MOTIVAÇÃO

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    — Vai, elas já foram, pode falar, o que tem te incomodado tanto? — Falo para Dinah assim que Camila e Normani saem para buscar Angel na casa de minha mãe.

    — Como assim? — Dinah me pergunta com o olhar arregalado.

    — Eu te conheço a tempo suficiente para saber que tem algo te incomodando... — Falo me sentando na cadeira ao seu lado. — Você está muito na sua desde que chegamos em casa.

    Ela suspira profundamente então se arruma na cadeira para ficar de frente para mim.

    — Desculpa falar isso para você dessa maneira Lauren. Mas como advogada da Camila eu tenho que tentar prever algumas jogadas que Shawn possa querer usar contra ela e o fato de seu emprego sempre a colocar em um risco eminente, como esse acidente. Você sabe que eu te amo branquela e eu sei como você ama seu trabalho e eu não estou falando que ele é errado, eu só estou colocando como eles podem reverter contra vocês.

    — Você acha que eu deveria então largar meu emprego? — Pergunto indignada.

    — Não Laur, não vê por esse lado... — Ela parecia pisar em ovos para não me magoar. — Você poderia fazer trabalhos administrativos, não sei.

    — Mas isso é tudo o que eu sei ser. — Meu tom sai um pouco mais melancólico do que eu esperava.

    Nunca cogitei fazer outra coisa da vida antes, como eu vou simplesmente sair assim? O que seria de mim? Quem seria eu?

    — Olha, não precisa fazer isso se não quiser Laur, nós podemos seguir outros caminhos para ajudar no processo, mas pensa.

    E essas palavras de Dinah ficaram ecoando por minha mente todo o período em que estive afastada do trabalho, Dinah pediu uma semana de recesso do processo devido aos acontecimentos e o juiz aceitou, mas em uma semana tudo estará sendo resolvido e eu estou aqui agora, parada no meu carro, na porta do quartel, tomando coragem de descer do carro e encarar meus colegas.

    Toco a aliança no meu dedo anelar da mão direita, me deixando invadir pelas memórias do dia em que pedi Camila em casamentos.

    Eu estava tão nervosa, ajoelhada a sua frente.

    Com uma mão eu segurava a caixinha vermelha com as alianças e com a outra eu segurava uma de suas mãos.

    Ela parecia estar em estado de choque e demorava a me responder, ou essa era a minha percepção, já que estava completamente ansiosa.

    — Por favor, Camz, você precisa falar alguma coisa. — Falei já não aguentado mais todo aquele mistério.

    — Sim, sim, trezentas vezes sim. — Ela fala empolgada e leva sua mão ao meu pescoço e me puxa para um beijo.

    Nossas testas ficam encostadas, as duas com sorrisos enormes no rosto.

    Pego a aliança da caixinha e a coloco em seu dedo, minha mão tremia muito e por algumas vezes quase deixo o anel cair.

    Depois é a vez de Camila colocar a aliança em meu dedo anelar, sua mão volta depois para meu pescoço e me puxa para mais um beijo intenso.

    — Eeeeeeiiiii, Tenente. — Ouço uma batida e pulo no banco do carro com o susto, que me arranca de meus devaneios, então vejo Nick parado ao lado do meu carro olhando para mim. — Quem é vivo sempre aparece. — Ele fala erguendo as mãos para o alto e com um enorme sorriso para mim, que eu retribuo com a mesma energia contagiante.

    — Pois é, acabaram minhas férias, agora sou obrigada a aturar vocês novamente. — Falo descendo do meu carro e tendo meu corpo envolvido por seus braços em um abraço gentil e carinhoso.

BURNING - Em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora