CAPÍTULO 28

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Estava me sentindo no próprio filme dos deuses do Egito, enquanto Khonsu falava aquelas coisas com a maior naturalidade do mundo

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Estava me sentindo no próprio filme dos deuses do Egito, enquanto Khonsu falava aquelas coisas com a maior naturalidade do mundo. Cada palavra parecia se transformar em cenas de um filme, me levando a acreditar, ou melhor dizendo, torcendo para que tudo aquilo de fato fosse um sonho, porque apenas assim aquilo tudo faria sentido.

― Olhe... Ouça com atenção tudo que tenho a dizer, talvez após escutar entenda que estou dizendo a verdade. Em suas visões que pensa ser um sonho, nada mais era que uma espécie de telepatia, se assim quiser colocar, foi desta maneira que consegui te encontrar. Tentei me comunicar, mas não me sai tão bem quanto gostaria, se lembra como tudo isso começou? ― Perguntou me fazendo pensar.

Demorei para responder aquela pergunta, refiz todos os meus passos para chegar a uma resposta, mas infelizmente não consegui obter uma, pois tudo aquilo estava acontecendo a um bom tempo. Quando ia responder que não lembrava, me veio um estalo na mente.

― Acho que foi em meu aniversário... Logo após receber o presente da minha avó, tive meu primeiro sonho, e adotei um gatinho.

― O que podemos deduzir disso, é que no mesmo dia três fatos ocorreram, acredito que deva conhecer um pouco de mitologia e seus mitos. Em muitos deles precisam se atingir uma certa idade de amadurecimento para adquirir conquistas específicas, não é mesmo? Alguns falam que a visão espiritual se abre revelando o véu sobrenatural, ou despertando uma habilidade, desta maneira posso dizer que ao entrar uma nova etapa portas que antes se encontravam trancadas... Talvez o próprio destino guardava ansiosamente esta chance para se libertar.

― Você não está falando coisa com coisa, pensava que a maluca era eu, mas estou começando a repensar isso, é você que tem um parafuso a menos.

― Vai me deixar terminar? ― Me encarou. ―Como estava dizendo ao atingir determinada idade, uma trava pode ter sido liberada, talvez alguma coisa externa, como o colar que sua avó lhe deu, pode ter agido como uma chave abrindo, ou destrancando alguma coisa que estava adormecida em seu interior.

― Que história sem pé nem cabeça é esta que está me contando! Isso tudo não passa de baboseira, você deve querer fazer piada com a minha cara pelo que estou vendo, é isso, não é?

― Nossa! Você sabe ser bem irritante quando quer... Já pedi para me escutar até o final, então, porque fica me interrompendo a todo o momento, sem nem entender o que estou tentando explicar, quando eu terminar pode tirar suas próprias conclusões. O que posso dizer sobre o colar que sua avó lhe concedeu é um item de grande poder, que com certeza deveria pertencer a uma sacerdotisa do antigo Egito. ― O tom de voz de Khonsu parecia carregar uma experiência adquirida ao longo de muitos anos.

As nuvens começavam a se mover lentamente no céu, uma brisa soprava agitando alguns fios dos meus cabelos, queria reclamar mais uma vez, mas decidi que iria escutar toda aquela conversinha que parecia querer me fazer escutar.

― Porém não qualquer sacerdotisa, mas sim uma devota da divindade Bastet, mas o seu colar não está completo...Este em sua posse é apenas um fragmento do verdadeiro, não sei dizer como conseguiu ativar parte deste poder, minha teoria é que seja descendente da sacerdotisa, ou apenas carregue um destino tão importante que tal item precisou ser trazido até você. Mais uma coisa é clara, você possui alguma coisa dentro de você capaz de ressoar com a magia, se não tivesse eu não estaria aqui.

― Já acabou? ― O encarei incrédula sobre tudo aquilo que estava me contando.

Será que eu parecia tão inocente ao ponto de cair em toda aquela ladainha que estava me contando? Acho que Khonsu acreditava que sim... Não sei o motivo, ou a razão para estar fazendo aquilo, mas era impossível que toda aquela história fantasiosa fosse real. Deve ser alguma pegadinha, Amanda deve ter o feito contar estas coisas, dizendo que era uma espécie de brincadeira.

Há qualquer momento ela saltaria pela porta com suas amigas e zoaria com a minha cara, por pior que isso seja, até eu mesma estava torcendo para isso acontecer, por que acreditar que deuses e magia existiam e não apenas nos livros ou filmes, mas no mundo real, era uma verdade que não estava preparada para descobrir... Esperei, esperei, e esperei acreditando que a qualquer momento Amanda entraria, mas não aconteceu, Khonsu por sua vez apenas me encarava com um olhar atento e intenso, como se tentasse entender o que estava se passando na minha mente.

Enquanto o avaliava com mais atenção, ficávamos em silêncio, notei que seu olhar também carregava um pesar, como uma escuridão que o estava engolindo lentamente, como vi isso? Não faço ideia, era apenas uma espécie de sensação, ou intuição, chame do que quiser, porque para mim não faz diferença. Khonsu puxou o colar que estava por baixo do uniforme revelando o item, o mesmo que havia visto em meus sonhos, o pingente preso a ele era dourado e se parecia muito com uma cruz, mas era um pouco diferente, enquanto fazia várias pesquisas sobre o Egito e detalhes que tinha visto em meu sonho, aquele símbolo foi um deles.

A estranha forma do colar ficou em minha mente, desde a primeira vez que o vim em meu sonho, o símbolo era chamado de Ankh, que representava a "vida", o desenho era um símbolo bastante encontrado nas tubas e sarcófagos do antigo Egito, porém pode ser traduzido livremente como "saúde", ou "felicidade", que são ligados também a eternidade da alma. Uma coisa que achei interessante, claro se a informação estiver correta, explicava a forma do símbolo, onde foi criada da combinação de duas forças, onde a semelhança com uma cruz representava o elemento masculino, enquanto a parte ovalada que ficava sobre a cruz, era o elemento feminino.

Era possível traçar vários paralelos de comparação como sol e lua, terra e céu, formas de conceitos utilizados com o propósito de exemplificar alguma coisa, o símbolo era usada como força divina, capaz de conter poder dos deuses, muitos magos e sacerdotes usavam o mesmo em seus rituais e cerimonias, além de trazer boas energias e prosperidade.

À medida que me recordava destas coisas, as palavras da minha mãe  sobrepuseram as demais, quando me viu com o colar que minha avó tinha me dado em meu aniversário.

"― Uma curiosidade interessante, sua avó tinha me mostrado este colar, quando era mais jovem, havia encontrado sem querer nas coisas dela. Tentando me impressionar, ela disse que era um artefato mágico."

Lembrar daquilo parecia fazer uma leve conexão com as palavras de Khonsu, mas era apenas coincidência, nada mais que isso, o encarei.

― O que você quis dizer com que não estaria aqui se não tivesse algum poder? ― Não estava acreditando em mim mesma, me vendo buscar justificativas para o injustificável.

Khonsu me observou com cautela, me avaliando, não sabia se conseguia ver através de mim, mas sorriu balançando a cabeça, com um movimento rápido se levantou em um salto, quase como aqueles ginastas olímpicos, ou lutadores de arte marciais. Levou a mão a bolso é me olhou de lado, enquanto se virava para a grande vista que aquele lugar proporcionava.

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Pessoal aqui termina este capítulo, se gostou deixe seu voto e seu comentário, isso ajuda e incentiva a continuar trazendo o melhor para vocês.

O DESTINO DE KHONSU (!!CONCLUÍDA!!)Onde histórias criam vida. Descubra agora