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Da janela de seu quarto na fortaleza de Valenfort, Elodie podia ver parte do Rio Hydra serpenteando na base da montanha, a floresta e o bosque que ladeavam a estrada mais a frente, e um ponto verde e distante que se erguia sobre as árvores

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Da janela de seu quarto na fortaleza de Valenfort, Elodie podia ver parte do Rio Hydra serpenteando na base da montanha, a floresta e o bosque que ladeavam a estrada mais a frente, e um ponto verde e distante que se erguia sobre as árvores.

Mesmo que a colina barrasse sua visão, Elodie sabia o que estava do outro lado. Quem esperavam do outro lado. Vikings. Um possível marido. Seu futuro. Possivelmente, uma coroa.

Elodie prende a respiração.

Uma coroa... era tudo o que ela queria, certo? Não apenas por serem magníficas obras de ouro e joias preciosas, mas pelo o que vinha acompanhado junto delas. Respeito. Admiração. Poder. Era isso o que ela realmente ambicionava.

Poder.

Era uma coisinha curiosa. Não era físico, mas a força que exercia sobre as pessoas, sobre qualquer coisa, era quase palpável. Elodie queria sentir isso, queria segurá-lo em suas mãos com toda a sua força se fosse possível.

Ela sabia que era um jogo. Um jogo ardiloso e perigoso, onde as regras eram dissimuladas e, ou você jogava de acordo com elas, ou as quebrava e depois lidava com as consequências. E o preço era sempre alto, muito alto. No entanto, Elodie era do tipo que pagaria para ver.

Ela gostava de jogar, da imprevisibilidade, do perigo e era muito boa nisso. Não importava o preço - não tinha nada que pudessem arrancar dela que ela realmente se importava -, Elodie jogaria com todas as cartas e peças que tinha para abrir o seu caminho. Sabia que o poder vinha da coragem de fazer aquilo que outros não ousavam.

Ela ouvia de muitos ao seu redor o quanto deveria ser grata por ser quem era. Uma princesa, vivendo em um castelo e cercada de luxos e riquezas obscenas. É, ela não era uma garota de gostos simples e era verdadeiramente grata por cada prato farto em sua mesa e cada colar de diamantes ou vestido de seda em seu armário. Mas ela queria mais. Queria o que seu pai tinha, queria o que Mallory estava destinada a ter.

Elodie queria ser importante, ser mais do que apenas uma princesa inútil sufocada em espartilhos e vista apenas como um peão a ser passado de mão em mão nos jogos políticos da corte. Queria ser a que ditava as regras.

Não queria apenas uma partícula, ela queria poder absoluto.

- Estou quase vendo a fumaça saindo do seu cérebro fervendo daqui. - Uma voz suave e doce sooa atrás de Elodie.

Ela se vira e encontra a irmã mais velha parada na soleira da porta. Danika em sua bagunça habitual, os cabelos desgrenhados, usando um vestido azul pálido simples e sujo de terra assim como seus pés descalços. Elodie sorriu internamente. A irmã mais velha era uma força da natureza. Não do tipo selvagem e devastador, era mais como uma brisa em um dia quente de verão, uma flor silvestre na borda de um riacho, uma árvore enraizada em um campo aberto... Danika poderia ser o próprio Theran - Deus protetor da natureza.

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