𝐖𝐇𝐘 𝐖𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐈 𝐃𝐀𝐓𝐄 𝐘𝐎𝐔? [leonardo dicaprio]

51.

leonardo's pov

Ela entra no restaurante acompanhada dele mais uma vez. Os dois sentam à uma mesa e conversam por um curto tempo, antes de Shelby levantar e vir na minha direção. Quer dizer, na direção da cozinha.

— Bom dia, Shelby! — o pessoal cumprimenta a garota.

— Bom dia. — ela sorri de orelha a orelha, olhando no rosto de cada um.

Mas quando sua atenção é voltada pra mim, Shelby fica séria e então vira a cara, posteriormente caminhando até o banheiro.

— É, tá difícil ainda, né? — Rebecca se aproxima e não parece afetada com o que diz.

— Não sei do que você tá falando. — respondo sem encara-la.

— Sabe sim. Mas prefere ficar nesse orgulho infantil. — ela rebate.

— E o que você tem com isso? Já não voltaram à serem amigas?

— ...Mais ou menos.

— Hm. — reviro os olhos, fazendo pouco caso.

— A minha amizade com a Shelby sempre foi um pouco estranha. Não é só por sua causa.

— Será? — a olho e Rebecca assente com a cabeça, mas eu ainda sim tenho minhas dúvidas. — Bom, que seja. Não tô nem aí pra essa garota.

Na mesma hora Shelby retorna e pra minha grandiosa sorte, ela ouviu o que eu disse. Uma parte de mim deseja que a mulher me pergunte à quem eu me referi, pra assim termos uma mínima interação. Eu sinto muito a falta dela.

— O Mike tá aí, gente. Ele quer dar um oi pra vocês. — infelizmente ela me ignora e fala com os outros.

A galera vai até o tal Mike e eles batem papo até que mais clientes cheguem. Eu fico de longe apenas observando, me questionando muitas coisas, mas a principal delas é: qual a dele com a Shelby? Lembro que Rebecca veio fofocar sobre quando Shelby foi na festa de um ex funcionário só pra poder ficar com esse Mike. Claro que acabei juntando as poucas peças e me dei conta.

Então era ele o motivo daquela crise de carência da garota, depois que viu que não passaria de uma noite. Mas e agora? Será que mudou de ideia? De repente sentiu saudade e quer tentar algo sério? E aquela imbecil ainda aceita. Mas é uma tonta, mesmo.

Quando todos voltam aos seus postos, Mike fala algo pra Shelby e em seguida vai embora.

O pessoal comenta sobre como o movimento está melhorando aos pouquinhos com o passar dos dias. Me sinto mais útil nesse lugar quando tem mesas pra atender e bandejas pra servir.

— Só isso? — pergunto à dupla de ruivas que acabam de fazer seus pedidos.

— Pra comer, sim. Mas...e o seu telefone? Rola? — uma delas pergunta, enrolando uma mecha de cabelo em seu dedo.

— Eita, mas assim? Me pegando desprevenido? — dou risada, me sentindo muito bem.

Principalmente ao notar que Shelby provavelmente ouviu, já que está atendendo a mesa próxima.

— Claro. Ou vai me dizer que você namora? — ela segue dando seu sorriso extremamente branco.

— Não, claro que não. Eu não sou de ninguém. — lubrifico o lábio de uma forma provocadora, a ruiva sorri mais ainda.

— Melhor ainda! Mas eaí? Vai passar seu número ou não?

— Claro. Mas fale seu nome antes, moça.

— É Daphne. Essa aqui é minha melhor amiga, Lizzy. Mas ela não quer seu número, só eu.

— Prazer, me chamo Leonardo. — dou um beijo na mão de Daphne e ela morde o lábio.

Após salvar meu contato, Daphne diz que vai me chamar pra gente marcar alguma coisa e eu falo que aguardarei ansioso. Me retiro pra entregar o pedido das meninas escrito à Yolanda e acabo cruzando com Shelby na porta.

— Não perde tempo mesmo, né? — ela faz a última coisa que esperei que faria.

— Como é? — me faço de desentendido.

— Nada.

— "Nada", até parece. Para de querer cuidar da minha vida, Shelby. Seu namoradinho não vai gostar...

— Que? — ela semicerra os olhos. — Que namoradinho?

— O Mike. Vocês não se desgrudam.

— Isso não é verdade, e muito menos da sua conta.

— É, só que quem veio falar comigo foi você. Eu tava na minha. — retruco.

— ...Tem razão, Leonardo. Mas pode ficar tranquilo, tá? A partir de agora, você não existe. — ela diz depois de um suspiro aborrecido, eu me arrependo do que falei.

— Não, mas peraí-

— Yolanda, toma! — Shelby me corta já se afastando e indo até a cozinheira.