Quais acontecimentos na vida de uma pessoa, pode mudá-la drasticamente? Para Sabina este ponto de virada, ocorreu com a morte prematura de seu irmão mais velho, a perda a fez questionar sua própria existência, com uma visão sombria e melancólica. Af...
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- Podemos começar? - Questionou Atena, chamando a atenção para si.
- Sim, podemos. - Concordou Sam. - Se aproxime.
Atena caminhou em direção à cama enquanto Khonsu e eu nos afastávamos um pouco. Observei com atenção todo aquele desenrolar, não iria tirar os olhos dela nem por um segundo, alguma coisa em tudo aquilo não estava me cheirando nada bem.
- Erga seu braço direito. - Atena assentiu, fazendo o gesto com o punho fechado. - Feche seus olhos.
Apesar dela seguir as instruções, permaneci com os meus bem abertos, meu irmão colocou o braço dela ao lado do seu, e murmurou estranhas palavras, algo começou a se agitar em seu corpo, alguma coisa se moveu por suas costas seguindo até seu braço, um estranho calombo estava sobre sua pele, parou sem aviso em seu antebraço, mesmo transparente ainda não dava para saber o que era aquilo, parecia uma esfera preta dentro de seu corpo. Com chiar, a mancha negra irrompeu na pele do meu irmão, que fez uma careta.
Do lado de fora da pele, sobre o braço, vi que a mancha se tratava de um escaravelho. A pequena criatura abriu suas asas e se sacudiu, como se regozijasse por estar livre. Meu irmão com os olhos fechados recitou novamente um estranho dialeto, o besouro ficou imóvel, por apenas um instante, antes de saltar para o braço pequeno e delicado de Atena, como se estivesse cavando a terra, penetrou a pele da garota, que fez se contorcer soltando um gemido baixo e contido, a ferida se fechou logo em seguida sem derramar uma gota de sangue.
- Está feito... - Disse meu irmão, se recostando na cama.
Era possível ver que até mesmo a cor havia voltado ao seu rosto, mesmo que continuasse transparente, estava menos translucido que antes, Atena caiu de joelhos em seguida, se curvando, enquanto abria seus olhos a cor deles mudaram por uma fração de segundos deixando o negro natural assumir um brilho dourado, mas foi apenas por um instante, voltando ao normal logo em seguida.
- Você está bem? - Perguntou Khonsu.
- Estou... É só uma sensação estranha, como se o barco fosse uma extensão do meu corpo, fui pega desprevenida por isso. - O escaravelho não caminhou até suas costas como estava em meu irmão, porém assumiu o aspecto de uma tatuagem em seu braço direito.
- Acha que vai conseguir guiar o barco? - Perguntei sem muito rodeio.
- Sim, me dê apenas alguns minutos para conseguir entender um pouco mais a situação, acho que seu irmão vai conseguir melhorar mais rápido agora.
- Não sinto mais a energia saindo do meu corpo. - Comentou Sam.
- O que estava consumindo suas forças era o barco, pois é um item divino. É apenas natural que uma alma humana não pudesse controlar perfeitamente, antes do ataque estava indo bem, pois a embarcação não tinha sofrido nenhum impacto ou avaria. Quando isso ocorre, o auto reparo é feito com o poder do portador. - Explicou Atena.
