não é o meu forte, vai ter que me ajudar bastante, como este trabalho é em dupla, não tenho muitas opções de parceiros. ― Relatei o obvio para Kim.
― Mesmo sem dizer, eu pude perceber isso, sei que não comenta muito, mas no colégio as pessoas, meio que falam bastante, e acabei escutando algumas coisas, sobre o que rolou... Duas pessoas acabaram morrendo em um acidente, e um deles era seu irmão. ― Kimberley falava as palavras com cautela, avaliando cada expressão minha, pude ver em seus olhos como ela odiava ter que pisar em ovos daquele jeito.
Falar sobre aquilo ainda me afetava profundamente, pois ainda tinha a tola ilusão que se caso ignorasse aquele fato, Sam entraria correndo em nossa casa com toda sua alegria, como se tudo aquilo não tivesse passado de um pesadelo, mas não seria fácil assim...
― Isso mesmo... ― Senti minha garganta se fechar com aquelas palavras.
― Não precisa falar se não quiser, queria apenas dizer que pode contar comigo, quando quiser conversar, ouvir dos outros não é o mesmo que saber da pessoa envolvida.
― Obrigada... ― Agradeci tentando sorrir. ― Posso imaginar tudo que deve ter escutado por aqueles corredores, ainda hoje após tanto tempo, ainda querem ter algo para falar, não se importam se é verdade, ou mentira.
― Por isso ouvi coisas que não consegui entender... ― Argumentou Kimberly indicando os degraus que nos levaria para o segundo andar.
Pegou sua mochila e subimos. ― Não acredite em tudo que falam, sei que dizem que meu irmão estava embriagado, e que o acidente foi culpa dele, mas não foi! Outros juram que ele avançou o sinal, mas sei que não foi isso que aconteceu... Conhecia Sam muito bem, e isso jamais iria acontecer! As pessoas apenas querem achar uma desculpa para denegrir a memória dele... ― Parei a frase, tentando segurar as lágrimas, Kimberly não me interrompeu, apenas esperou. ― Eu sei a verdade! Sinto isso em meu coração, a maioria das pessoas são falsas e ardilosas, e querem apenas uma oportunidade para derrubar o outro, como uma serpente apenas esperando a hora para dar o bote.
― Concordo... A vida me ensinou isso da pior maneira. ― Aquelas palavras pareciam conter ainda mais história, mas não perguntei, paramos diante uma porta branca de madeira.
― Apresento-lhe meu quarto. ― Abriu a porta revelando o cômodo.
O lugar era quase do mesmo tamanho do meu, porém tinha suas particularidades, a janela era enorme, tinha uma visão ampla para o jardim, uma cama de casal, as paredes eram um azul-escuro, apenas uma delas era na cor branca. Havia um guarda-roupa enorme, uma mesinha com um computador de mesa.
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Pessoal aqui termina este capítulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.