37.

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Hoje é quinta e eu estou no apartamento do Leo. Assistimos um filme que ele ama e agora eu me encontro largada na cama tomando sorvete de creme, enquanto o loiro está no seu terceiro cigarro.

— Você não cansa disso? — pergunto ao vê-lo tragar. — Seus pulmões tão pedindo socorro, eu tô ouvindo.

— Não começa, Shel... — ele põe o cigarro na boca novamente.

Reviro os olhos e lambo o que sobra de sorvete na colher. Leonardo observa a cena e faz uma cara de satisfação.

— Pois não? — brinco.

— Venha aqui. — ele gesticula pra eu me aproximar, eu nego rapidamente com a cabeça. — Vai Shel, só um beijinho.

— Largue essa coisa e eu te beijo. — sorrio.

— ...Tá. — Leo suspira e apaga o cigarro no cinzeiro ao lado. — Agora venha. — ele abre os braços, como uma criança.

Dou risada e me inclino pra beija-lo. Ele segura minha nuca delicadamente e aos poucos me puxa pra mais perto. Subo em seu colo e dou um empurrãozinho no peitoral do homem, pra poder terminar o sorvete.

— Quer? — ofereço, ele assente e eu encho a colher, depois colocando-a em sua boca.

Quando eu coloco a tigela de lado, deito por cima de Leonardo e dou selinhos demorados nos lábios dele.

— Sua boca tá geladinha. — ele comenta entre risos e fechando os olhos com força. — Eu gosto.

— Claro que gosta. Você me ama demais... — provoco, já imaginando o que ele dirá à seguir.

— Essa fala é minha, sua desgraçada. — Leo começa à fazer cócegas em minha cintura descoberta.

— Não, Leonardo! — peço segurando seus braços, mas ele não para.

Iniciamos uma guerrinha e ele acaba ficando por cima de mim, prendendo meus punhos por cima da minha cabeça com sua mão.

— Você é tão linda, Shelby Davis. — sussurra encostando nossos narizes e ameaçando me beijar de novo.

— Você também é, Leonardo Dominador DiCaprio. — debocho.

— Sim! Como descobriu meu fetiche? — ele acompanha a piada.

— Sempre desconfiei. Agora me larga que eu não sou sua. — tento me soltar e logo consigo mudar de posição.

— Cala a boca, é sim. — Leo retruca, eu gargalho. — Isso confirma tudo.

— Até parece! — continuo rindo. Ele mexe no cabelo de uma forma sexy e eu não consigo esconder minha reação.

Leonardo me deixa tímida e extrovertida ao mesmo tempo. Ele sabe exatamente o que dizer, até mesmo quando não pensa. Ainda não conversamos sobre o que somos, ficantes, namorados não-namorados, amigos coloridos? Jamais pensei que ligaria tão pouco pra isso, eu estou simplesmente vivendo naturalmente. Seguindo o que quero e o que gosto.

Às vezes vem uma insegurança ou outra, mas as borboletas no meu estômago fazem todo sentimento ruim evaporar à partir do momento em que esse chato fala alguma estupidez pra mim. Eu adoro a estupidez dele, felizmente — ou infelizmente, se pensarmos mais à fundo.

Tempo depois ligamos a televisão novamente e eu seleciono iCarly para assistirmos.

— Tá de brincadeira, né? — Leonardo reclama.

— Não gostou? Foda-se. Eu que mando aqui. — rebato, ele permanece me olhando seriamente.

— Claro, claro. Perdão. — revira os olhos.

— Como assim você não me xingou?

— Então você é masoquista? — Leo pergunta fingindo indignação. — Sua vagabunda! Melhorou?

— Não. — rio. — É que você normalmente rebate grosseria com grosseria.

— O que eu posso fazer, vagabunda? Se você me faz querer ser seu cachorrinho, vagabunda? Hein, vagabunda?

— Meu Deus, ok já chega. — tampo a boca dele. — Obrigada por ser meu cachorrinho, Leozinho.

— De nada, amor. — ele me beija no rosto e me abraça mais forte.

— Só não vá olhar pra outra mulher na rua.

— Se eu olhar você briga?

— Lógico que não. — nego, óbvia. — Eu te dou uma facada. — ele começa à rir sem parar e eu não me contenho também. — Brincadeira, mana!

— Enfia a "mana" no cu e gira.

𝐖𝐇𝐘 𝐖𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐈 𝐃𝐀𝐓𝐄 𝐘𝐎𝐔? [leonardo dicaprio]Onde histórias criam vida. Descubra agora