20 - O que o futuro nos reserva

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Boa leitura.

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"Muitas vezes caímos em um relacionamento tóxico por termos tão poucos modelos do que seria um relacionamento realmente saudável"

Autor desconhecido

Eu estava sentada na minha cama de madeira desgastada, minha ansiedade pulsando como um tambor em meu peito, com o quarto silencioso ampliando minha angústia. Através da porta entreaberta, eu podia ouvir a voz severa e ressonante do meu padrasto, cada palavra afiada como uma lâmina, em uma discussão acalorada e intensa com a minha mãe.

Enquanto observava através da estreita fresta da porta, meus olhos capturaram a imagem de minha mãe, sua figura recuada e taciturna. Com uma exalação profunda, eu permiti que o ar escapasse de meus lábios, sentindo o ardor da ferida onde um soco cruel desferido por um colega de classe havia encontrado seu alvo.

— Se ele relar um dedo na mamãe de novo, eu juro que vou quebrar a cara dele. - Ameacei com o ódio correndo em minhas veias, enquanto Bambam negava.

— Lembra de quando tentamos nos intrometer? Apanhamos feito condenados e ainda sobrou tudo para a mamãe. - Ele disse, relembrando, medo soando em cada nota de sua voz trêmula.

— Eu vou chamar a polícia pra ele. - Agora foi Jisoo quem disse, andando de um lado para o outro, impaciente.

— Para acontecer como da última vez? - Bambam novamente — Quando a polícia veio aqui, ele sumiu e depois de menos de um mês, já estava aqui novamente. Você sabe que a mamãe o perdoa, então não adianta chamar a polícia. E também, ele quebrou nossos celulares, não tem como ligar para ninguém.

— Não me importo. - Fui até a porta do quarto, abrindo-a.

— Lalisa, volte para o seu quarto. - Mamãe mandou, mas eu permaneci em pé diante da porta, a mão apertando a maçaneta enquanto encarava o homem à minha frente com ódio — Estamos apenas conversando.

— Obedece a sua mãe, pirralha. - Seu tom estava severo e podia ver a ameaça através de seus olhos — Isso está acontecendo por sua culpa! Onde já se viu, ficar brigando na escola por causa de uma buceta!

— Olha a boca, Minjae. - Minha mãe se levantou, entrando na minha frente quando viu que eu iria avançar. Seus olhos imploravam para que eu não reagisse e ficasse quieta.

— Essa garota tem que voltar a levar uns tapas, isso sim, para aprender. - O homem disse, massageando a palma de sua mão.

— Seu covarde de merda! - O xinguei, cuspindo as palavras com a fúria em cada nota de minha voz, minha respiração estava agitada e minha mão coçava para agir assim que meus irmãos se posicionaram ao meu lado — Minha mãe não é a porra de um saco de pancadas, seu verme!

— Own... Estão pensando em vir os três para cima de mim? Sabem que não aguentam, já jogamos esse jogo antes e acabou como? Vocês sabem. - Aquele sorriso arrogante estava enfeitando seus lábios, e as memórias me atingiram como um soco na cara.

— Vão para o quarto de vocês, por favor... - Minha mãe implorava. Eu odiava a ver assim, tão humilhada e frágil, como se fosse o objeto dele, um objeto sem valor para esse monstro.

Ontem à noite foi chute, foi soco, foi choro pela casa toda, e não podíamos fazer absolutamente nada. Eu me senti tão fraca, apenas chorava junto com minha mãe e meus irmãos, abraçando fortemente a mulher mais preciosa em nossas vidas. Falamos para ela se livrar dele, mas mamãe está tão cega que não percebe o quanto esse casamento está fazendo mal para ela.

Um novo recomeço. (G!p) JenlisaOnde histórias criam vida. Descubra agora