𝐖𝐇𝐘 𝐖𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐈 𝐃𝐀𝐓𝐄 𝐘𝐎𝐔? [leonardo dicaprio]

17.

— Tá indo pra onde? — Leonardo pergunta quando eu caminho em direção ao meu carro.

Ele tava dormindo quando eu fui chamá-lo pra irmos ao restaurante. Tive que esperar o mocinho despertar totalmente, tomar banho e ainda escolher a roupa. Ele passou um tipo de creme cheiroso em seu cabelo loiro, que o deixou ainda mais dourado.

— Pro meu carro.

— A gente vai no meu carro. — ele dá ênfase em "meu".

— Por que? — cruzo os braços.

— Como você quer que eu volte pra casa? — Leo imita minha pose.

— Meu trabalho não é no fim do mundo, não. E aliás, como você quer que eu volte pra casa quando eu largar? Vai estar de noite, perigoso. Eu sou só uma moça indefesa-

— Eu te busco. Satisfeita, moça indefesa e chantagista? — ele abre a porta do passageiro e faz sinal pra eu entrar.

— Tá bom. Brigada. — entro no carro, colocando minha bolsa sobre as pernas.

— De nada. — pude ver o sorriso de Leonardo e fiquei sem graça.

Ele entrou também e deu partida. Tento colocar o endereço em seu GPS, mas o celular dele não está cooperando, então decido explicar o caminho pacientemente.

— Ali. — digo e Leonardo ignora meu gesto, seguindo reto. — Ali!

— Onde? Naquela rua da direita que passou?!

— É!

— Por que não avisou, Shelby?! Puta merda... — ele se vira pra conseguir fazer o retorno.

— Eu disse "ali" alto e claro, Leonardo! Até gesticulei!

— Era pra você ter apontado e dito "aqui". Ali é mais longe do que aqui, sabia?

Bufo e balanço a cabeça em negativo. Depois de mais uma discussão besta nós enfim chegamos ao estabelecimento. Entramos pelos fundos como sempre e eu pergunto ao pessoal se o chefe já chegou. Pra minha felicidade, sim.

— Boa tarde, Shelby. O que deseja? — o senhor Greene diz ao nos receber em sua sala.

— Olá. Este é Leonardo DiCaprio, senhor. — os dois se cumprimentam com um aperto de mãos. — Ele veio pela vaga de garçom, já que ainda não foi preenchida.

— Ah, sim. Sente-se, rapaz. Vou te fazer algumas perguntas, pode ser?

— Claro. — Leonardo concorda e se acomoda na cadeira próxima.

— O trabalho não tem muito mistério, é coisa prática. Mas eu ainda sim preciso me certificar de que erros passados não voltem à acontecer.

— Eu entendo. — Leonardo fala, dando um meio sorriso.

— Pode sair, Shelby. Vá aos seus afazeres. — o senhor Greene me olha e eu saio na hora.

Quando termino de me arrumar, Rebecca me vê ajeitando uma mesa e se aproxima.

— Shelby Davis, sua safada. — ela me cutuca nas costelas, divertida. — Conseguiu fisgar o Mike, meus parabéns.

— Eu não fisguei ninguém, Rebecca. O Mike não quer nada comigo, foi só aquela noite.

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