𝐖𝐇𝐘 𝐖𝐎𝐔𝐋𝐃 𝐈 𝐃𝐀𝐓𝐄 𝐘𝐎𝐔? [leonardo dicaprio]

43.

Um pouco mais tarde, enquanto eu levo uma jarra com suco de manga até uma mesa com vários clientes, sou interrompida de novo.

— Shelby. — Leonardo me faz parar e à essa altura quase todo mundo para pra nos espiar.

— Tá maluco? Todos estão olhando-

— Eu tô pouco me fodendo, você não me deixa falar nunca! Mas agora vai ter que deixar... — seu tom é agressivo.

— Você não pode me obrigar. Sai daqui, some!

— Gente, para com isso...Qual a de vocês? — Rebecca que servia uma mesa próxima, pergunta.

— Que foi? Ele não te contou ainda? — sorrio em sarcasmo. — Imbecil. — olho pro Leonardo, ele parece ainda mais irritado.

— Para com isso. — ele grunhe. — Ela não tem nada pra saber. Eu já disse, aconteceu!

— Ela é minha amiga, Leonardo! — eu grito e os adolescentes que pediram o suco de manga riem.

— ...Vocês tem algo? É isso? — Rebecca pergunta, incrédula. Eu olho pra baixo e meus olhos marejam. — Amiga, me desculpa-

— Rebecca, chega. — a interrompo, um silêncio se instala entre nós três.

— Eu juro que-

— Rebecca! — dessa vez Leonardo é quem à corta. Em seguida ele me encara com uma expressão envergonhada. — Eu gosto muito de você, Shel. Eu nunca quis te magoar ou te humilhar.

— Você fez as duas coisas, olha ao nosso redor.

— Mas se você me escutasse-

— Você acha que se eu te escutar, alguma coisa vai mudar? Acorda!

— Eu acho que os dois lados devem ser ouvidos antes de se decidir alguma coisa! Só que você é tão teimosa e rancorosa que não consegue ser madura o suficiente pra reconhecer isso!

— Claro, eu não consigo ser madura o suficiente. E você por acaso teve maturidade em algum momento?! Fala que gosta de mim, mas não consegue manter suas coisas dentro da cueca quando vai numa festa. E isso não é nem metade das coisas que você faz! Ou melhor, "quem" você faz...

— Puta que pariu, a gente não tava namorando!

— Você me fez mais uma das suas e eu achando que seja lá o que tínhamos era monogâmico!

— Shelby, você tá-

Cansada dessa discussão sem fim, eu derramo o suco na roupa de Leonardo antes que ele conclua sua fala idiota. Os adolescentes gargalham mais ainda e Rebecca se põe entre nós — tarde demais. Não demora muito pro senhor Greene notar a confusão e aparecer, furioso. Ele chama Leonardo e eu até sua sala e dá a bronca do século.

— Eu poderia demitir os dois. Sabem o prejuízo que isso pode nos dar? — o homem pergunta, nos repreendendo.

Leonardo passa um pano em seu uniforme na tentativa de seca-lo e eu ainda aborrecida.

— Não vai mais acontecer, senhor. — eu digo.

— Preciso da garantia dos dois.

— Eu garanto. Ela e eu já nos resolvemos. — Leonardo diz. — Não discutiremos mais. Na verdade, eu não vou nem mais olhar na cara da Shelby.

Eu viro meu rosto pra ele, juntando as sobrancelhas com a contradição dessa frase.

— Shelby? — o senhor Greene chama minha atenção.

— É isso. Peço desculpas. — respondo.

— ...Bom. Leonardo, dê um jeito nesse uniforme o quanto antes.

— Mas... — o loiro quase retruca, mas parece pensar melhor e mudar de ideia. — Ok.

— Podem sair.