Quais acontecimentos na vida de uma pessoa, pode mudá-la drasticamente? Para Sabina este ponto de virada, ocorreu com a morte prematura de seu irmão mais velho, a perda a fez questionar sua própria existência, com uma visão sombria e melancólica. Af...
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Kimberley me olhou por alguns segundos antes de começar a falar.
— Você está muito estranha hoje... Não sei dizer o que exatamente, mas sinto que está diferente, como se estivesse mais positiva e determinada, aconteceu alguma coisa que não estou sabendo? — Me observou com aquele olhar suspeito.
— Não que me recorde, apenas estive pensando bastante nas coisas, em tudo que passei, ou melhor, que passamos e me fez refletir um pouco. Claro que um pensamento sem ação não quer dizer nada, mas uma ideia pode ser a fagulha necessária para acender uma nova chama, não acha? — Sorri para ela.
— Não sei o que tá tentando dizer, mas se isso está fazendo bem para você, eu apoio, sobre meu futuro quero deixar a vida me levar e decidir isso quando o momento chegar.
— Faz sentido, mas saiba que não está sozinha! Mesmo depois que terminarmos o colégio, ou que você se mude, pode sempre contar comigo.
— Obrigada... — Foi tudo que disse antes de ficar em silêncio por algum tempo.
Não quis forçar, sabia que estava processando muitos acontecimentos. Como alguém que tinha passado por coisas semelhantes, sabia quanto era horrível ter que responder perguntas, quando tudo que queria fazer era ficar em silêncio. Logo chegamos ao ponto de ônibus, que não demorou a passar, assim que entramos seguimos para os bancos do fundo. Foi quando Kim quebrou o silêncio entre nós.
— Sabina... Estou pensando em visitar minha mãe na clínica, gostaria de saber se queria ir comigo? — A voz de Kim parecia insegura, como se apenas falar aquilo fosse um enorme esforço.
— Vou sim! É só me dizer quando e onde. — Confirmei sorrindo.
Aquele convite representava muitas coisas, às vezes um pequeno gesto ou poucas palavras pode ser tudo que precisamos para compreender o quão grande e importante algo pode significar. Kimberly me chamar para ir com ela, demonstrava confiança em dividir aquela parte da sua vida comigo e me sentia honrada... Pois, diferente de mim, que contei as coisas logo de cara, como se já a conhecesse há muito tempo, porém com Kim isso era diferente.
— Vou agendar a visita é te aviso.
Após isso seguimos em silêncio para o colégio, estava tentando não pensar na parte maluca da minha vida, a que havia surgido quando adotei um gato, queria me focar nas aulas, tirar boas notas, e terminar este ano bem... Devia isso a Sam e a mim mesma, sabia que meu irmão não aprovaria se soubesse que havia deixado a escola de lado.
Por alguma razão estava me sentindo mais leve, pensar em Sam agora não era pesaroso, ou doloroso, pois antes tinha a sensação que alguém estava apertando meu coração... Mas agora isso andava diferente, pensar nele me acalmava, era como me recordar de uma lembrança boa, a falta e a saudade ainda estavam ali presente, mas não era mais tão sufocante.
O dia passou sem grandes emoções, não vi Khonsu nenhuma vez, me perguntava que truques usava para conseguir entrar no colégio e faltar tanto sem chamar atenção. Queria perguntar isso, porém com tantas outras coisas acontecendo simultaneamente, isso parecia tão irrelevante. Em casa segui direto para meu quarto, precisava ler mais daquele diário e ver se encontrava alguma coisa útil que pudesse ajudar a resolver a bagunça que estava minha vida.